domingo, 5 de outubro de 2008

Novo ZOO no CIGS


Domingo, 5 de outubro de 2008, 19h24 Atualizada às 19h29
Amazônia terá o zôo mais moderno do Brasil


Em 2009, a cidade de Manaus será a casa de um zoológico de primeiro mundo. Isto porque o zôo da cidade, o Zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), pertencente ao Exército Brasileiro, receberá instalações modernas inspiradas em alguns dos grandes parques zoológicos do mundo como o de Buenos Aires, de Nova Iorque, de San Diego, o de Washington e o de Boston. Além de criar recintos para animais adequados a cada espécie, o projeto prevê a ampliação da área atual de quatro para 14 hectares, somando mais de 140 mil m².
O zôo do Cigs foi criado pelo Comando Militar da Amazônia nos anos 60 como um centro de treinamento para especialistas em operações de selva. "Era um 'depósito de animais' para atender às necessidades de instrução básica em fauna e flora", afirma o Comandante Antônio Manuel de Barros.
Desde esse período, os animais que vivem no Cigs são resultado de apreensões do Ibama ou da iniciativa da população que encaminha animais feridos para que recebam cuidados no Centro. O Cigs possui biólogos e veterinários especializados em animais selvagens.
"Nos anos 90, o nosso zoológico foi remodelado e foi criado o espaço que existe hoje, apto para atender ao público, mas já não temos mais espaço para receber animais adequadamente", diz o Comandante Barros. Atualmente, o Cigs possui 172 animais de 54 espécies diferentes, todos da fauna amazônica. Com a expansão o zôo terá capacidade de receber um maior número de animais.
Segundo o Comandante, o novo projeto - criado através de um convênio entre o Cigs e a Ulbra de Manaus e idealizado pelos arquitetos da Squadra Arquitetura - pretende realizar um antigo sonho do Comando Militar da Amazônia: o de criar um zoológico digno da Floresta que o cerca.
Pensando nisso, os arquitetos Caio de Santi, Cristiano Santos e Marcos Cereto, elaboraram um projeto que visa, principalmente, criar um espaço que respeite a natureza utilizando o que existe de mais moderno em design e tecnologias para causar o menor impacto possível ao ambiente. "Queremos que o próprio zôo seja um exemplo de sustentabilidade", afirma Caio de Santi.
Para isso, o projeto prevê reservatórios para o aproveitamento da água da chuva, uso de iluminação natural em todos os ambientes e painéis solares para gerar a energia elétrica que será utilizada pelo parque.
Os recintos dos animais serão elaborados com telas que cobrirão os ambientes sem danificá-los, preservando árvores, plantas e os próprios animais que terão uma reprodução fiel do seu habitat natural.
Os acessos aos recintos serão em forma de passarelas suspensas para causar o menor dano à vegetação e para evitar a necessidade de interromper o fluxo das águas. Assim, os visitantes terão uma visão ampla dos animais e dos espaços sem prejudicar o ambiente. Os espaços fechados, como auditórios e centros de pesquisa, terão ventilação natural cruzada para minimizar o uso de ar condicionado.
Além disso, toda a madeira que será utilizada terá proveniência certificada e todos os resíduos produzidos serão separados respeitando a coleta seletiva. "A idéia é que todo o zoológico seja um ambiente de educação ambiental", diz Caio de Santi.
Todos os animais do zôo serão da fauna local contrariando o modelo de zoológicos pelo mundo que apresentam espécimes que não estão adaptados às condições do clima das diferentes regiões.
Segundo o arquiteto Cristiano Santos, mais do que uma 'exposição de animais', o zôo pretende ser um espaço que atenda às necessidades deles, respeitando a sua saúde e a condições que eles necessitam para viver. "A anta, por exemplo, é um animal que precisa de pouca luminosidade. Nos zoológicos, geralmente, elas ficam expostas para que o público possa vê-las, mas isso prejudica o animal. Vamos recriar as condições ideais para cada espécie", afirma Cristiano.
Os recintos já existentes de animais como macacos, aves e jacarés serão reformulados para reproduzirem melhor o ambiente natural e esses conviverão juntos à outras espécies, como ocorre na natureza.
E o grande atrativo do local será o espaço dos aquários para o boto cor-de-rosa, o peixe-boi e aquários menores para mostrar a beleza dos rios amazônicos com sua variedade de peixes de grande porte e também os ornamentais.
O local terá um estacionamento com espaço duplicado e um Centro de Acolhimento do Visitante que trata-se de um espaço coberto com as bilheterias, auditório, lojas e praça de alimentação. Com isso, promete ter uma estrutura ímpar no Brasil, atraindo ainda mais os turistas brasileiros e estrangeiros.
Além disso, o espaço vai contar com um Centro de Pesquisas Ambientais do Centro Universitário da Ulbra de Manaus, que possibilita aos alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Biologia, Engenharia Ambiental, Psicologia, Direito e Pedagogia desenvolverem pesquisas acadêmicas e trabalhos de iniciação científica que contribuirão com a execução do projeto.
Segundo a diretora geral da Ulbra de Manaus, a professora Vera Heitor Reinhardt a oportunidade de participar de um projeto desta magnitude é único. "O que fica claro é a grandeza deste projeto para o Estado do Amazonas, para o Exército brasileiro e para todos nós. Será um zoológico modelo no Brasil e marcará a história dos acadêmicos da Ulbra que participarão dele", afirma Vera.
"O projeto ainda está em fase de planejamento. As imagens ainda são conceituais", explica o arquiteto Marcos Cereto. "Mas temos a certeza de que será o zoológico mais moderno do Brasil, equivalente aos zoológicos de primeiro mundo", conclui.
Redação Terra

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