JUNTA COORDENADORA REVOLUCIONARIA Y LA OPERACION CÓNDOR
Ternuma Regional Brasília
Pelo General de Divisão Ref Agnaldo Del Nero Augusto
A partir de 1967 nosso País enfrentou uma Guerra Irregular conduzida por cerca de vinte organizações de corte comunista (stalinistas, trotskistas, maoístas, castristas...). Apoiadas do exterior, haviam se preparado para a luta armada, realizando o adestramento de seus militantes, propiciando-lhes treinamento em técnicas de guerrilha em Cuba, na China e na URSS, nesta ordem de importância.
Considerando as condições objetivas favoráveis e a existência de países pertencentes ao Movimento Comunista Internacional, que atendendo a sua estratégia, estavam interessados em incentivá-las e dispostos a apoiá-las no recurso à violência, haviam optado pela luta armada, que caracteriza-se pelo emprego deliberado e abrangente da violência como instrumento para a tomada do poder.
O ingresso nessa situação excepcional é uma decisão decorrente da vontade política na sua essência. É o momento decisivo em que se mudam de pacíficos para violentos os meios empregados para atingir o objetivo político – a transformação da estrutura socioeconômica da sociedade, a implantação do regime de seus sonhos. O regime da justiça social, que sua propaganda tornara privilegio do regime comunista, um regime totalitário. Um regime sanguinário que exterminou milhões de pessoas onde foi implantado. Quem toma essa grave decisão deve avaliar todas as suas conseqüências e responder por ela. É o momento em que se inicia a guerra.
O País começava a enfrentar uma guerra não declarada, clandestina e sem limites, conduzida à sorrelfa, por uma decisão política unilateral das organizações comunistas atuantes no País. Inicia-se com os atentados terroristas. Em pouco tempo, mais de cinqüenta atentados tinham sido realizados, a maioria em São Paulo, tendo como alvo quartéis, jornais considerados favoráveis ao Governo ou anticomunistas, meios de transporte coletivo, residências de autoridades e representações diplomáticas. Milhões de cruzeiros roubados, vultosos danos materiais à propriedade pública e privada. Dezenas de assaltos a bancos e carros pagadores para expropriação de fundos. Assaltos a pedreiras para roubo de dinamite e cordéis detonantes e diversos assaltos a casas de armas e a quartéis para roubo de armas e munições. Assassinatos de pessoas inocentes alheias a esse embate. Greves políticas, inclusive com a invasão de fábricas e feitura de reféns.
Em julho de 1968, as passeatas acompanhadas de depredações de edifícios públicos e estabelecimentos bancários e comerciais, incêndio de viaturas, ocupação de faculdades e enfrentamento aberto à polícia ganhavam caráter de sublevação. Movidas por slogans e palavras de ordem engendradas pelas organizações comunistas que atuavam no seu seio ajudavam a dissimular o verdadeiro objetivo dessas organizações. Assassinatos de pessoas inocentes ou mesmo inimigos que, no eufemismo cínico das esquerdas eram classificados como “justiçamentos”, assim como atentados a autoridades e representações diplomáticas, constituíam uma forma de amedrontar a população, de testar o amadurecimento e o grau de aceitação dos movimentos e incentivar a desobediência civil e até mesmo de verificar a capacidade repressora da autoridade legal. Esse conjunto caracteriza a eclosão da guerrilha urbana que, normalmente, culmina em insurreições.
Várias organizações terroristas haviam selecionado áreas propícias para a guerrilha rural e adquirido sítios que lhes servisse de apoio, algumas haviam iniciado o trabalho de campo, assentando seus militantes nessas áreas. Pelo menos o PC do B iniciara a guerrilha rural e outras organizações estavam prestes a deflagrá-la. A guerra irregular é, de qualquer maneira, uma guerra. É guerra real não um substituto da guerra, nem uma operação que se aproxima da guerra – ou qualquer outra expressão que se pudesse usar numa circunscrição semântica(...) É a guerra promovida fora dos quadros das convenções, na qual leis e normas criadas para a guerra convencional não são aplicáveis ou só são aplicáveis em nível periférico. Quem a promove não conhece quaisquer obrigações, pois nada o submete à obediência da lei civil, da lei internacional, e não há o que o submeta à lei da guerra.
Nos regimes democráticos, o combate a esse tipo de guerra conduzirá o Governo a um dilema: impor certas restrições ao Estado de direito ou correr sério risco de ser derrotado, com todas as conseqüências que essa derrota implicará, para o regime e para a população, que tem a obrigação de proteger. E essa guerra não afeta o Estado de Direito, à vida? O Brasil decidiu se defender e conduzia as ações necessárias com êxito crescente e o mínimo de constrangimento à população ordeira. Todavia, nos anos 70, essas ações recrudesceram, com seqüestros de autoridades estrangeiras por cuja segurança o Pais é responsável, seqüestros de aeronaves e outros atos de terror.
Não era só o Brasil que sofria esses ataques das organizações subversivas comunistas, mas boa parte dos países latino-americanos estavam envolvidos com essas ações deletérias. Nessas circunstâncias, experiências e informações eram trocadas pelos países atingidos pelo mesmo mal por meio de Conferências Bilaterais. Mas também se aprende com o inimigo. A Internacional Comunista não fazia um rígida coordenação dos países comunistas, que para ingresso na organização deveriam cumprir as 21 condições que impunha? A Organização Latino Americana de Solidariedade- OLAS, não se propunha a coordenar a luta armada de seus 27 afilhados latino-americanos, inclusive o Brasil? Cuba, além da Tricontinental, instrumento de coordenação revolucionária, não oferecia preparo e apoio financeiro às atividades guerrilheiras desses países? E não criara a Organização Continental Latino Americana de Estudantes - OCLAE, para cooptar estudantes, orientar e apoiar suas entidades em atividades subversivas?
As organizações terroristas latino-americanas eram apoiadas pela Junta de Coordenação Revolucionária- JCR. Por seu intermédio, trocavam experiências e apoio, particularmente, para a circulação de terroristas, na suas idas e vindas dos treinamentos guerrilheiros e para suas ações em terceiros países. O que pretendiam os “italianos”, membros da organização subversiva comunista Montoneros, ao ingressarem ilegalmente no País? Que crime há em tê-los prendido? O Brasil não enviou há pouco para Cuba os atletas participantes do PAN? Alguém se importou em saber se estão vivos, ou com o que pode acontecer com eles? Algum jornal colocou chamativas manchetes em primeira página? Se desaparecem o generoso governo esquerdista vai indenizar suas famílias, como indenizou as italianas?
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