quarta-feira, 14 de maio de 2008

Por trás do reajuste



Por trás do reajuste dos soldos: tentativa clara de conter baixas
Marco Aurélio Reis



Rio - Fazer economia e estancar os pedidos de baixa antecipada de tenentes, capitães e majores, mesmo que para isso tenham sido reduzidas as diferenças salariais entre postos e graduações. É assim que está sendo interpretado o aumento médio de 47,19% concedido pelo governo em cinco parcelas para os soldos dos militares das Forças Armadas. Três especialistas contactados pela Coluna em locais e momentos diferentes chegaram à mesma conclusão: Os coronéis e os subtenentes são os que mais vão perder quando o aumento for totalizado, em 2010.

Tendo em vista que a maioria dos integrantes das turmas de oficiais vai para reserva como coronel (há poucas vagas no generalato), estaria nesse achatamento salarial uma das economias buscadas pelo governo. A mesma lógica se estende aos subtenentes. Posto máximo entre os praças, eles vão subir pouco no escalonamento salarial (de 42% do soldo de general-de-Exército/Almirante para 43,1%, apenas 1,1 ponto percentual). Coronéis, vão de 83,1% para 84,5% (1,4 ponto percentual).

Segundos-tenentes, por exemplo, vão subir de 50% do soldo de general-de-Exército/Almirante para 55%, 5 pontos percentuais. Aspirantes, outro bom exemplo, vão de 46,7% para 51,9% (5,2 pontos). Cabe lembrar que é entre tenentes e aspirantes que ocorre, desde 2006, o maior número de pedidos de baixa antecipada. São esses militares, que ainda jovens e dispostos a jornada de estudo após o serviço nos quartéis, estão deixando as tropas após passarem em concursos públicos para cargos civis. No Rio, eles têm até turma exclusiva em curso preparatório para concurso.

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