SOLDADOS POBRES
Sou um soldado profissional. Passei trinta anos no Exército Brasileiro. Sou recruta de l968.
Nos bancos da saudosa Academia Militar das Agulhas Negras, aprendi a servir à Pátria.
Meus professores e instrutores, todos Oficiais do Exército, me ensinaram lições de honra, moral, integridade e respeito, muito respeito ao patrimônio da nação, aos parcos recursos destinados às ForçasArmadas.
Nunca esqueci a lição permanente, e sempre repetida: "somos um Exército pobre de uma Nação pobre". (Capitão Carvalho Lopes).Levei aos quartéis onde servi, nos vários rincões do imenso território Brasileiro, os ensinamentos e as normas de higidez moral e parcimônia no trato do bem público.
Em todos as unidades Militares, em todo Quartel, Base Aérea, Navio da Armada, a lição era (e é) sempre a mesma: não desperdiçar, não exagerar, poupar, planejar, agir com os próprios meios, usar a imaginação.Uma lâmpada acesa durante o dia era motivo pra reprimenda, admoestações, novas recomendações escritas, etc. Um tubo de pvc quebrado com desperdício de água, era o caos.
Ao soldado recruta as normas de economia e racionalidade atingiam ao extremo: "coma à vontade, repita se necessário, mas não deixe nada na marmita". A frase afixada em todos os alojamentos e locais de trabalho é exemplo do cuidado com o bem público: " a luz que você apaga, a Nação não paga".
O Soldado é por formação e dado à sua natureza despojada, desapegado às comodidades e ao conforto na sua lida castrense.As instalações, os alojamentos da tropa, os locais de trabalho de Oficiais e Sargentos são desprovidos de luxo, mordomias, aquecimento ou ar condicionado. Na campanha do Rio Grande do Sul, onde servi por vários anos e onde o frio é intenso no inverno e o calor escaldante no verão, não existia nem água quente pro banho da tropa.
Na AMAN, nos meus gloriosos dias de Cadete, também não havia. O Exército não tinha recursos, nem pra chuveiros, nem pra bancar a conta de energia elétrica. Nunca vi um Cadete, Soldado ou Tenente morrer de frio.No Sul do Brasil, o hábito do chimarrão é arraigado e alguns Comandantes liberam as instalações da cozinha pra aquecer a água da garrafa térmica, duas vezes ao dia, com hora pré-determinada, é claro. Alguns soldados, os Sargentos e Oficiais mais antigos, gostam eles mesmos de preparar o "amargo" e usam pra aquecer a água o antigo "rabo-quente", o aquecedor elétrico de imersão. Esta prática não raras vezes foi proibida por dois motivos elementares: a rede elétrica dos aquartelamentos, a imensa maioria com mais de cinqüenta anos de idade, não é compatível com a demanda elétrica necessária e a conta no final dos meses de inverno ultrapassaria o crédito destinado ao pagamento da energia elétrica.
Nas décadas de setenta e oitenta, durante os "anos de chumbo", quando o total de impostos recolhidos do contribuinte atingia 16% no governo do ínclito General Ernesto Geisel e 21% no governo do General Figueiredo, as atividades diárias de instrução da tropa, acampamentos e manobras se desenrolavam com naturalidade, dispondo os Comandantes dos recursos necessários.
Não faltava combustível, munição, ração operacional, baterias pra rádios-comunicadores de campanha, etc. A comida de toda a tropa erafarta, variada e gostosa. As FFAA recebiam regularmente novos equipamentos e os antigos mosquetões de repetição manual foram substituidos por armas automáticas. Ainda assim, nunca houve uma "corrida armamentista", nunca nos locupletamos, jamais exigimos da nação o que ela não poderia nos dar.Continuamos sendo um "Exército pobre de uma Nação pobre".
Isto aconteceu no século passado, há mais de trinta anos.Vinte anos são decorridos desde a retomada do poder pela velha oligarquia política, a calhorda que aí está, com todas as honras e glórias, roubando, extorquindo e dilapidando a nação.
Os impostos que nos anos de chumbo atingiram 21%, agora ultrapassam 38% e continuam subindo. As FFAA estão em estado pré-falimentar, sem recursos pra água, luz ou telefone, sem combustível pra Armada, sem peças de reposição pra sucateada frota de aeronaves da Força Aérea Brasileira.
Não há recursos, é a resposta simplória e mentirosa dos irresponsáveis que hoje dirigem a nação. FFAA são desnecessárias dizem os ingênuos, incautos ou despreparados. O miserável Haiti, que o diga. Acabaram com as FFAA com os mesmos argumentos. Dispensaram os soldados e liquidaram o país. Viu FHC? Viu Lulla?São cegos e inconseqüentes.
Não olham nossos olhos. Não compreendem e não aceitam nossa altivez. Não têem a coragem e a grandeza de enfrentar o olhar franco e iluminado do soldado. Não existe traição, perfídia, perseguição sem fim, rancor sem limites, vingança covarde que nos destrua.
Somos mais fortes, treinados na adversidade, resistentes na agonia, unidos na dor. Nós esperamos, perseveramos, resistimos. E aguardamos!Enganam-se os que buscam nosso fim, agindo covardemente, tentando nos asfixiar pela falta de recursos, municiando nossos detratores, investindo contra nossa sagrada missão, desprezando nossas instituições. Instituições seculares, sagradas, permanentes, indispensáveis à Nação.
SOMOS SOLDADOS POBRES, JAMAIS SEREMOS POBRES SOLDADOS.GERSON MARQUARDT CORONEL DA RESERVA
2 comentários:
http://www.coturnonoturno.blogspot.com/
Sexta-feira, 1 de Agosto de 2008
E o terrorista vai virar brasileiro.
Na ânsia de desqualificar os e-mails contundentes enviados por "Cura Medina"ao número dois das FARC, Raul Reyes, resgatados dos seus computadores, o governo Lula, através dos seus interlocutores no PT e nos blogs das ratazanas, usam dois argumentos: o primeiro é que a revista Cambio pertence a família do Ministro da Defesa da Colômbia e, portanto, faz parte do "PIG" daquele país, e o segundo é que não há uma única resposta de Reyes às mensagens recebidas. Sobre a primeira colocação, prevalece a lógica estúpida de que o canal tem mais importância que a mensagem, à qual não conseguem contestar, visto que foi auditada pela Interpol. Sobre a segunda tentativa de desqualificação, fica a sugestão de que a Polícia Federal faça uma busca nos computadores utilizados pelo terrorista neste período, que aprendam os discos rígidos ou que o governo brasileiro solicite, oficialmente, que o governo da Colômbia libere todas as informações sobre o caso, que envolvam o Brasil, a uma Comissão do Senado, com o acompanhamento da imprensa. Não há como negar a participação do governo Lula numa ação planejada de apoio às FARC, que começou com a transformação de um terrorista em "refugiado político" e que culminaria com a sua naturalização. Para provar isso, basta analisar o último e-mail denunciado pela revista Cambio:
ACTUAR CON CAUTELA
14 de abril de 2007
De: 'Cura Camilo'
A: 'Raúl Reyes'
"Debo actuar con cautela para no facilitar al enemigo argumentos que lleven a cuestionar el refugio. En ese sentido, el haber conseguido el traslado de 'la Mona' y 'la Timbica' para la capital del país, ha sido importante. Ese bajo perfil lo mantendré hasta la neutralización. Obtenida esta, tendré pasaporte brasileño y lo primero que debo pensar es en irlos a ver".
TRADUZINDO
O terrorista informa que ficará no que popularmente se denomina de "moita", até receber o seu passaporte e a sua nacionalidade brasileira. Que o emprego da sua mulher "Mona", ou Ângela Maria Slongo, dentro do Palácio do Planalto, foi um passo importante. E que, assim que "virar brasileiro", a primeira coisa que vai fazer é ir ver os seus camaradas narcotraficantes, seqüestradores e assassinos das FARC.
Postado por Coronel às 10:10:00 8 comentários
Nada de novo.
A imprensa repercute, hoje, as mesmíssimas coisas que foram ditas ontem, pelos blogs, sobre a matéria da revista colombiana Cambio que comprova a ligação do governo Lula e do PT com as FARC, a partir do Palácio do Planalto. Não acrescenta nada. Nem ao menos uma declaração da oposição raquítica brasileira ou dos "melancias" da reserva e da ativa, inclusive do tenente brigadeiro Ivan Frota, que foi citado por Olivério Medina como um "contato"no Brasil. De resto, o governo Lula aceita extra-oficialmente a provocação deste Blog, afirmando que tudo não passa de uma campanha para obter a expulsão do terrorista assassino que priva da amizade e proteção de altos membros do governo. Conforme a Folha de São Paulo, ontem, um assessor próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo da Colômbia quer "pôr a mão" no guerrilheiro Olivério Medina. A idéia seria usar os e-mails do computador de Reyes para conseguir a anulação do status de refugiado político obtido por Medina na Justiça e conseguir sua extradição.
Bom-dia!
For falar em economia, lembro de que quando fui funcionário civil do que hoje é o 3º B Sup nos interruptores de luz havia uma plaquinha adesiva com a frase "a luz que você apaga o Batalhão não paga".
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