SOBRE A TURNÊ DA MENTIRA DE ÍNDIOS NA EUROPA - É ESCLARECER OU PEDIR O BONÉ
Por Rebecca Santoro
Com apoio das ONGs Survival Internacional e Anistia Internacional, dois índios, Jacir José de Souza (macuxi) e Pierlângela Nascimento da Cunha (uapixana), fazem turnê pela Europa, defendendo a homologação da reserva Raposa da Serra do Sol em terras contínuas. Nesta sexta-feira, 27 de junho, eles conquistaram, em Paris, o suporte de um dos ícones da esquerda mundial, Danielle Mitterrand. Não pretendem parar por aí – querem o apoio até do Papa.
O problema mais sério, entretanto, não é o fato destes índios, patrocinados por ONGs estrangeiras estarem pedindo apoio a gente a quem não cabe emitir um único ruído opinativo sobre o que quer que aconteça dentro do Brasil. A pior coisa que está ocorrendo é que esses índios, auxiliados e orientados por entidades estrangeiras, estão usando o vídeo da confusão que eles mesmos provocaram, ao invadirem uma das fazendas do arrozeiro José Paulo Quartiero, da qual foram rechaçados à bala, depois de se recusarem a negociar para se retirar, pacificamente, e de ameaçarem funcionários daquela fazenda, com foices, lanças e arco e flechas (porém, sem que nenhum deles tenha sido atingido mortalmente), para MENTIR DESCARADAMENTE, afirmando que se trata de um vídeo que mostraria um ataque de pistoleiros, a mando dos fazendeiros, a uma aldeia indígena.
É preciso, no mínimo, uma reação, nem que seja um ato isolado do Itamaraty, para esclarecer esta situação, internacionalmente, e também para impedir que uma mentira deslavada como essa seja repassada a autoridades estrangeiras, como se verdade fosse e sem que haja, por parte do governo brasileiro, a mínima intenção de desmentir tal engôdo, num crime inqualificável por parte deste governo com o próprio estado brasileiro – que deveria ser defendido.
É preciso que alguma autoridade legal neste país tome uma providência no sentido de exigir, sob pena de impeachment, que o presidente da república esclareça esta vergonhosa mentira que estes dois cidadãos estão a propalar pelo mundo, buscando apoio internacional para uma causa, cujas questões aliás, só deveriam dizer respeito aos brasileiros.
O Brasil não é do presidente Lula nem de seu partido e muito menos de seus aliados. O Brasil é do povo brasileiro como um todo e o homem que ocupa a presidência, quer queira ou não, tem a obrigação de esclarecer esta situação ao mundo, em defesa dos interesses nacionais e da própria verdade. O presidente da república, como homem e pessoalmente, tem até o direito de não querer fazer isso; mas, então, não pode continuar presidente.
Há limites para o absurdo e, nesse caso, todos estes limites, se não houver uma atitude do governo brasileiro, todos eles estarão inadmissivelmente ultrapassados.
Leiam a matéria abaixo:
Sábado, 28 junho de 2008
Índios obtêm apoio de Danielle Mitterrand
Andrei Netto
Depois de parlamentares europeus e de líderes políticos britânicos, os índios da reserva indígena Raposa Serra do Sol (RR) que buscam apoio na luta pela homologação de suas terras pelo Supremo Tribunal Federal (STF) conquistaram ontem, em Paris, o suporte de um dos ícones da esquerda mundial, Danielle Mitterrand. Entre militantes pró-direitos humanos e ambientalistas, a ex-primeira-dama da França na gestão de François Mitterrand fez defesa veemente da causa dos indígenas no Brasil.
Os representantes das tribos macuxi e uapixana, também líderes do Conselho Indígena de Roraima, tentam na Europa sensibilizar autoridades políticas e organizações não-governamentais (ONGs) para garantir apoio em sua luta jurídica contra arrozeiros instalados na reserva, homologada em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A pedido de advogados dos produtores rurais e de políticos da região, em agosto os ministros do STF devem analisar a constitucionalidade da decisão do Executivo.
A conferência de Paris foi realizada na tarde de ontem, na sede da Fundação Danielle Mitterrand, e foi a terceira etapa da turnê européia que os dois índios fazem pela Europa, com apoio das ONGs Survival Internacional e Anistia Internacional. As duas primeiras reuniões haviam acontecido em Bruxelas, na Bélgica, e em Londres.
Ontem, diante de platéia que lotou o auditório da fundação, Jacir José de Souza (macuxi) e Pierlângela Nascimento da Cunha (uapixana) relataram suas versões da disputa com os produtores rurais em Roraima. Antes disso, um vídeo de um conflito entre índios e arrozeiros impressionou o público.
"Jagunços contratados, armados e bombas caseiras nos ameaçam o tempo todo. Já somos 21 os líderes assassinados à bala", afirmou Jacir. "Atos de violência acontecem há mais de 35 anos, mas essa é só a primeira vez que filmamos. Os ataques acontecem contra nossas casas, escolas, contra as pessoas", reforçou Pierlângela, que, como Jacir, evitou críticas ao governo Lula.
Danielle Mitterrand mostrou conhecimento sobre a situação indígena na América Latina e pediu providências das autoridades e mobilização das ONGs. "É algo que infelizmente acontece no mundo todo. O direito dos índios brasileiros existe e está assegurado na Constituição de 1988. Esses índios estão em suas terras, as quais habitam há muito tempo, e já tiveram seu direito reconhecido", destacou.
A turnê européia prosseguirá hoje, mais uma vez em Bruxelas. Depois, deve chegar a Milão e Roma, na Itália, onde ativistas negociam encontro da comitiva com o papa Bento XVI. Ainda estão previstos atos em Lisboa.
Por Rebecca Santoro
Com apoio das ONGs Survival Internacional e Anistia Internacional, dois índios, Jacir José de Souza (macuxi) e Pierlângela Nascimento da Cunha (uapixana), fazem turnê pela Europa, defendendo a homologação da reserva Raposa da Serra do Sol em terras contínuas. Nesta sexta-feira, 27 de junho, eles conquistaram, em Paris, o suporte de um dos ícones da esquerda mundial, Danielle Mitterrand. Não pretendem parar por aí – querem o apoio até do Papa.
O problema mais sério, entretanto, não é o fato destes índios, patrocinados por ONGs estrangeiras estarem pedindo apoio a gente a quem não cabe emitir um único ruído opinativo sobre o que quer que aconteça dentro do Brasil. A pior coisa que está ocorrendo é que esses índios, auxiliados e orientados por entidades estrangeiras, estão usando o vídeo da confusão que eles mesmos provocaram, ao invadirem uma das fazendas do arrozeiro José Paulo Quartiero, da qual foram rechaçados à bala, depois de se recusarem a negociar para se retirar, pacificamente, e de ameaçarem funcionários daquela fazenda, com foices, lanças e arco e flechas (porém, sem que nenhum deles tenha sido atingido mortalmente), para MENTIR DESCARADAMENTE, afirmando que se trata de um vídeo que mostraria um ataque de pistoleiros, a mando dos fazendeiros, a uma aldeia indígena.
É preciso, no mínimo, uma reação, nem que seja um ato isolado do Itamaraty, para esclarecer esta situação, internacionalmente, e também para impedir que uma mentira deslavada como essa seja repassada a autoridades estrangeiras, como se verdade fosse e sem que haja, por parte do governo brasileiro, a mínima intenção de desmentir tal engôdo, num crime inqualificável por parte deste governo com o próprio estado brasileiro – que deveria ser defendido.
É preciso que alguma autoridade legal neste país tome uma providência no sentido de exigir, sob pena de impeachment, que o presidente da república esclareça esta vergonhosa mentira que estes dois cidadãos estão a propalar pelo mundo, buscando apoio internacional para uma causa, cujas questões aliás, só deveriam dizer respeito aos brasileiros.
O Brasil não é do presidente Lula nem de seu partido e muito menos de seus aliados. O Brasil é do povo brasileiro como um todo e o homem que ocupa a presidência, quer queira ou não, tem a obrigação de esclarecer esta situação ao mundo, em defesa dos interesses nacionais e da própria verdade. O presidente da república, como homem e pessoalmente, tem até o direito de não querer fazer isso; mas, então, não pode continuar presidente.
Há limites para o absurdo e, nesse caso, todos estes limites, se não houver uma atitude do governo brasileiro, todos eles estarão inadmissivelmente ultrapassados.
Leiam a matéria abaixo:
Sábado, 28 junho de 2008
Índios obtêm apoio de Danielle Mitterrand
Andrei Netto
Depois de parlamentares europeus e de líderes políticos britânicos, os índios da reserva indígena Raposa Serra do Sol (RR) que buscam apoio na luta pela homologação de suas terras pelo Supremo Tribunal Federal (STF) conquistaram ontem, em Paris, o suporte de um dos ícones da esquerda mundial, Danielle Mitterrand. Entre militantes pró-direitos humanos e ambientalistas, a ex-primeira-dama da França na gestão de François Mitterrand fez defesa veemente da causa dos indígenas no Brasil.
Os representantes das tribos macuxi e uapixana, também líderes do Conselho Indígena de Roraima, tentam na Europa sensibilizar autoridades políticas e organizações não-governamentais (ONGs) para garantir apoio em sua luta jurídica contra arrozeiros instalados na reserva, homologada em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A pedido de advogados dos produtores rurais e de políticos da região, em agosto os ministros do STF devem analisar a constitucionalidade da decisão do Executivo.
A conferência de Paris foi realizada na tarde de ontem, na sede da Fundação Danielle Mitterrand, e foi a terceira etapa da turnê européia que os dois índios fazem pela Europa, com apoio das ONGs Survival Internacional e Anistia Internacional. As duas primeiras reuniões haviam acontecido em Bruxelas, na Bélgica, e em Londres.
Ontem, diante de platéia que lotou o auditório da fundação, Jacir José de Souza (macuxi) e Pierlângela Nascimento da Cunha (uapixana) relataram suas versões da disputa com os produtores rurais em Roraima. Antes disso, um vídeo de um conflito entre índios e arrozeiros impressionou o público.
"Jagunços contratados, armados e bombas caseiras nos ameaçam o tempo todo. Já somos 21 os líderes assassinados à bala", afirmou Jacir. "Atos de violência acontecem há mais de 35 anos, mas essa é só a primeira vez que filmamos. Os ataques acontecem contra nossas casas, escolas, contra as pessoas", reforçou Pierlângela, que, como Jacir, evitou críticas ao governo Lula.
Danielle Mitterrand mostrou conhecimento sobre a situação indígena na América Latina e pediu providências das autoridades e mobilização das ONGs. "É algo que infelizmente acontece no mundo todo. O direito dos índios brasileiros existe e está assegurado na Constituição de 1988. Esses índios estão em suas terras, as quais habitam há muito tempo, e já tiveram seu direito reconhecido", destacou.
A turnê européia prosseguirá hoje, mais uma vez em Bruxelas. Depois, deve chegar a Milão e Roma, na Itália, onde ativistas negociam encontro da comitiva com o papa Bento XVI. Ainda estão previstos atos em Lisboa.
In Estadão
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