sábado, 8 de agosto de 2009
O POLÍTICO PSICOPATA
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08 DE AGOSTO DE 2.009
“Os políticos costumam aferrar-se ao poder como psicopatas”.
Hugo Marietan, médico-psiquiatra argentino e professor na Universidade de Bs. Aires
O POLÍTICO PSICOPATA
O psiquiatra argentino Hugo Marietán, numa entrevista ao jornal La Nación, de Buenos Aires, em fevereiro deste ano, fez uma instigante análise sobre a psicopatologia e os políticos, a qual cabe perfeitamente para certos homens que militam na política brasileira.
A jornalista Laura di Marco perguntou a Marietán como é possível de se distinguir um político decente de um político psicopata? A resposta do médico e professor da Universidade de Buenos Aires é o retrato falado de alguns políticos brasileiros que atualmente figuram nas primeiras páginas da imprensa. Eis a opinião do conceituado psiquiatra argentino.
“Uma característica básica do psicopata é que ele é um mentiroso, mas não é um mentiroso qualquer. É um artista. Mente com a palavra, mas também com o corpo. Atua. Pode, inclusive, fingir sensibilidade. Acreditamos nele uma e outra vez, porque é muito convincente. Um dirigente qualquer sabe que tem que cumprir sua função durante um tempo determinado. E cumprida a missão, vai embora. Ao psicopata, por outro lado, uma vez que está acima, ninguém pode tirá-lo: quer estar uma vez, duas, três vezes. Não deixa o poder e muito menos o delega”.
“Outra característica é a manipulação que faz das pessoas. Em torno do dirigente psicopata se movem pessoas que querem satisfazê-lo. Pessoas que, embaixo do efeito persuasivo, são capazes de fazer coisas de que outro modo não fariam. São pessoas subjugadas, sim, e, inclusive, podem ser de alto nível intelectual. O líder psicopata não considera os cidadãos como pessoas com direito, mas as consideram como coisas, porque o psicopata sempre trabalha para ele mesmo, ainda que em seu discurso diga tudo ao contrário.”
“O psicopata vê as pessoas como simples instrumentos. Ele carece da habilidade emocional da empatia, que é a capacidade de qualquer pessoa normal de pôr-se no lugar do outro. ‘As coisas’(as pessoas), para o líder político com essas características, tem que estar a seu serviço: pessoas, dinheiro, a famosa caixa para pagamentos, para comprar vontades. Utilizam o dinheiro como elemento de pressão, porque utilizam a coerção. A pergunta do acionar psicopatológico típico é: como dobro a vontade do outro? Com um cargo, com um plano, com um subsídio? Como divido?”
“Os políticos importantes – concluiu o Dr. Hugo Marietán – geralmente são psicopatas por uma simples razão: o psicopata adora o poder. Utiliza as pessoas para obter mais e mais poder e as transformam em ‘coisas’ para o próprio benefício dele. Isto não quer dizer, logicamente, que todos os políticos ou todos os líderes sejam psicopatas, mas sim que o poder é um ambiente onde eles se movem como peixe na água”.
QUEM É MARITÁN
O psiquiatra Hugo Maritán, tem 57 anos, além de professor na UBA, é vice-diretor da revista de neuropsiquiatria Almaceón e coordenador do portal espanhol psiquiatria.com. Nos hospitais Moyano, Esteves e Borda, na capital argentina, dirigiu cursos de semiologia psiquiátrica.
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