Reportagem Especial
"Não há alerta na Amazônia"
"Não há alerta na Amazônia"
Entrevista: General Augusto Heleno Ribeiro, comandante do Comando Militar da Amazônia
A segurança da fronteira brasileira mais próxima da área de crise está nas mãos de um dos mais experimentados oficiais do país: o general Augusto Heleno Ribeiro, o primeiro comandante da missão de paz das Nações Unidas no Haiti. Desde que deixou a missão no Caribe, Heleno chefia o Comando Militar da Amazônia. São 11,5 mil quilômetros de uma porosa fronteira amazônica com Colômbia, Venezuela e Peru.
Em entrevista a Zero Hora, por telefone, Heleno garantiu que não há mobilização especial de tropas brasileiras na área ou alerta por causa da atual crise entre os vizinhos. Porém, admitiu que o assunto é tema de análises e conversas informais na cúpula do Exército, reunida esta semana em Brasília. Leia os principais trechos da entrevista:
Zero Hora - O senhor deu ordens especiais às unidades de fronteira em razão da crise?
General Augusto Heleno Ribeiro - Por enquanto, não houve reflexo na área militar, a não ser preocupação, análise, mas nada que resultasse em movimento de tropa, reforço na fronteira, alerta, nada disso.
ZH - Qual é o local mais difícil de fazer a segurança na fronteira?
Heleno - Toda a região é difícil porque é área de selva. Não há estradas. Os meios de ligação mais confiáveis são os rios. Porém, as complicações são para nós e para possíveis adversários. Para nós, a complicação é menor, porque conhecemos a área. Temos o melhor combatente de selva do mundo.
ZH - O senhor conhece pessoalmente essas áreas?
Heleno - Já fui a quase todas as minhas unidades de fronteira. Os nossos pelotões estão localizados em clareiras na selva. Na maioria dos casos, são a única presença do Estado. É uma área de difícil sobrevivência. Esses comandantes de pelotões são tenentes de entre 25 e 27 anos, com enormes responsabilidades. As comunidades que gravitam em torno desses pelotões são típicas da Amazônia, muitas delas indígenas.
ZH - Em caso de guerra entre Venezuela e Colômbia, a região da Cabeça do Cachorro seria a mais problemática para o Brasil?
Heleno - Toda a área é difícil, mas é uma região que conhecemos muito bem. Controlar uma fronteira com essa extensão e com as características da Amazônia é muito difícil, mas procuramos fazer o melhor possível.
ZH - As Farc infiltram-se em território brasileiro?
Heleno - De jeito nenhum. Quando alguém das Farc vem ao território brasileiro, chega sem caracterização de guerrilheiro. Vem como cidadão colombiano, com sua documentação em dia. Aí, não se pode fazer nada.
ZH - Se a Colômbia atacasse a zona de fronteira com o Brasil, como aconteceu com o Equador, qual seria a resposta brasileira?
Heleno - Isso não é problema meu, extrapola meu raio de ação.
ZH - Se houver infiltração das Farc, como o Brasil responderá?
Heleno - Não há razão para levantar essa hipótese, porque isso não aconteceu. A única vez que ocorreu foi em 1991 (incidente no Rio Traíra) e respondemos logo.
ZH - Se houver infiltração, seus homens responderão com fogo, como em 1991?
Heleno - Não sei. Isso aí não adianta a gente fazer bravata. RODRIGO LOPES
2 comentários:
See Here or Here
oi bom dia,
trabalho para uma empresa que esta chegando agora no Brasil, com o objetivo de trazer para o mercado nacional uma nova tecnologia, que eh o uso de avioes ao inves de helicopteros para trabalho de inteligencia aerea, depois de ver a entrevista do General Augusto Heleno, achei que seria de interesse dele saber sobre essa tecnologia.
O problema eh que nao consigo o contato dele e gostaria de saber se voces do site poderiam me ajudar.
Muito obrigado
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