quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Gov do Rio exonera 10 oficiais da PM

Por Jorge Serrão

Não bastasse a ansiedade acerca da manifestação de militares da ativa
e seus familiares, marcada para esta quinta-feira, por melhores
salários, o Alto Comando do Exército brasileiro tem outros grandes
pepinos para descascar no curto prazo. O primeiro é a insurgência
geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro que pede a cabeça do
secretário de Segurança Pública, delegado federal José Beltrame. Hoje,
41 comandantes de batalhão, diretores e chefes de seção colocam seus
cargos á disposição do governador Sérgio Cabral Filho. Ficam sem
comando 17 batalhões e unidades especiais.

O segundo problema para o EB é a guerra civil prestes a estourar em
Roraima. O coordenador executivo do Comitê Gestor do governo federal
em Roraima, José Nagib Lima, admitiu ontem a possibilidade de recorrer
a uma operação conjunta da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da
Polícia Federal para despejar arrozeiros que vivem na terra indígena
Raposa Serra do Sol. Neste conflito, sobra para o EB uma eventual
intervenção para pacificação. O Alto-Comando é contra. Mas os Generais
correm o risco da obrigação de se dobrar às vontades do
"comandante-em-chefe" Lula da Silva, para quem a desocupação da Raposa
do Sol "é uma prioridade".

O terceiro é como responder internamente a mais uma declaração
belicosa do presidente venezuelano Hugo Chávez – que é o "comandante
militar" do Foro de São Paulo, o balaio de gato que mistura partidos
de esquerda no continente com pretensos movimentos sociais
revolucionários e grupos narco-guerilheiros (como as Farc/ENL). Em um
vídeo que circula na Internet, citando Lula textualmente, Chávez
garante que o presidente do Brasil concorda em formar um "Conselho de
Defesa" para confrontar o inimigo comum: o "império", os Estados
Unidos da América. Segundo Chávez, Lula incorporaria brasileiros ao
exército bolivariano que cumpriria a missão de combater os EUA. (Veja
no link: http://www.dailymotion.com/video/x46u7g_alba-defensa_news ).

Será que nossos generais vão comprar essa briga contra os Ianques?

"Presos" nos quartéis?

Enquanto as crises do RJ e RR não estouram, a prioridade do Exército é
esvaziar a manifestação desta quinta.

A primeira tática é desmobilizar a tropa de protesto. O Comando do
Exército decretou expediente integral hoje e amanhã.

Os Generais querem segurar as legiões nos quartéis para conter as
manifestações de militares da ativa e suas mulheres.

Leia o artigo de Pedro Porfírio: Por que as famílias dos militares protestam?


Conflito á vista

O coordenador executivo do Comitê Gestor do governo federal em
Roraima, José Nagib Lima, quer recorrer a uma operação conjunta da
Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Polícia Federal para despejar
arrozeiros que vivem na terra indígena Raposa Serra do Sol.

Em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da
Amazônia, Nagib ressaltou que a desocupação é prioridade para o
governo.

"Não sei se será daqui a uma semana ou um mês, mas temos prioridade
zero em fazer que isso ocorra. É uma determinação da Presidência da
República correr com essa operação. Não podemos descartar a
possibilidade de conflito, mais por causa dos rizicultores
(plantadores de arroz) que dos índios".

Ameaça dos "índios"

Se o governo federal não realizar, até o fim do mês de março, uma
operação para retirar os produtores de arroz da terra indígena Raposa
Serra do Sol, em Roraima, os índios da região estão prontos para
expulsar os fazendeiros de suas terras.

Foi o que garantiu à Agência Brasil o coordenador geral do Conselho
Indígena de Roraima (CIR), Dionito José de Souza.

"Já estamos cansados de sofrer violência, ameaça e abuso dentro da
nossa própria casa. Isso a gente não aceita mais. Esperamos só até
março, e se não ocorrer (a operação de desintrusão), vamos ter que
fazer o trabalho que o governo prometeu".

Casa de quem, Cara Pálida? Sua casa é o Brasil, até prova em contrário...

Riquezas entregues...

Lideranças dos índios já formalizaram uma reclamação na Organização
das Nações Unidas (ONU) sobre a demora do governo brasileiro em
cumprir a promessa de retirar os arrozeiros da Raposa Serra do Sol.

Homologada em abril de 2005 e com aproximadamente 1,74 milhão de
hectares, a reserva esconde minerais estratégicos e pedras preciosas
em seu riquíssimo subsolo.

Por isso a área interessa tanto às "Nações Amigas" que só aguardam que
os índios sejam devidamente controladores de suas "nações
independentes dentro do próprio território brasileiro" para que sejam
fechados grandes acordos econômicos com eles.


Armados, só os bandidos aliados

O secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto,
anunciou que a campanha do desarmamento será retomada no próximo mês.

Segundo Barreto, a campanha será feita nos mesmos moldes da que foi
realizada anteriormente, inclusive com remuneração para quem devolver
as armas.

O Ministério espera também regularizar a situação de quem já tem armas no País.

Assim, no Brasil, só quem terá facilidades em ter armas serão os bandidos...



Por que as famílias dos militares protestam?


Edição de Artigos de Quarta-feira do Alerta Total

Por Pedro Porfírio

Você sabe qual o soldo de um general de Exército, brigadeiro da
Aeronáutica ou almirante da Marinha? Sabe quanto passou a ganhar um
coronel da PM de Brasília, com o aumento de 14,2% concedido agora?

Antes de informar a diferença gritante (e até em desacordo com o
artigo 24 do Decreto-Lei 667/69), gostaria de chamar a atenção para a
gravidade de uma crise que fervilha no silêncio que a disciplina impõe
em todos os nossos quartéis.

É uma crise em gestação há muitos anos, por conta de uma nova doutrina
continental a respeito das Forças Armadas, como pode ser percebido a
partir da leitura do livro "Complô para aniquilar as Forças Armadas e
as Nações da Íbero-América", editado pela "Executive Intelligence
Review".

Mas o que está acontecendo hoje passa dos limites e justifica a
indignação generalizada nas Forças Armadas, levando suas famílias,
militares da reserva e até alguns da ativa a manifestações de rua,
como a convocada para esta quinta-fera em frente ao ao Comando Militar
do Leste, no Rio de Janeiro.

Nenhum país que se presuma cioso de sua soberania pode prescindir de
um corpo militar devidamente equipado e no gozo de vencimentos dignos.
Do contrário, tudo o mais que se fale fica no limite de uma temerária
ficção, que torna vulneráveis os pilares da própria nacionalidade.

No Brasil de hoje, é ilusão falar de que dispomos realmente uma
estrutura militar na medida de sua importância mundial e segundo o
modelo de sustentação das instituições, uma vez que as Forças Armadas
são a sua coluna vertebral.

A discussão dos pleitos que os militares estão fazendo sem um só
arranhão nos limites dos seus estatutos e de sua disciplina extrapola
os quartéis.

Nós, cidadãos civis e militares, somos os sujeitos em uma sociedade
democrática. Temos obrigação de assumir determinadas causas,
sobretudo, quando elas sofrem cerceamentos legais.

No caso, ao comparar soldos, não estamos reclamando do que ganha um
coronel ou um soldado na Polícia Militar de Brasília, até porque a
nossa PM aqui também está em pé de guerra.

Mas não dá para aceitar que, após 30 anos de serviço um general receba
de soldo (isso há quase dois anos) pouco mais de R$ 6 mil, enquanto o
coronel brasiliense ganhe a partir de agora exatos R$ 15.355,85
mensais.

Um soldado de primeira classe, especializado e engajado, recebe por
mês de soldo nas Forças Armadas R$ 751,00. O da PM de Brasília passou
a receber R$ 4.129,73. Temos aí uma das razões para dar todo apoio à
mobilização das famílias dos militares. É uma questão de justiça e de
visão patriótica. Que não tem nada com diferenças políticas ou
ideológicas.

Pedro Porfírio é Jornalista. Artigo publicado no jornal O Povo de hoje.

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