sábado, 20 de junho de 2009
O AIATOLÁ LULA DA SILVA
O AIATOLÁ LULA DA SILVA
Maria Lucia Victor Barbosa
20/06/2009
O presidente Lula da Silva para uso interno, ou seja, no Brasil, é visto por companheiros e admiradores como uma espécie de aiatolá, uma criatura dotada de poderes supremos. Ele paira acima de qualquer suspeita, de qualquer lei, faça o que fizer, diga o que lhe passar pelo bestunto. Frei Betto chamou Lula da Silva de ‘luz do mundo”. A propaganda tratou de divinizar o “pobre operário” no altar da pátria como um redentor capaz de redimir pobres e oprimidos. Funcionou bem a religião de Estado.
Em tempos idos o PT foi uma espécie de seita religiosa com dogmas, credos e auréola. Seus adeptos diziam orgulhosamente pertencer ao único partido ético do Brasil e o fanatismo dos militantes era tal que granjeou ao PT a alcunha de Partido do Taleban, zombaria que os seguidores de Lula-lá reagiam com ira revolucionária.
Da época da “santidade” petista nada restou, pois a chegada ao poder sempre transforma revolucionários naquilo que sempre foram contra. E eles costumam serem mais corruptos, mais aproveitadores, mais gananciosos, mais apegados aos privilégios do que seus antecessores, pouco se lixando para os que outrora disseram defender. Ex-revolucionários costumam ir à forra sublimando seus recalques, vingando-se da vida anterior medíocre, sem brilho, sem a fascinante grandeza que os cobiçados cargos conferem.
O PT foi à forra quando na quarta tentativa emplacou o ex-sindicalista. O grande sacerdote José Dirceu tornou o Estado território sagrado dos companheiros. E do cargo mais alto da República Sindicalista, com o aiatolá Lula, a sacerdotisa Dilma, ou quem for eles não saem mais. Para manter a permanência, contudo, é necessário que Lula garanta e proteja sua “guarda” nada revolucionária que incorpora não só a elite dos companheiros, como os “basij”, “reservistas” constituídos pelos adeptos de outros partidos, de banqueiros, de grandes empreiteiros, de grandes empresários, enfim, o eleitorado pouco mencionado, mas vital para que o PT permaneça por pelo menos mais vinte anos no poder, tempo sempre ventilado sutilmente.
Internamente, segundo pesquisas de opinião, o prestígio de Lula da Silva cresce não só na massa dos agraciados com as bolsas esmolas, mas também em meio à elite financeira que sustenta as custosas campanhas de Lula e dos petistas.
Externamente, contudo, o bestialógico do presidente da República, constante em suas numerosas viagens, além de incidentes diplomáticos como o havido no caso do assassino e terrorista italiano, Cesare Battisti, protegido do Ministro da Justiça, devem esta minando a imagem do próprio país no exterior.
A última conversa de botequim de Lula da Silva aconteceu na ONU, quando comentou em forma de piada futebolística sobre as eleições no Irã e os protestos de milhões de iranianos, eleitores de Mir Hossein Mousavi, que alegam ter havido fraudes no pleito que reelegeu Mahmoud Ahmadinejad.
O presidente brasileiro afirmou que as manifestações violentas nas quais pessoas morreram e outras ficaram feridas, eram apenas “coisa entre flamenguistas e vascaínos”, “choro de perdedores.” Duvidando das fraudes grosseiras cada vez mais evidentes na eleição iraniana, Lula da Silva contou que pretende fazer mais uma viagem, desta vez ao Irã, e que Ahmadinejad pode vir ao Brasil na hora que quiser.
Anteriormente Ahmadinejad, o homem que odeia os Estados Unidos, prega a destruição de Israel, nega o Holocausto cancelara sua vinda ao Brasil por conta dos protestos de judeus e de movimentos sociais. Contudo, o presidente brasileiro respalda também as detenções arbitrárias e a brutal censura que se estende no Irã aos partidários de Mousavi, inclusive, as feitas na Internet.
Digamos que para uso externo Lula da Silva não fez bonito diante das críticas dos líderes europeus às eleições iranianas, e mesmo perante a neutralidade norte-americana. Ele parecendo exultante diante da vitória do companheiro Ahmadinejad e se uniu a Hugo Chávez, a quem considera um democrata, e ao déspota da Coréia do Norte, Kim Jong-il, nos cumprimentos ao iraniano reeleito, o que evidencia a atual tendência da política externa brasileira de se agregar à escória mundial. E o gracejo, “flamenguistas e vascaínos”, traduziu mais um vexame internacional que fez corar os brasileiros que prezam a democracia, a liberdade e possuem respeito pelos direitos humanos.
Não é à-toa que ONGs internacionais deploram o papel que o Brasil vem tendo no tocante ao apoio dado a países que não respeitam os direitos humanos. Mas, para uso interno, o aiatolá Lula da Silva provoca êxtases e ainda terá reforço considerável na mídia que lhe dá azia, segundo sua afirmação. Além de não sair da TV, de deitar falação no programa semanal de rádio, Café com o Presidente, ele terá uma coluna de perguntas e respostas em jornais e um blog especial – imitação do blog do presidente Barack Obama – para comunicação mais coloquial com eleitores.
Conforme Franklin Martins, ministro da Comunicação Social: “em 2008 (as verbas de publicidade) alcançaram 5.297 órgãos de comunicação em 1.149 municípios – um aumento da ordem de 961%” (O Estado de S. Paulo, 16/06/2009). E, assim sendo, internamente, o aiatolá Lula da Silva seguirá sendo um sucesso.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga
mlucia@sercomtel.com.br
talvez vocês acordem com esse comentário:
ResponderExcluirdo comentárista FENIX do Grupo Guararapes:
Psiu
20/6/2009
Ei soldado, você aí com a farda impecável e coturno lustrado, você aí neste quartel limpinho, todo orgulhoso da profissão que escolheu e que corajosamente jurou defender a Pátria, até com a própria vida. É com você mesmo que estou falando, afinal também me orgulho de ti pois tens a cara que o Brasil deveria ter. Houve época que foi assim.
Ei soldado, pare um pouquinho para pensar, pensar que lá fora, atrás dos muros de seu quartel, existe um País. Lembra dele? É, já foi melhor e está irreconhecível, não é? Pois é, é Dele mesmo que estamos falando. Também existe lá um povo, ta lembrado? Pois é, soldado, ele é como uma criança indefesa, fácil de enganar, até mesmo com balinhas e sorvetes. Pois é soldado, esse povo está precisando de ti. Não só nas enchentes (belo trabalho, hein) ou aquela população ribeirinha, esquecida até por Deus, que nem sabe o nome do presidente da republica, que dirá dos demais políticos, não é?
Que tal dar uma saidinha deste quartel limpinho e verificar o que está acontecendo com o País, o que alguns políticos estão fazendo com o SEU País.
É, seria bom, mesmo sendo tarde, verificar os escombros que restaram depois daquela administração progressista, implementada por vocês. É, por vocês mesmo, estão lembrados?
Pois é, será que acabou o entusiasmo com o Brasil. Aquele do” ame ou deixe-o” ou do” este é uma país que vai pra frente ô,ô, ô...”. Será que acabou o amor de vocês pelo Brasil?
Ora, isto não é coisa que se faça com uma terra tão bonitinha, com povo tão pacifico.
Vamos lá, tire as teias do cérebro, deixe a preguiça de lado, voltem a ser o que eram e o que se formaram para ser.
Ter poder e não usar, é pior do que não ter poder. É, é esse restinho de poder que ainda lhe restou, o das armas, pois os outros já lhe tiraram.
Ora, não me venha com essa conversa de intelectual politizado. Ora não se esconda atrás da constituição. Aliás, ela foi feita por eles e para eles, não é verdade.
Levanta soldado, a Pátria precisa de ti. A nação precisa de ti. E a bem da verdade, você também precisa de si, cumprindo o seu dever e honrando seu juramento.