Notícias Militares

terça-feira, 30 de junho de 2009

A CRISE EM HONDURAS




Entenda a origem da crise política em Honduras

Luiz Raatz, do estadao.com.br

SÃO PAULO - A crise política em Honduras se agravou a partir de março quando o presidente Manuel Zelaya apresentou uma proposta para realizar um plebiscito sobre a criação de uma assembleia constituinte que permitisse a reeleição presidencial. Zelaya, que se elegeu por uma coalizão de centro-direita em uma acirrada disputa em 2005, se aproximou durante o mandato do presidente venezuelano, Hugo Chávez e tem enfrentado uma oposição cada vez mais severa da oposição hondurenha.

Em março, Zelaya propôs realizar um referendo para realizar em novembro uma Assembleia Constituinte. Segundo ele, a mudança constitucional era necessária para fazer as mudanças que Honduras necessita para se desenvolver. Entre as mudanças está a reeleição para presidente. Segundo a atual Carta Magna do país, promulgada em 1982, o mandato único do presidente da república é uma cláusula pétrea e não pode ser alterada.

Zelaya governa com minoria no Congresso, que é unicameral. Seu partido, o Liberal, tem 62 cadeiras, contra 55 do Partido Nacional e outras 11 de partidos opositores menores. Com a proposta do referendo, o presidente começou a perder apoio dentro do próprio partido.

Em Honduras, a Suprema Corte, que é apontada pelo Legislativo, também se posicionou contra a realização do referendo. Zelaya também tem uma relação difícil com os meios de comunicação. Em 2007, obrigou por decreto rádios e televisões a exibirem duas horas de propaganda do governo por julgar que a cobertura dos grandes veículos era tendenciosa.

Semana tumultuada

Na última semanas, a tensão entre o Executivo e os demais poderes e o Exército cresceu. O plano do presidente foi considerado ilegal pelo Congresso e pela Justiça. Na terça-feira, o Congresso aprovou uma lei que proíbe a realização de referendos ou plebiscitos 180 dias antes ou depois de eleições gerais, o que impossibilitaria os planos do presidente. Em seguida, o chefe do Exército, general Romeo Vasquez, disse que não ajudaria na organização do referendo para não desrespeitar a lei.

Líderes militares se recusaram a entregar urnas para a votação, uma decisão que levou à demissão do general Vasquez e à renúncia do ministro da Defesa, Edmundo Orellana. Os chefes da Marinha e da Aeronáutica também renunciaram em protesto.

Na quinta-feira, o presidente e seus simpatizantes entraram em uma base militar e retiraram as urnas que estavam guardadas lá.O Exército, por sua vez, colocou centenas de soldados nas ruas da capital, dizendo que quer prevenir que os aliados do presidente causem confusão.

No sábado, o presidente ignorou uma decisão da Suprema Corte para devolver o cargo ao chefe do Exército. "Nós não vamos obedecer a Suprema Corte", disse o presidente a uma multidão de simpatizantes em frente à sede do governo. "A corte, que apenas faz justiça aos poderosos, ricos e banqueiros, só causa problemas para a democracia."

No domingo, militares invadiram o palácio presidencial, prenderam Zelaya, ainda de pijama, em seu dormitório e o colocaram num avião para a Costa Rica. À noite, o Congresso leu uma carta atribuída ao presidente na qual ele renunciava, o que foi desmentido por ele, e o destituiu do cargo.

VENCIMENTOS





Como sempre as colocações do Batalha vão de encontro aos meus desejos e anseios.
Temos sim que pressionar o congresso e se não houver uma resposta positiva acenarmos para uma rebelião o que os fará tremer e se borrarem todos.
Faz tempo venho tentando mostrar que esta conversa de mandar emails, notícias para os jornais e fazer boletins virtuais, apregoada até por generais hoje na reserva, e que não fizeram, quando na ativa, nada mais do que colocar em forma máquinas de escrever e datilógrafos, é coisa do passado pois todos os outro lado, além de terem estrutura melhor que a nossa para este tipo de trabalho, contam com os jornalistas e estão patrulhando todos os servidores. Quem não acreditar que espere para ver o que vai acontecer em pouco tempo.
Mais uma vez, meu caro amigo Batalha, parabéns; não existe outro caminho que não seja a intimidação pela força.
Rogerio


Resumo da ópera:

Na época em que esses fatos se deram os vencimentos dos servidores públicos civis e militares tinham como teto os vencimentos dos ministros de Estado (hoje, o teto é o STF, bem maior, mas os ministros não precisam de vencimentos pois têm os cartões corporativos ...).

Os generais preocuparam-se, então, com eles apenas: montaram uma equação tendo no primeiro membro os percentuais relativos às gratificações (que atingiam cerca de 300%) aplicadas sobre a incognita SOLDO, e, como segundo membro o valor dos vencimentos de ministro de Estado (teto).

Daí surgiu o SOLDO LEGAL ou SOLDO AJUSTADO de oficial general, escalonado para os demais postos e graduações.

Acontece que as gratificações destes últimos eram muito inferiores (tenente coronel atingia um máximo de 200 % e sargento pouco mais de 150 %) e acabamos ficando com vencimentos mais aviltados ainda (exceto os generais).

Mais tarde, o teto passou a ser o de ministro do STF, que não foi estendido aos militares por termos legislação salarial específica.

O pior é que ninguém reclamou, afinal de contas servimos às FF AA por vocação, nossa carreira é um sacerdócio ...

Não acredito que possamos ter sucesso em ação judicial, pois a lei posterior, que alterou o teto do funcionalismo elevando-o ao dos ministros do STF, não incluiu os militares por termos sistema remuneratório próprio.

A solução é a PEC da isonomia, que corrigirá essa distorção (infelizmente, até agora, legal).

Mas somente conseguiremos aprovação da PEC se pressionarmos (não adianta enviar e-mails nem cartas para jornais) o Congresso usando o argumento que os políticos mais temem: uma rebelião (que, aliás, resolverá outros problemas mais graves ...).

BATALHA

PS: faltou incluir as Polícias Militares nessa PEC. Eles estão reivindicando isonomia entre as PM em PEC específica, que poderia ser incorporada à nossa. E é até possível que a deles passe e a nossa não pois eles partem para a luta.

OS PREÇOS DE CARROS..


Andei vendo uns preços de carros pelo muudo e notem que interessante:

Nos EUA, os norte-americanos, que são pobres e sofrem com a crise, pagam U$ 21.620,00 por uma Hyundai Tucson V-6 2w4 com tudo que tem direito (uns R$ 43.000,00 ) enquanto nós, aqui do país das marolas, e que somos ricos e vivemos em outro mundo, a TUCSON mais barata, sem ABS, apenas 2 airbags e bem inferior, está ,na propaganda da Veja, por R$ 64.900,00! A TUCSON "pé-e-boi" deles, smuito uperior à daqui, a mesma da propaganda mencionada, fica em U$ 18.070,00.... uns R$ 35.000,00! Finalmente, para nós, a garantia é de 5 anos e, para eles, bem acima do equador, 10 (dez)! Não tive forças para dar uma olhada nos juros, mas tenho a impressão de que o que pagamos aqui por mês eles pagam por ano. Quem tiver um bom coração poderá fazer este favor....

A CRISE NO SENADO



Política
José Nery Azevedo


A prolongada e grave crise ética do Senado é um espelho dos problemas não resolvidos pela democracia brasileira. Formalmente somos um país que exercita periodicamente a consulta ao povo para eleger seus representantes. Na verdade, o financiamento privado das campanhas eleitorais, a cultura patrimonialista enraizada na máquina estatal e a impunidade dos delitos contra o erário público dão contornos elitistas e incompletos para esta democracia. O predomínio do poder econômico nas definições políticas, seja elegendo diretamente afilhados políticos, seja por meio de eficientes lobbys, destrói a legitimidade das decisões do Parlamento brasileiro.


A recente crise que arrasta o Senado para o mais profundo desgaste político é fruto deste contexto. Agrega-se a isto a existência de uma azeitada máfia, incrustada nos principais setores administrativos, que cresceu com o apoio e ou omissão de seguidas mesas diretoras. A edição de atos secretos é apenas um pedaço do iceberg. Temos todos os contratos de prestação de serviços terceirizados sob suspeita e até a concessão de empréstimos consignados foram afetados pelos esquemas de corrupção.



Em termos gerais a crise ética precisa ser enfrentada com uma profunda reforma política que, entre outras mudanças, estabeleça o financiamento público de campanha, formas de participação direta dos cidadãos nas decisões do Parlamento e total transparência de seus atos para a sociedade.



É preciso reverter a cultura de impunidade, desenvolvendo uma verdadeira operação mãos limpas, começando a mandar para a cadeia os corruptos provisoriamente presos pela Polícia Federal e soltos em seguida pela Justiça. A sociedade não voltará a acreditar no Estado sem uma demonstração de que os poderosos também podem ser punidos.



A crise imediata do Senado passa pela saída do atual presidente da Casa, senador JOSÉ SARNEY, que não possui condições políticas para continuar dirigindo a Casa e tem vínculos estreitos com os principais acusados de pertencer a máfia ali instalada. As constantes denúncias envolvendo nomeações irregulares de familiares do presidente Sarney tornaram ingovernável a sua gestão.



Passa também pela instalação imediata de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a fundo, quebrar o sigilo bancário e telefônico de todos os servidores envolvidos e descobrir todos os vínculos da máfia, inclusive com senadores. O resultado dessa investigação deve orientar uma profunda reforma administrativa na Casa, além da adoção de medidas transparentes que permitam maior controle da sociedade sobre exercício da atividade parlamentar.



Infelizmente a trajetória anterior do Senado foi de não punir e nem de investigar a fundo. A ação que desenvolvemos para cassar os mandatos de senadores envolvidos em fatos que caracterizavam quebra de decoro parlamentar foi abortado pela cultura da impunidade.



Espero que a atual crise sirva de lição. O Senado Federal só tem importância para a sociedade se conseguir aproveitar a atual crise e desmontar por completo a verdadeira máfia que se instalou no seu interior. É bem provável que esta máfia tenha laços com senadores, por isso cabe apuração rigorosa de todos os fatos e punição exemplar dos envolvidos, sejam eles servidores ou parlamentares. É o mínimo que a sociedade espera.

REAJUSTES DE SERVIDORES FEDERAIS


Reajuste de servidores federais chega a 30%

Vale para 620 mil funcionários do Executivo.
Aposentado e pensionista também recebem
Ana D'Angelo

Brasília - O reajuste dos servidores públicos federais do Executivo a ser concedido a partir de quarta-feira chega a 30%, conforme a carreira. Os aposentados e pensionistas também serão beneficiados com os mesmos percentuais dos ativos, conforme a classe em que se aposentaram. No total, receberão salário maior no início de agosto em torno de 620 mil funcionários. Para a maior parte deles, o percentual vai variar entre 5% e 15%.

NÃO PERCA NAS BANCAS: AS ALTERAÇÕES SALARIAIS A PARTIR DE 1º DE JULHO

Com a melhora do quadro econômico mundial no início do ano, o governo já tinha decidido manter o cronograma de reajustes dos servidores federais. Na quinta-feira passada, o Palácio do Planalto vazou para a imprensa que a decisão de pagar foi do presidente Lula.

Com essa nova rodada de reajustes, a remuneração mais alta será dos auditores fiscais da Receita e do Trabalho e advogados da União. Eles iniciam a carreira ganhando R$ 13.067 e R$ 14.549 agora. Os aumentos foram concedidos por meio das medidas provisórias 431, 440 e 441, já convertidas em lei, de forma escalonada em 2008, 2009 e 2010, para a maior parte das carreiras, beneficiando 1,3 milhão de servidores civis e militares, ativos e inativos.

Para algumas delas, o novo reajuste estava previsto para fevereiro, março e junho e já foi incorporado, como é o caso de professores de universidades e escolas federais e servidores do Ministério da Fazenda enquadrados no Plano Especial de Cargos. Servidores de áreas administrativas, como os do Plano Geral de Cargos (PGPE) e do Plano Especial da Polícia Federal, também receberão mais a partir deste mês.

Salário dobra em agências

Os servidores da carreira do IBGE, Fiocruz e Inmetro estão entre os contemplados com o maior aumento a partir deste mês. Mas eles não são os que mais receberam reajuste desde 2008. Os campeões de ganho salarial são os funcionários das agências reguladoras, como Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações), Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Há um ano, eles já tiveram um aumento entre 85% e 104%. Agora, estão tendo mais 11%. Um técnico administrativo de uma agência entra ganhando R$ 10.100 e o de nível médio, R$ 4.970.

Custo chega a R$ 14,5 bi em um ano

Os cofres públicos gastarão cerca de R$ 14,5 bilhões a mais este ano para bancar a nova rodada de reajuste salarial do funcionalismo, iniciada em 2008. Em 2010 e 2011, estão previstos mais aumentos, conforme as três medidas provisórias editadas no ano passado e já convertidas em leis. O gasto adicional será de R$ 46,3 bilhões.

Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, neste ano, as despesas com pessoal estão 22,6% mais altas em relação ao mesmo período de 2008, o que representa gasto adicional de R$ 2,2 bilhões por mês. A arrecadação de impostos vem caindo, o que tornará o custo da folha de pagamento do funcionalismo mais pesado para a população.

O Palácio do Planalto e o Ministério do Planejamento já tinham decidido honrar reajustes desde janeiro. Várias categorias já vinham recebendo aumentos, conforme prevê a lei.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Não houve golpe;;;




Novo chanceler diz que não houve golpe em Honduras

AE-AP - Agencia Estado



TEGUCIGALPA - O novo ministro de Relações Exteriores de Honduras, Enrique Ortez Colindres, disse hoje que a comunidade internacional deve respeitar a decisão do país de depor o presidente Manuel Zelaya. Colindres rechaçou que tenha havido um golpe de Estado no país. "Aqui não houve golpe de Estado porque os hondurenhos seguem regidos pela Constituição, que o governo anterior quis reformar sem nenhum fundamento e de maneira ilegal", afirmou o chanceler. "Com a influência do dinheiro e a propaganda esquerdista, se fez uma falsa imagem internacional de Honduras, que estamos dispostos a contestar."



Ortez Colindres disse que, "apesar de Honduras estar a ponto de entrar em colapso por uma loucura política e porque vivia na lei da selva, algumas nações tentam formar um bloco ideológico contra nós, o que trataremos de desarticular". Aludindo às ameaças do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de intervir militarmente em Honduras para devolver o poder a Zelaya, o ministro disse que "como vivíamos na lei da selva, qualquer tonto ameaça hoje nos invadir". E afirmou que, "apesar disso, buscaremos os amigos (não especificados) para enfrentar essa situação". "Hoje começaremos a viver de novo dentro da ordem jurídica", afirmou Colindres à rádio local HRN.



O novo presidente Roberto Micheletti também afirmou que o país sofre ameaças. Porém ressaltou que "cada hondurenho é um soldado, que defenderá sua pátria. Essas são especulações...e ninguém nos atemorizará". O Congresso designou Micheletti no domingo para concluir o mandato de Zelaya, de sete meses, que acaba em janeiro de 2010.



Pelo segundo dia consecutivo, continuam os apagões em grandes partes da capital e nas principais cidades hondurenhas. A Empresa Nacional de Energia Elétrica afirma que o problema se deve a "falhas técnicas", que tenta resolver rapidamente. Dezenas de partidários de Zelaya protestam em frente à Casa Presidencial, pedindo o retorno do presidente. Zelaya pretendia fazer uma consulta popular no domingo, para convocar uma Assembleia Constituinte a fim de reformar a Carta hondurenha, de 1982. Com isso, poderia tentar a reeleição. A Suprema Corte e os outros órgãos estatais afirmaram que essa consulta seria ilegal, por contrariar cláusulas pétreas da Constituição. Zelaya está agora em Manágua, na Nicarágua.

HONDURAS


Honduras - Quebra da institucionalidade

Do ex-blog do ex-prefeito do Rio Cesar Maia:

1. O presidente Manuel Zelaya foi eleito pelo Partido Liberal (direita) e algum tempo depois se tornou chavista. Com eleições convocadas para novembro deste ano, forçou o direito à reeleição. O Congresso rechaçou a proposta. Zelaya ignorou a decisão do Congresso e partiu para realizar o plebiscito de qualquer forma.

2. O promotor e defensor dos direitos humanos considerou o plebiscito ilegal. O STF, o TSE e o MP o declararam inconstitucional. O parlamento votou lei impedindo. Os comandantes das Forças Armadas foram exonerados. O Supremo determinou que o general chefe do estado maior fosse restituído a seu posto (medida inusitada).

3. A intervenção de Chávez foi alarmante. Mandou rodar as cédulas do plebiscito e fazer as urnas, e as enviou a Tegucigalpa. Insultou as autoridades constituídas hondurenhas - judiciais, militares e parlamentares. Chamou o chefe do estado maior, general Vásquez, de "gorila e traidor". E colocou suas Forças Armadas de prontidão. O presidente Zelaya foi ao aeroporto, com seus correligionários, receber o material desde Caracas. As urnas foram distribuídas por uma frota de táxis contratados.

4. O STF determinou a prisão de Zelaya. Este apresentou sua renúncia à presidência. Pela manhã, o Congresso aceitou a renúncia e nomeou presidente o presidente do Congresso, Roberto Micheletti. Zelaya foi detido pelo exército e transferido para Costa Rica. Negou a renúncia. Então Chávez o transferiu para Nicarágua e convocou reunião dos países do ALBA.

5. Os EUA ainda não reconheceram o novo presidente, assim como o Brasil e o Chile. Entendem que o impasse, e mesmo os excessos inconstitucionais de Zelaya, não requereriam a destituição do mesmo. Brasil, Equador e Bolívia foram exemplos nos últimos 20 anos de presidentes destituídos constitucionalmente, sem uso do exército.

SAUDADE MATADEIRA


SAUDADE MATADEIRA

Percival Puggina





Não, leitor, não virei letrista de música sertaneja. Ocorreu-me este título para o que escreverei a seguir porque nos últimos dias, participando de diversos programas de rádio e tevê sobre a crise do Senado, tenho podido perceber certa nostalgia em relação à ditadura de Vargas e à “ditabranda” dos militares.



Não creio que devamos ser nostálgicos. A democracia ainda é o melhor caminho, malgrado o imenso esforço despendido por muitos detentores de poder político para desmoralizá-la e suscitar saudades dos regimes de exceção.



Por vezes, sinto como se estivéssemos acometidos de uma espécie de surdez seletiva, desconectada de determinadas frequências e sons. Eles são emitidos, mas não os ouvimos. É como se de nada valesse falar sobre o caráter malévolo e torpe das nossas instituições. Elas são consideradas perfeitas exceto pelo pequeno detalhe de ficarem muito aquém das mais despojadas expectativas. E a nada serve falar sobre isso porque o som entra por um ouvido e sai pelo – digamos assim – dedão do pé.



As melhores democracias, mesmo em tempos de sociedade de massa, são aquelas que atribuem a chefia do governo à maioria parlamentar. No grupo dos 20 países mais desenvolvidos, apenas os Estados Unidos são presidencialistas (e há muito tempo não são bem governados). Aliás, só a dolarização da economia mundial tem salvado os Estados Unidos da bancarrota.



Por si só, um bom sistema de governo – que separe Estado, governo e administração, e atribua o governo à maioria parlamentar – não cria o pleno emprego, não garante boas aposentadorias, não acaba com a burrice e não alfabetiza ninguém. Não torna dignos os pilantras nem dá brio aos covardes. Mas tem três méritos: encurta a vida do mau governo, permite que o bom governo governe e, junto com uma lei eleitoral compatível, aprimora a representação política. Há um século, no Brasil, esse sistema de governo ganha do presidencialismo na discussão e perde para os presidentes no jogo de braço.



Foi assim com Deodoro e Floriano, com Jango, com Sarney, com Collor, com Fernando Henrique, com Lula e não será diferente em 2010. Um dos resultados é a contínua deterioração da cena política nacional, que já experimenta algo semelhante ao estrago que o cachimbo fez na boca do inglês: a deformação está ficando enorme e parece não haver ortodontia política que a resolva.



E o brasileiro, o que pensa a média da opinião pública sobre isso? Bem, uma parte se divide entre fechar o Senado; outra não sabe qual é o assunto; e outra, ainda, morre de saudades.

MÉRITO



Mérito

Encerradas as buscas brasileiras na área do Airbus acidentado, é indispensável o reconhecimento de que a FAB e a Marinha foram exemplares no seu trabalho. A dedicação e a competência não deram oportunidade a qualquer crítica, das tão comuns nesses momentos, aqui e no exterior.- JANIO DE FREITAS

domingo, 28 de junho de 2009

AMAN


Comandante da Aman recebe jornalistas



GENERAL PUJOL recebe os jornalistas na Aman


RESENDE
O comandante da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), general de Brigada Combatente Edson Leal Pujol, recebeu na manhã de ontem, representantes dos veículos de comunicação da cidade e região. Sob a orientação do tenente-coronel Souto, tenente Adriana Dabés, tenente Monteiro de Barros e tenente Ana Luisa de Oliveira Chaves, profissionais do A VOZ DA CIDADE, Folha Fluminense, Grande Alegria Fatos, Jornal Sem Fronteiras, Jornal do Interior; Sistema Resendense de Comunicação, Sistema Porto Real de Comunicação e TV Rio Sul tiveram a oportunidade de conhecer as dependências da Aman e, mais detalhadamente, seu funcionamento. Os jornalistas assistiram a um vídeo institucional e tomaram ciência da missão, visão de futuro e do organograma da Academia Militar.
Segundo o tenente-coronel Souto, a Aman atende a um universo de, aproximadamente, 12,5 mil pessoas. “Nosso efetivo da cidade acadêmica gira em torno de 539 oficiais, 1,7 mil cadetes, 1.955 praças (sargentos, subtenentes, cabos e soldados), 146 civis, 7.881 dependentes e inativos”, falou Souto, ressaltando a importância da Aman no Brasil e no mundo. “A Aman tem como visão de futuro ser um referencial de excelência, no âmbito das forças armadas, como estabelecimento de ensino em processo contínuo de evolução, e isto tem se tornado realidade. Este ano registramos o recorde de 46 cadetes de Nações Amigas fazendo intercâmbio conosco. Estudantes de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique (países africanos de Língua Portuguesa), Belize, Bolívia, Honduras, República Dominicana, Paraguai, Peru, Venezuela, Guatemala e Estados Unidos. Esses intercâmbios fazem parte da nossa estratégia nacional de defesa. Nossos cadetes também fazem intercâmbio e recebemos de duas a três visitas de militares estrangeiros por mês”, explicou Souto.
Além dos dados estatísticos, os jornalistas conheceram duas bibliotecas especializadas, teatro acadêmico, exposições do alojamento, bélica, de réplicas de quadros históricos, além das dependências de ensino que a instituição abriga em seus 66.415.055 metros quadrados de área.
De acordo com Souto, o perfil do concludente da Aman inclui diversas habilidades que são desenvolvidas e conquistadas ao longo dos quatro anos de estudos. “Nossos cadetes têm como perfil o autoaperfeiçoamento, competência interpessoal, habilidades cognitivas e físicas, conhecimento de idiomas (principalmente espanhol e inglês), uso da tecnologia, compreensão da conjuntura global e liderança a valores afetivos”, revelou o tenente-coronel, analisando a importância dessas habilidades ao se considerar as dimensões intercontinentais do país. “O Exército é muito atuante nas fronteiras brasileiras, especialmente na Amazônia. É preciso mostrar aos formadores de opinião a importância de cuidar e preservar o patrimônio ecológico do nosso país”, concluiu.

Alguém tem que saber....

Alguém tem que saber...

Produzido para TERNUMA Regional Brasília

Por Paulo Carvalho Espíndola, Cel Reformado

Dias atrás, em um domingo ensolarado de Brasília, encontraram-se Luiz Inácio Lula da Silva (vulgo Lula) e José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (vulgo José Sarney). Era um churrasco farto e prenhe de comensais e cortesãos petistas ávidos em participar do butim do poder. O que menos importava eram as despesas com o evento. Afinal, era boca livre às expensas do contribuinte brasileiro. Embora a picanha pudesse ser cortada de colher, de tão macia, pois importada da Argentina, vinda de frigoríficos de Cristina Kirchner, além de vinhos finíssimos do gosto refinado de Celso Amorim, esquerdista de botequim, Lula se regalava com belas doses de uma 51 de safra especial e de generosos pedaços de mortadela.

Lula e Sarney se encontraram. Encontro dos maiorais do Brasil.

Franklin Martins, homem de comunicação social e mestre em conchavos, esmerou-se no encontro dos dois. Era o momento de estreitar a convivência harmônica e independente de dois poderes da república.

Lula tomou a iniciativa.

- Sarney, eu não sabia que você é o presidente do Senado Federal. Eu pensava que fosse o Tião Viana, meu “cumpanheiro” de partido. Tenho viajado muito e não tive tempo para saber de coisas daqui, mas se você duvidar do que sei, digo de cor e salteado os nomes dos presidentes dos parlamentos da Cherecoslováquia, do Umbicoloquistão, da Esbósnia Central e “adjacenças”.

Sarney, com os bigodes muito bem aparados e os ares da sua imortalidade de membro da vetusta Academia Brasileira de Letras, não deixou por menos:

- Lula, imenso é o meu prazer em conhecê-lo. Pensei que você ainda fosse presidente de um sindicato. Como o tempo tem passado... Desde que publiquei meu livro “Marimbondos de Fogo” não tenho pensado em mais nada. Já passei dos oitenta anos e o que é isso em termos de História? Você tem escrito alguma coisa?

Lula, com a agudeza de sua capacidade de vender mato pegando fogo, redarguiu:

- Sarney, não leio e nem escrevo nada, pois isso é coisa “daselites” e estou mais preocupado com o social e com o “cerumano”. Nunca “nesse” país houve tanto avanço. Veja os indicadores sócio-econômicos. Reduzi a pobreza dos “cumpanheiros” do PT e estou rico, sem precisar, como você, de ser imortal em uma academia em que ninguém é eterno e muito menos enriquece. O Lulinha, meu filho, hoje é milionário, não sei como e não vi como fez. Deve ter sido uma dessas marolinhas da sorte. Eu serei eterno no poder, sem precisar saber ler e nem escrever. A massa ignara - aprendi hoje essa expressão - recebe salários-esmolas sem precisar trabalhar. Você tinha pensado nisso? Perdeu tempo nessa de “nova república”. Deveria ter varrido do mapa o entulho da ditadura e deixado de pires na mão os milicos que agora só sabem me pedir aumento, já que foram alijados pelo “cumpanheiro” FHC e por mim das decisões nacionais. Quanto ao que dizem haver de corrupção, não sei de nada, nunca ouvi nada e nem quero saber. Quando aparece algum buchincho desses na imprensa da direita, meu “cumpanheiro” Marco Aurélio Garcia me leva para um passeio na Venezuela ou em Cuba para eu gritar ao mundo que chegaremos ao Conselho de Segurança da ONU de onde interviremos, de bolsos cheios, em qualquer briga de cachorro grande.

Sarney, impressionado, respondeu:

- É, Lula, não sabia que éramos tão iguais, a despeito de ser tão grande a nossa diferença cultural. Um marimbondo me picou a bunda e fiquei à mercê dessas bobagens a que chamam de corrupção na presidência da República e na do Senado Federal. Sobrou para mim e para a minha imagem. Estou na boca do sapo. Pela minha idade, nem tenho mais tempo para reagir. Já sou candidato à paz eterna, sem direito a nenhum outro mandato. Meus apaniguados, porém, ainda têm muito a usufruir das tetas desta República Federativa do Brasil. Continuados sucessos a você, Lula, e que a sua companheira Dilma perpetue a sua trilha brilhante, com dinheiro muito maior do que havia no cofre do Adhemar de Barros. De um lado, entretanto, fui mais esperto que você: participei por mais de cinquenta anos da vida nacional, no poder, sem questionamentos, a não ser quanto à qualidade dos meus escritos. No fim, você é melhor, pois que não escreve e nem lê nada, tendo conseguido, mesmo assim, a indicação para o prêmio Nobel do cara-de-pau.

Assim, saíram os dois abraçados, um dos dois já meio trêfego pelas doses de 51, e foram confraternizar. Não havia ninguém que exercesse o papel do terceiro poder para moderar e colocar as coisas nos eixos. Pensando bem, o Poder Judiciário não tem sido nenhuma “Brastemp”.

Essa gente leva às últimas conseqüências o mote de que somos um gigante adormecido, sem estar sob o efeito de nenhuma 51.

Chega de afronta à consciência nacional.

Alguém há de acordar o gigante e impor à Nação o sentimento de que eles sabem de tudo. Mais enganação é impossível.

Será que com o peso do voto? Não acredito, neste império de desavergonhados versus inermes eleitores.





Visite o nosso site: www.ternuma.com.br .

GOSTO NÃO SE DISCUTE


GOSTO NÃO SE DISCUTE

Ternuma Regional Brasília

Gen. Bda Valmir Fonseca Azevedo Pereira

“Mais vale um gosto do que um ou dois vinténs”, diz o dito popular.

Por isso, não causa espanto, mesmo que torçamos o nariz para alguns casos, quando tomamos conhecimento dos “gostos”, por vezes mal cheirosos dos políticos nativos.

Na sua maioria, eles gostam de dinheiro, de votos e de poder, não necessariamente nesta ordem.

Eles gostam, também, de mordomias, de afagos, de subserviência, de mídia (quando estão vociferando em alguma CPI), de conchavos, de distribuir benesses e favores (parentes e apadrinhados), de longas férias e de folgas (voltas às suas bases, para contatar com o povo, com os familiares que lá ficaram, com as amantes, com os compadres, com os cabos eleitorais, etc).

Eles gostam, ao extremo, da mídia e dos meios de comunicação em geral, com preferência para repetidoras de TV e, em particular, para as concessões de rádio, por isso se empenham com “garra” e movem montanhas para obter todos ou qualquer daqueles meios para, na sua região, divulgar em alto e bom som os seus feitos (e desmoralizar oponentes). Possuir repetidoras de TV e rádios é a glória para qualquer político.

Gostam de festas caipiras (em particular os nordestinos que primam pela religiosidade), de São João, Santo Antonio e tantos quantos forem os santos festejados, e que lhes permitam retornar às suas saudosas bases. Nada melhor do que cair nos braços do povo, entre o som de uma “quadrilha” e outra, para sentir de perto as suas necessidades e os seus anseios.

Gostam de sua terra natal, onde em geral está localizado o ninho do guerreiro, suntuoso reduto, próprio para relaxar, após o desgastante trabalho legislativo. Admitem afastar - se da terrinha, nas terças, quartas e quem sabe nas quintas, mas pelo amor de Cristo, não privem os nossos laboriosos e sacrificados representantes das sextas, sábados, domingos e segundas feiras do aconchego de suas famílias e dos seus “fanáticos” correligionários.

Gostam de legislar em causa própria ou com o dinheiro da Nação (nosso), por isso, sem delongas aprovam o transporte gratuito para todos os estudantes, e tantas quantas forem as “causas” que lhes tragam alguma promoção junto à opinião pública. O desprendimento com as coisas da Nação é uma de suas marcas.

Gostam, também, de notas frias para justificar os gastos da verba indenizatória, de passagens aéreas para usá – las em proveito próprio e, ou com pessoas de seu vasto círculo de amizades e interesses.

Gostam dos celulares privativos da função, pois têm crédito ilimitado e poderão repassar o dito, eventualmente, é preciso destacar, para parentes (que normalmente, não possuem este raríssimo meio de comunicação) em viagens no País ou no exterior.

Amantíssimos e, visceralmente ligados à família, usam de todos os artifícios para auxiliar um parente ou amigo desvalido, inclusive patrocinando atos secretos (ofícios, notas, etc.), para beneficiá-los. Neste aspecto, demonstram uma rara qualidade, a humildade, pois generosos ao extremo, preferem quedar–se no anonimato (para os outros e, assim evitam os entendimentos equivocados).

Certos de que o que os olhos não vêem o coração não sente, agem às escuras, se preciso for (geralmente é).

Gostam da sogra, do sogro, do cunhado ou da cunhada, do filho ou da filha, neto ou neta incompetentes ou sem eira e nem beira que poderão ser aninhados em alguma sinecura do Estado. Isto sem contar com a velha e inesquecível mãe, orgulhosa de seu exitoso filho. A própria, se possível, será aquinhoada com algum emprego, nada que a desgaste. E o que dizer do irmão ou irmãos? Irmã ou irmãs? Que culpa tem a família se eles não se ajeitaram na vida e dependem da influência do filho de sucesso? O santo homem nunca irá desampará-los.

Gostam de restaurantes caros. Aqueles que dão “status” aos freqüentadores (quem não gosta de ser reconhecido e ouvir um sonoro “prepare a mesa do senador/deputado/ministro/de sua excelência...”).

Gostam de Maquiavel, do qual mal leram ou apenas ouviram falar, pela praticidade de seus ensinamentos na área da política, mas conhecem, profundamente, os mandamentos da sobrevivência em alto estilo e as artimanhas para derrubar um desafeto.

Gostam de legislar sem contratempos e sem óbices, por isso, preocupam - se às raias do absurdo em obter as melhores condições sociais, financeiras, legais e total blindagem para, intocáveis em todos os sentidos (copiosos planos de saúde, previdência, farta e fácil aposentadoria, etc.), estarem livres para darem o melhor de si aos seus eleitores.

Gostam de doar–se, tanto que, por ocasião dos pleitos eleitorais, doam brindes, mimos (alguns até dinheiro), para os eventuais eleitores. Cumprem uma missão social.

Gostam de trocar favores. Adoram estatais. Não duvidem, os dois são complementares.

Deliram quando trocam posições nas votações do Congresso e votam a favor de quem oferecer mais. Adoram vagas em estatais, se possível de chefia ou de 1º escalão. Contudo, modestos, podem contentar-se com uma posição secundária, mas que permita ao “seu indicado” manipular polpudas verbas.

Gostam de nomear para cargos de chefia velhos conhecidos, sinal de lealdade e do quanto valorizam uma boa amizade. É quando demonstram justo reconhecimento a quem poderá no futuro, ou já prestou no passado, um especial favor. É o agradecimento do cidadão obsequioso.

Alguns, dotados de exacerbado espírito de solidariedade, defendem seus pares com unhas e dentes, pois sabem que uma mão lava a outra, em especial, quando elas estão enlameadas de tanta sujeira.

Entre os muitos “gostos”, talvez o mais significativo seja o gostar “de paixão” do Congresso. A casa é uma fortaleza inexpugnável. Fornece abrigo, prêmios, viagens, palcos e a melhor proteção e segurança possíveis. Sob suas asas não podem ser julgados pela justiça como os demais mortais. Só com autorização deles próprios, e eles gostam destas leis e dos seus camaradas de infortúnio legislativo, que eles sabem, nunca permitirão que um dileto membro da confraria seja molestado com mesquinharias, como responder a um processo ou similar.

Quem não “gosta” de tudo isto e muito mais, que jogue a primeira pedra.

Ou fiquem como nós, justa e honradamente enojados e perplexos com tantas patifarias e total desamor com a honestidade e com a probidade.

E lamentem, deplorem, acusem e reclamem, pois estes são os homens e seus “gostos” que nos governam (degustam?).

Brasília, DF, 26 de Junho de 2009

sábado, 27 de junho de 2009

A GNOSE PETISTA


A GNOSE PETISTA *
Nivaldo Cordeiro

Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!

Fora! Fu! Fora o bom burguês!...
(Mário de Andrade, poema ODE AO BURGUÊS)

É possível explicar a fórmula de sucesso da ação política do PT, a sua hegemonia? Sim, é possível, mas não no âmbito das categorias empregadas pela ciência política convencional que se estuda nas nossas academias. Na verdade não só a ciência política, mas toda a pesquisa acadêmica no campo das Humanidades no Brasil deixou há muito a seriedade científica para tornar-se ela própria um mero instrumento da propaganda revolucionária, que objetivamente impede as pessoas de melhor formação, as que alcançaram o ensino superior, de terem qualquer noção do que realmente se passa no plano político. Vivemos numa sociedade de zumbis. Um sonho dantesco domina o estado de vigília e a esmagadora maioria sonâmbula carrega em triunfo seus ídolos.
Vou tentar aqui fazer um simples esboço para dar uma explicação sustentada dessa realidade confusa. Não é tarefa fácil, pois bem sei que alguns dos termos que usarei aqui não são de uso comum. Não será pedantismo da minha parte, mas uma imposição da necessidade teórica. A teoria não é um enfeite, é a única ferramenta que permite o descortino da realidade, que infelizmente demanda o uso correto dos conceitos que não são de uso corrente.
Uma das grandes vitórias revolucionárias foi convencer a opinião pública de que a política é separada da religião

A estrela de 5 pontas paramentada é chamada de Pentagrama Esotérico ou Pentalfa Gnóstica por resumir a Gnose
A começar pela expressão “gnose” ou “gnóstico”. Um dos grandes tentos dos agentes políticos da revolução foi convencer largas parcelas da opinião pública de que não há ligação entre o elemento religioso e a ação política enquanto tal. A religião supostamente se restringiria à vida privada, como se a gnose política não fosse, ela mesma, uma forma satânica de religião. É como se o Estado, sua representação e sua missão fosse um mundo à parte e não se relacionasse com as coisas do Espírito. É nessa mentira fundamental que todo o edifício político da modernidade foi erigido. Aceitar essa premissa é cair nos braços da gnose e negar a verdade enquanto tal.

A estrela de 5 pontas do PT
O petismo é um ramo recente desse processo, de somenos importância quando visto de uma perspectiva global e de sua ação na história até o presente momento. Mas quando ele é colocado no devido contexto, veremos que toma a feição da linha de frente do movimento revolucionário universal e suas realizações no passado são nada diante da iminência dos grandes fatos que estão por vir.

A gnose na Antiguidade pagã
A gnose é um antigo termo religioso que designa os desvios de doutrina que deságuam na mentira espiritual, com implicações diretas sobre a práxis. Talvez o mais antigo e eficaz movimento gnóstico tenha começado no mundo pagão da Grécia e tomou forma na filosofia epicurista, nascida para confrontar nada menos do que Sócrates, Platão e Aristóteles. Epicuro foi contemporâneo desse último e seus seguidores ajudaram a expulsar o estagirita de Atenas, triunfando no meio político que levou o grande Sócrates ao supremo sacrifício em defesa da verdade da alma. Seguiu-se a decadência não apenas política, mas filosófica de toda a Grécia, vez que o gnosticismo é um elemento de elevado poder destrutivo.
Em poucas palavras, Epicuro defendia que o sentido da vida se resume à existência nesse mundo, simplificado no binômio busca do prazer/fuga da dor. Essencialmente o que importa sublinhar é a negação de qualquer realidade transcendente para os seguidores do epicurismo, tornando o homem — mais precisamente o prazer eventualmente obtido por ele — a medida de todas as coisas. Gigantes como Aristóteles e Platão riram dessa idiotia teórica, pois desde Parmênides sabia-se que a explicação do universo manifesto pressupunha a realidade do Além, as Formas ou o Deus único dos filósofos, o limite mais amplo a que puderam chegar os maiores pensadores pagãos antes do Advento.

A gnose moderna
No universo cristão a gnose emerge com a mesma idéia central, a de que o homem pode ser aperfeiçoado nesta vida e buscar a salvação ainda nesse mundo. Pelágio é o ancestral mais vistoso dessa heresia, derrotada, no campo teórico, teológico e político pelo grande Santo Agostinho. Mas a gnose acompanhou, como sombra, o Cristianismo pelos séculos seguintes até triunfar na modernidade (entendida esta como a cultura que moldou a civilização ocidental a partir do século XIV). Embora não seja um corpo de doutrina único e se manifeste em diferentes teorias e movimentos religiosos e políticos, o gnosticismo moderno tem como denominador comum declarar a imanência da salvação e reduzir a psique do homem à relação binária busca do prazer/fuga da dor. Essa caricatura espiritual gerou a criatura bifronte dada pelos falsos opostos liberalismo ateu e o marxismo revolucionário.
Os grandes restauradores do epicurismo na modernidade foram Locke e Rousseau, autores que geraram as tradições paralelas do liberalismo ateu e do marxismo revolucionário. Veja, meu caro leitor, que dessa árvore frondosa nasceu a falsa verdade filosófica estabelecida por pelo menos três séculos seguidos. Essa gente tomou conta dos Estados nacionais na Europa e nas Américas e, depois, no resto do mundo. Então quando eu falo em modernidade eu falo da linha de pensamento que seguiu seu curso a partir desses nomes que são familiares a toda a gente. Basta recordar que gigantes como Kant, Hegel, Marx e Nietzsche, sem falar nos autores do ramo britânico do liberalismo, como Smith e Ricardo, são os caudatários diretos dessa nova suposta verdade da alma.

A oposição entre a gnose moderna e o Cristianismo
O inimigo dessa gente é um só, a Igreja Católica e o Cristianismo ele mesmo. Na verdade as denominações protestantes são elas próprias uma plena manifestação do gnosticismo usando a roupagem evangélica. Sei que muitos dos seguidores dessas religiões ditas cristãs talvez nem tenham a noção do que se passou, porque não é tarefa fácil encontrar livros de história e menos ainda livros de filosofia política que relatem fielmente o que aconteceu. A decretação de morte de Deus por Nietzsche é o coroamento da modernidade e a síntese de tudo, o corolário da Reforma.

O PT, herdeiro do PCB e legatário da tradição gnóstica
O PT só pode ser compreendido como legatário dessa tradição. Recordemos que ele nasceu da implosão do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que aconteceu desde os anos sessenta e se consumou plenamente depois da queda do Muro de Berlim. O Partidão fragmentou-se em várias siglas, mas aquela que realmente triunfou e é seu legítimo herdeiro é o PT. Não é à toa que as demais denominações socialistas e comunistas que persistiram estão, todas elas, na base de apoio do governo do PT, tendo tornado-se seus vassalos. Inclusive o PC do B, a sigla mais belicosa e a mais antiga dissidência do Partidão.

Como o PT chegou ao poder — o papel do PSDB
A questão teórica a responder é: como o PT e seus aliados esquerdistas tomaram a representação política e se legitimaram enquanto donos do Estado? Em que consiste essa representação? Quais são as suas idéias fundamentais e em que elas colidem com as “boas” idéias políticas?
Na verdade o imaginário socialista e comunista começou a tomar conta das mentes no Brasil muito antes do PT, pela ação do Movimento Comunista Internacional e pela Internacional Socialista, sua ramificação mais branda.
Inicialmente essa gente controlou os meios de comunicação e, ato seguinte, fez-se senhora das universidades. Esse processo iniciou-se na primeira metade do século XX, já antes da Intentona Comunista, sendo notável que grandes escritores brasileiros foram militantes da causa, como Mario de Andrade e Graciliano Ramos, bem como o escritor menor e grande divulgador do comunismo, Jorge Amado. Mas foi nos anos Setenta, com a inexplicável omissão dos governos militares, que essa gente tomou de assalto o ensino público, em todos os níveis.
O movimento de redemocratização deu-lhe o palanque que precisavam e a nova Constituição de 1988 já será um produto de sua loucura. Daí para Lula chegar ao poder precisou apenas do um governo preparatório presidido por FHC, cujo partido em essência é um aliado ideológico e um sócio no processo político, servindo como dique contra qualquer tentativa de reação das forças conservadoras.
O PSDB é o escudo á direita do movimento comunista brasileiro. Gente como o próprio FHC e José Serra poderiam perfeitamente estar no PT sem necessitar de qualquer adaptação ideológica, vez que concordam em tudo e por tudo com o essencial deste partido, divergindo apenas do tom demagógico e populista que o PT usa sem qualquer freio.
Então o PT passou a representar a sociedade brasileira a partir do momento em que teve acesso à formação da juventude e ao aparelho de Estado, no qual entrou como um vírus que usa o organismo sadio como hospedeiro e de lá não mais saiu.
Os eleitores do PT de fato se reconhecem naqueles a quem elegem, pois estão enganados desde o berço. Por isso que o PT é ilegítimo, porque é filho da mentira calculada, da dupla linguagem que usa, uma para o grande público, outra para sua própria elite partidária. É fruto também da dupla moral oportunística, que apregoa as virtudes tradicionais tão caras às gentes brasileiras e pratica efetivamente o seu contrário no exercício do poder. Vimos às escâncaras esse fato por ocasião dos numerosos escândalos, principalmente durante a CPI do “mensalão”.
Sua representação, no nível mais essencial, é falsa, pois que produto da mentira maquinada por décadas de propaganda enganosa. Essa é uma das falhas essenciais da equação petista, a Matrix que não tem como evitar a própria destruição, o próprio colapso.

As idéias-chaves do petismo
Três são as idéias-chaves que sustentam o discurso petista e lhe dão a unidade:

1 — A denúncia do capitalismo como uma ordem econômica supostamente injusta e maligna que precisa ser substituída pelo reino da justiça comunista.
Essa idéia esconde o fato real de que a economia capitalista é a forma natural de organização da sociedade humana, forjada ao longo de milênios e que encontrou no meio cristão o ambiente propício para a sua realização na história. Esconde também que essa economia natural está em consonância com a verdade da alma e permite cumprir o que está na Escrituras. A tradição cristã aceita como um dado da vida a lei da escassez e constrói a sua ética a partir dela, afirmando que cada um deve ganhar o pão com o suor do seu rosto. Os incapazes de sobreviver no sistema são objeto da caridade privada, característica eminente de toda a tradição judaico-cristã. O credo petista nega tudo isso e propõe a substituição do livre mercado pelo Estado, ente supostamente capaz de instituir uma esdrúxula “justiça social”. A idéia do Estado Total que pode mediar e remediar toda a vida privada, exorbitando nas leis e na sua aplicação. Fora do Estado não há salvação para a ideologia petista, ele é posto como a alternativa à ordem natural do capitalismo, o que foi feito pelo comunismo desde sempre.

2 — A denúncia dos capitalistas, suposta a classe dominante, e a pregação contínua da luta de classes até o limite da histeria,
]como vemos nas cenas freqüentes das catarses públicas de ódio explícito, seja dos movimentos sindicais, seja dos movimentos sociais, como o MST. Aqui se faz a satanização dos indivíduos por sua condição social. De novo, a pregação da igualdade utópica, ignorando que os indivíduos têm características diferentes e talentos diferentes, que não podem ser homogeneizados de forma alguma. Toda a máquina de propaganda foi posta em movimento para tornar verdade auto-evidente que alguém, se for economicamente bem sucedido na vida, pratica atos imorais, ainda que eventualmente lícitos. Sinais de riqueza adquirida honestamente no mercado passaram a ser tratados como uma forma de traição social. De roubo puro e simples. O irônico é que a própria elite econômica assumiu o complexo de culpa por ter riqueza. Ela própria se engaja nos movimentos sociais e financia as ONGs dos que geraram essa propaganda enganosa. A burguesia brasileira tem financiado continuamente aqueles que serão seus algozes, seja no sentido figurado, seja no sentido literal. É claro que a burguesia há muito deixou de ser classe dominante, tornando-se refém da burocracia estatal controlada pelos agentes do PT. Essa gente é chantagedada todos os dias, espoliada de suas riquezas, paga os impostos absurdos e ainda paga as campanhas políticas e o “arrego” (vide o filme Tropa de Elite) dos esbirros partidários. Ainda assim, como vimos no caso recente da Cisco, a burguesia ainda pode ser perseguida judicialmente pelo crime de dar dinheiro a seus algozes, ainda que dentro das formalidades da lei. A verdadeira classe dominante é a burocracia partidária instalada na burocracia do Estado.

3 — A pregação supostamente libertária dos novos costumes que nega a moral natural seguida por milênios.
Então causas nefandas como o abortismo, o gaysismo, o feminismo, a visão de que os criminosos não são criminosos (exceto sonegadores de impostos burgueses), mas vítimas do capitalismo, a defesa de todas as aberrações comportamentais e supostamente religiosas, ao lado da perseguição das religiões tradicionais, especialmente da Católica, completam a confusão geral. A bandeira da liberação das drogas é partilhada com a tolerância crescente com o consumo e com o tráfico das mesmas. A imprensa noticiou fartamente que dinheiro de traficantes das FARC supostamente financiou a eleição de Lula. Os indivíduos isolados, em meio a esse ruído contra-cultural, ficam indefesos e não têm como ter critério próprio de julgamento diante das aberrações, restando-lhes exclusivamente a luz natural da razão e da moral como guia. Gente fraca sucumbe imediatamente. E aquilo que sempre foi tratado como nefando passa a ser defendido como moral superior consagrada pelo sistema jurídico.

A seita petista — verdadeiro cerne da burocracia partidária instalada na burocracia do Estado — tornada classe dominante
Essas principais idéias-chaves listadas acima resumem o credo gnóstico que deixa implícito o que os gnósticos de todos os tempos sempre defenderam: viva o aqui e agora, os vícios são virtudes, a salvação é nesse mundo, não existe nada no Além, Deus é o Papai-Noel dos adultos e por aí. É o epicurismo redivivo. Esse é o PT, o petismo, o Mal em ação.
Diante dessa realidade, só me resta fazer minhas as palavra de Voegelin em seu monumental livro A Nova Ciência da Política:
“Isso significa, concretamente, que um governo tem o dever de preservar a ordem, bem como a verdade que ele representa; quando surge um líder gnóstico proclamando que Deus ou o progresso, a raça ou a dialética determinou que ele se tornasse o soberano existencial, o governo não deve trair a confiança nele depositada. Não ficam excluídos dessa regra os governos que funcionam com base numa constituição democrática e no respeito aos direitos individuais. Jackson, Juiz da Corte Suprema dos Estados Unidos, ao pronunciar a opinião contrária no caso Terminiello, afirmou que a Constituição não é um pacto de suicídio. Um governo democrático não se deve transformar em cúmplice de sua própria derrubada, permitindo que movimentos gnósticos cresçam prodigiosamente à sombra de uma interpretação errônea dos direitos civis; e, se por inadvertência um movimento desse gênero houver atingido o ponto crítico de captura da representação existencial através da famosa ‘legalidade’ das eleições populares, um governo democrático não se deve curvar à ‘vontade do povo’ e sim sufocar o perigo pela força e, se necessário, romper a letra da constituição a fim de preservar seu espírito”.
Esse trecho do livro resume o espírito glorioso de 1964.
_________

NOTA:
Artigo publicado pelo Autor em 18/11/2007 no seu site nivaldocordeiro.net.
Os subtítulos e destaque em negrito foram introduzidos pelo Editor de Sacralidade.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A PILHAGEM DO BRASIL


A PILHAGEM DO BRASIL

Prof. Marcos Coimbra

Conselheiro Diretor do CEBRES, Professor de Economia e autor do livro Brasil Soberano.

A Nação infelizmente parece estar sendo progressivamente destruída por maus brasileiros. Alguns atribuem a responsabilidade a variáveis exógenas, porém a culpa maior é nossa. Se nossas riquezas estão sendo entregues aos alienígenas, quem é que as concede? Quando há um suborno configura-se a corrupção exercida por um agente ativo e outro passivo. Quando flagramos, com nojo e asco, nossos recursos naturais sendo dilapidados a preço vil ou até por doação a estrangeiros, o maior criminoso é o “brasileiro” que cometeu o crime de lesa pátria. Quando denunciamos a entrega criminosa de parte considerável do nosso território a “indígenas”, muitos deles apenas instrumentos de organizações e administrações estrangeiras interessadas em pilhar, qual modernos corsários, nossos tesouros, vemos, com tristeza, a ação nefasta de autoridade públicas que deveriam ter como principal missão a sua proteção e não sua entrega.

E tudo isto é feito sem que ninguém seja punido. As denúncias vão sendo divulgadas e o roubo continua. A mídia amestrada olha para outro lado e finge que ignora. Autoridades públicas não apenas prevaricam, quando se omitem, como são até cúmplices. Existem exemplos flagrantes e graves, dos quais realçamos apenas três, neste artigo. As questões dos leilões públicos do petróleo, incluindo aí a área do pré-sal, a demarcação de terras indígenas e a entrega desvairada de nossos preciosos e raros minérios, principalmente com a “doação” da Vale do Rio Doce, hoje comandada de fato por capitais cujo controle é, no mínimo, controverso.

O geofísico, oriundo da Petrobrás, Dr. João Victor Camargo tem denunciado os absurdos cometidos pelas autoridades da Agência Nacional de Petróleo, em especial no tocante ao pré-sal, com uma abordagem histórica de todo o processo, de seus primórdios até hoje. É enorme a gravidade dos fatos demonstrados. A começar pela “quebra” de fato do monopólio estatal do petróleo, a forma como foi concretizada, o esbulho praticado contra a Petrobrás e o descaramento da defesa por alguns institutos do setor em defesa da continuação dos “leilões” justamente na região do “pré-sal”, ultima grande descoberta no Brasil, capaz de garantir-nos a independência e talvez até a exportação do “ouro negro”.

Também é inconcebível que existam brasileiros defendendo a demarcação de áreas incomensuráveis do território nacional, a pretexto de proteção a nossos irmãos indígenas, quando todos sabem que há interesses inconfessáveis por trás do processo. Se partirmos da premissa de que os nossos índios possuem direito a estas terras reivindicadas, então todo nosso território terá que ser entregue a eles. Afinal, o índio é acima de tudo brasileiro, com deveres e direitos iguais a qualquer outro cidadão. Se admitirmos esta aberração, a dos quilombolas e outras, estaremos caminhando para o mesmo destino da Iugoslávia, ou seja, a “balcanização” de nosso país. É muita “ingenuidade” pensar que de fato estes estrangeiros estão preocupados com nossos índios, quando lembramo-nos do acontecido com os deles.

Outra questão é a dilapidação de nossos recursos naturais, como nossos minérios, vendidos a preços modestos como matéria prima, quando deveriam ser beneficiados, através do maior número possível de beneficiamento, bem como também a “doação” do alumínio, quando o Brasil acaba exportando energia. Não podemos olvidar também a brutal especulação feita pelos donos do mundo”, não só nestes itens como também no referente a alimentos, por intermédio da manipulação do mercado futuro de “commodities”.

Diante de tudo isto, é espantosa a abulia da nossa gente, em especial das ditas autoridades e ainda da classe média, a mais explorada, na realidade, de todas. A classe rica é a grande beneficiária de tudo, pois comanda o país, através de seus prepostos em cargos públicos nos três poderes. A classe mais pobre acaba beneficiada pelas diversas iniciativas assistencialistas, eleitoreiras e clientelistas das diversas administrações nas esferas federal, estadual e municipal. Sofrem nas mãos das milícias e dos narcotraficantes, mas, na prática, estão isentas do pagamento de serviços públicos e até de Tv a cabo.

Quem acaba pagando tudo é a classe média. É oprimida por todos, do guarda da esquina ao primeiro mandatário, pela simples razão de possuir alguns poucos bens. Como seus componentes não possuem poder de aglutinação e pressão, são explorados de todas as maneiras. Pagam serviços particulares de saúde, educação e segurança, que deveriam ser fornecidos por quem lhes cobra os tributos. São furtados, assaltados, estuprados, mortos pelos marginais, suas propriedades são desvalorizadas em função do crescimento da criminalidade etc., mas continuam a ser a principal fonte de recursos de todo mundo. Lamentavelmente, o país está sendo transformado em um paraíso de miseráveis, corruptos e vendilhões da Pátria. Até as eleições passarão a ser de ficção, caso não sejam adotadas medidas enérgicas e radicais. Até quando perdurará este caos?



Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br

Sítio: www.brasilsoberano.com.br (Artigo escrito em 23.06.09 para o MM).

ESTAMOS SÓS




Estamos sós



Ernesto Caruso, 25/06/2009



É a conclusão que se pode tirar das mensagens, textos e artigos assinados por militares e digressões tais, que civis e jornalistas atentos externam com empenho, alertando a Nação para o perigo que representa esse alijamento por parte dos governos e políticos e o silêncio de clausura a que se impuseram as autoridades militares, diante das desastradas decisões de um Executivo dominador, um Legislativo submisso e um Judiciário aliado

No artigo “A fantasiosa estratégia”, do Gen Ex Luiz Gonzaga S. Lessa, comentando a palestra do M. da Defesa, consta: “Foi desolador ouvir o titular da pasta, por quase 3 horas, desfiar objetivos, metas, prioridades, princípios que, longe de convencerem, despertaram inquietação e pasmo pelo seu alto conteúdo teórico, calcado em falsas premissas de democratização, subordinação do militar ao poder civil e sua efetiva retirada do processo político brasileiro, alheando-o das grandes decisões nacionais. ... Na realidade, é com "forças desarmadas" que dispõe o país para a sua defesa, incapazes de se oporem com razoável grau de sucesso a possíveis investidas inimigas, sejam elas de que origem for. A responsabilidade por esse desastroso quadro é dos políticos, tem nome e sobrenome - poder civil - que vem governando o país por mais de 20 de vinte anos e que não atribui ao segmento militar as prioridades que ele necessita.”

Outra observação: “Alguns políticos erram ao ver as Forças Armadas como um instrumento de governo e não de Estado. Por isso, buscam alijar os militares (que são apartidários) das decisões políticas e estratégicas necessárias à defesa da sociedade e do Brasil. Tal atitude prejudica o planejamento e a implementação da Estratégia Nacional de Defesa, pois representa uma regressão do pensamento estratégico no País, em face de um injusto pré-julgamento dos militares feito por maus políticos de plantão. (Gen Ex Carlos Alberto Pinto Silva, “A implementação da Estratégia Nacional de Defesa – alguns aspectos julgados relevantes – 5 Mai 09”

Em “Verás que um filho teu não foge à luta”, o Gen Ex Armando Luiz M. de Paiva Chaves não faz por menos, “Há anos se arrastam processos escandalosos de apropriação indevida de dinheiros públicos; de compra de votos e consciências de parlamentares; de licitações fraudulentas; de crimes de morte de conotação político-partidária, sem solução. ... A mais alta corte põe em risco a soberania nacional, com decisão que concede continuidade a reserva indígena de grande superfície, estendida ao longo de fronteira não vivificada. ...Temas como os assassinatos do prefeito de Santo André e testemunhas, os Dólares apreendidos durante a campanha para o governo de São Paulo caem no esquecimento.

O Gen Paiva Chaves mais adiante em LIVRE EMPRESA (7 Jun 09) complementa “A empresa maior, a Nação, espera ainda mais de seu cidadão-empresário. Espera que, em sua visão de futuro, não se limite à produção da riqueza, mas se preocupe, também, com a proteção dessa riqueza.

No espaço menor da segurança individual e do negócio, o empresário está atento. E no espaço maior da segurança nacional?

Segurança nacional. É uma expressão atualmente evitada, se não procrastinada, por conotações históricas e ideológicas, Mas há que ser redimida, sob risco de nos esquecermos de que é uma condição imperativa de paz, respeito, proteção da riqueza, de soberania.”

Do jornalista Carlos Chagas, “A América Latina serviria como imensa reserva de recursos naturais para exploração na medida das necessidades da superpotência, aqui se permitindo até pérfidos enclaves, no caso, as nações indígenas, verdadeiros jardins zoológicos a ser visitados por seus turistas, negando-se às populações silvícolas, mesmo com ressalvas, os benefícios da civilização.

Isso ocorre diante de nossos olhos, e por conta de parcela de nossas elites, que detém o governo. Outra motivação não teve a criação do Ministério da Defesa, contrário à tradição brasileira mas patamar fundamental para o alijamento das Forças Armadas das decisões nacionais. (Como Dissolver a Soberania Nacional, 23 Jul 00)”

Há que se lembrar que o EMFA foi desativado por interesses no retraimento, no rebaixamento e no alijamento do segmento militar dos centros de poder, exercia uma coordenação entre as Forças, onde seus representantes se reuniam, se conheciam e trocavam informações em sadia e conveniente centralização.

Tal esvaziamento do Poder Militar teve suas sementes com o advento da Nova República, miscelânea nos ministérios decorrente de compromissos Tancredo/esquerdistas/cassados, culminando com a criação do Ministério da Defesa no governo FHC. Até a mudança da designação de Gabinete Militar, criado em 1938, nos parece ter origem no subconsciente dos novos donos do poder, remanescentes da luta armada desencadeada em nome do MCI, derrotados todas as vezes que intentaram contra as instituições democráticas. Eis que em 1992, passou o GABINETE MILITAR a chamar-se CASA MILITAR e em 1999, designado Gabinete de Segurança Institucional.

A menos que haja uma virada radical, não há perspectiva de mudança, pois a continuidade com Lula ou com Dilma Roussef, não vai diminuir a perseguição aos militares, com Tarso/Vanucchi e genéricos, nem a alternativa com Serra, que nos dizeres do jornalista Ipojuca Pontes, assusta: "Mas há projeto mais perigoso, na agenda do candidato Serra: como homem público "avesso aos militares”, leia-se Exército Nacional, ele pretende, caso chegue à Presidência da República, propor a criação de Ministério da Segurança Pública. Seu entendimento, segundo propala, é de que “a União precisa estar à frente da coordenação das ações de segurança, inclusive com maior presença no controle das fronteiras”.

No Mensageiro, o jornalista Flávio Pinto Ramos exclama: “Nos Cubes Militares, militares reformados e os da reserva gritam, mostrando os graves riscos que o país enfrenta, mas as palavras deles são jogadas ao vento. Sem que a imprensa comprada cumpra o seu dever de informar, a voz da experiência não é ouvida. E o povo, coitado, perde a sua única esperança.” (Circo dos horrores)

Do empresário e professor Marco Antonio Santos, uma interessante conclusão:

“Os políticos ainda não perceberam que o risco é infinitamente menor quando eles estão equipados com as melhores armas e idéias que a Nação puder lhes dar, conforme, sabiamente, profetizou o General Douglas MacArthur. São preparados para sobreviver na adversidade. Alimentam-se da fé em suas crenças. Não pedem muito, apenas o mínimo — o respeito —, sem humilhações.

O perigo existirá quando acreditarem que estão por si sós...”

quarta-feira, 24 de junho de 2009

SUSPIRO DE INDIGNAÇÃO





APENAS UM RELES SUSPIRO DE INDIGNAÇÃO

Ternuma Regional Brasília

Gen. Bda RI Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Volta–e–meia, nos deparamos com um pequeno ou grande escândalo descoberto graças ao chamado “jornalismo investigativo” de alguma grande revista semanal ou periódico de grande circulação.

Como primeira constatação surge a dúvida atroz. Como, meros jornalistas, sem o poder policial daqueles que deveriam investigar ou fiscalizar os atos denunciados, quando lançam–se sobre uma determinada matéria ou mesmo denúncia, facilmente destampam vergonhosas e as mais sujas atividades?

E são tantas.

Praticamente, pelo volume de podridão que nos cerca, os envolvidos no “escândalo–da–hora” não precisam esquentar a cabeça. Normalmente, basta se fingir de mortos e aguardar, sempre negar ou, quando muito, fazer cara de espantalho e balbuciar, “eu não sabia”, “eu não estava”, “ninguém me avisou”, “eu sou inocente”, “não há provas”, e assim por diante.

A tática é infalível. Na próxima semana, com certeza, uma nova patifaria será descoberta, e a cretinice de ontem fará parte de um longínquo passado (o Renan que o diga).

Outra prática tem sido a de criar um fato novo, diversionário, fundado ou infundado. Seja qual for o artifício ou a artimanha, a verdade é que eles, em geral, atingem o objetivo de acobertar patifes ou concedem aos envolvidos tempo suficiente para enfraquecer provas, desmoralizar testemunhas, etc.

Depois, fora de foco, as coisas ficam mais fáceis de serem manipuladas. E a justiça nativa, por incompetência ou por orientada competência (Daslu, 94 anos de prisão?) a favor dos culpados, nada descobre e a ninguém imputa.

Os escândalos ou fatos que podem colocar o desgoverno ou seus asseclas em maus lençóis são descartáveis ou desacreditados, sem esforço (lembram - se da CPI da Petrobras?), e “tudo permanece como dantes no Quartel do Abrantes”.

Assistimos, quase que enfadados, exceto pelo “suspiro”, às enormes rachaduras diárias no que resta de dignidade nacional. Embora ciclópicas, as cambulhadas de escárnios e deslizes aos nossos complacentes olhos mais parecem simplórias “marolinhas”.

Diante do nosso estupor, ou complacência, pois exalamos nada além de um “suspiro de indignação”, a senha dos calhordas e aproveitadores é de que “continue o contrabando”, convencidos de que um povo tão desvalido física e moralmente é digno das mais torpes mesquinharias.

O fato de que apenas um entre os mais de 600 atos secretos elaborados pelo ou no Congresso Nacional será anulado, nos comprova a que ponto chega a ousadia e o desplante daqueles que detêm sobre nós todos os direitos, inclusive o do desdém moral.

Por vezes, desiludidos difundimos (más) notícias e fatos, cujos atores são o desgoverno ou os seus tentáculos e, rapidamente, somos tachados de alarmistas. Contudo, cabe indagar: “Na área militar, as FFAA incorporaram neste ano apenas 60 % do efetivo previsto”? As suas verbas foram reduzidas e contingenciadas? O Exército está cumprindo a missão de resgatar os ossos das suas pretensas vítimas no Araguaia? Verdades? Boatos?

A cada novo dia, uma nova e mais cabeluda surpresa.

Como se falava (mais ou menos assim) na Academia Militar, sobre os difíceis e intrincados livros de Física (Álgebra?) do Sinésio de Farias, em cada livro tantas páginas, em cada página tantas linhas, em cada linha tantos problemas, em cada problema... um milhão de “ incógnitas”.

Este desgoverno é para o futuro da Nação, e para as Forças Armadas, desde ontem, como os livros do Sinésio, uma miríade de ........................... (favor completar o espaço)

Brasília, DF, 24 de junho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

A corrupção secreta


A corrupção secreta do SENADO FEDERAL


O Estado de S. Paulo, Sábado, 13 de Junho de 2009 | Versão Impressão

EDITORIAL



A corrupção secreta

É realmente inesgotável a capacidade que tem o Senado da República de surpreender a Nação. Quando se achava que não havia mais malandragem nova a vir à tona depois da revelação de uma fieira de privilégios descabidos custeados pelos contribuintes - dos quais são exemplos as 181 diretorias da Casa (entre elas as de "garagem", de "vídeo" e de "check-in"), a famigerada "farra das passagens aéreas", a utilização abusiva das "verbas indenizatórias", o pagamento de horas extras para 3.883 funcionários em pleno recesso parlamentar e a descoberta da existência de 600 funções comissionadas e cargos com gratificação -, eis que surge um novo e monumental escândalo que leva para profundezas insuspeitadas a já combalida imagem do Senado. Os repórteres Rosa Costa e Leandro Colon revelaram, na edição de quarta-feira do Estado, que atos administrativos secretos foram usados para nomear parentes e amigos, criar cargos - inclusive para abrigar servidores "fantasmas" - e aumentar salários no Senado.

Levantamento feito por técnicos do próprio Senado, nos últimos 45 dias, a pedido da Primeira Secretaria da Casa, constatou a existência de cerca de 300 atos que não foram publicados como manda a lei, alguns adotados há mais de 10 anos. Tais medidas, sem a publicidade obrigatória que caracteriza os atos da administração pública - portanto, adotadas de forma "secreta" -, passaram, simplesmente, a vigorar, gerando gastos desnecessários e ilegais, como a remuneração de funcionários fantasmas. Esses "atos secretos", após o início da investigação interna, passaram a ser publicados como "boletins suplementares" das Secretarias do Senado a que se referem, com as datas em que foram assinados. Ao observador menos atento, a maracutaia passaria despercebida. Entre os beneficiados aparecem a ex-mulher do deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), nomeada para cargo na Advocacia-Geral da Casa, e a ex-presidente da Câmara Municipal de Murici (AL), cujo prefeito é hoje o filho do atual líder do PMDB e ex-presidente do Senado, Renan Calheiros.

Igualmente secreto foi o ato que exonerou um neto do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), então lotado no gabinete de Epitácio Cafeteira (PTB-MA). Essa exoneração "secreta" ocultou o fato de haver nos quadros da Casa um parente não concursado de Sarney, no momento em que o Senado se via obrigado a cumprir a súmula antinepotismo do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse jovem, de 22 anos e ainda não formado - filho do primogênito de Sarney, Fernando -, ocupou o cargo de secretário parlamentar, um dos postos mais altos da estrutura funcional do Senado - com salário de R$ 7,6 mil mensais. Os boletins secretos revelam também que mais um filho e um irmão do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi trabalharam no Senado, além dos outros sete parentes já conhecidos. Eles eram lotados na Diretoria-Geral, então comandada por Agaciel Maia, exonerado em março após a acusação de ocultar a propriedade da casa onde mora, em Brasília.

Foi para abrir espaço para essas contratações que um só "ato secreto" criou, numa penada, 25 cargos na Diretoria-Geral. Há mais: o Conselho Editorial do Senado, órgão criado por José Sarney, foi usado, por exemplo, para abrigar o ex-presidente da Assembleia do Amapá, com salário de R$ 7,1 mil.

Mas no rol das medidas esconsas, guardadas a sete chaves para que delas o público não tomasse conhecimento, há outras, capazes de ruborizar frades de pedra, tais os despropositados privilégios criados à custa do contribuinte. Exemplo disso é a extensão de "assistência vitalícia odontológica e psicológica" a marido ou mulher de ex-parlamentar.

A técnica utilizada na elaboração dos atos secretos surpreendeu até os auditores da FGV: enquanto as decisões públicas eram reunidas num mesmo documento, diariamente, a maioria dos atos "secretos" recebeu tratamento isolado, não se misturando com as outras medidas. Era a garantia de que a indecência seria escamoteada do conhecimento público.

Diante de toda essa enormidade, só resta indagar qual será a próxima mazela a ser revelada. Afinal, tamanho acúmulo de atos ilegais, comportamentos antiéticos e de falta de escrúpulos mostra que é inesgotável a criatividade daqueles que tentam, por todos os meios, provar que o Brasil é aquilo que não é: uma república de bananas.

ESQUECERAM...


Josué Souto Maior Mussalém

No dia 8 de maio passado, o mundo comemorou o 64º aniversário do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial (foi em 1945). Cerimônias cívico-militares aconteceram em Moscou, Paris , Londres e Washington . Na França, sexta-feira dia 8 de maio foi feriado nacional.

Aqui no Brasil a data passou em "brancas nuvens" e o governo federal, bem como governos estaduais e municipais, não deram "um pio" sobre o tema. Lamentavelmente um desrespeito à memória do Brasil e, fundamentalmente do Nordeste, com destaque para o Recife e Natal , cidades que se envolveram no segundo conflito mundial.

Esqueceram que o Nordeste foi zona de guerra, que no Recife se praticou a defesa antiaérea passiva com blackout e exercício de artilharia pesada. Esqueceram que foi no Nordeste o maior numero de ataques da força submarina nazista na América Latina . Esqueceram os mortos do vapor BAEPENDY, do ARARAGUARA, do ANÍBAL BENEVOLO, do ITAGIBA e do ARARÁ, todos afundados pela sanha assassina do submarino nazista U-507, comandado pelo jovem tenente Shachat da Marinha de Guerra do III Reich. Esqueceram a Força Expedicionária Brasileira (FEB), que esteve no Teatro de Operações da Itália com mais de 25 mil homens, dos quais 443 morreram em combate e mais de 2 mil foram feridos. Esqueceram que a FEB lutou contra treze divisões do eixo, sendo onze alemãs e duas italianas. Esqueceram que a FEB aprisionou a 148ª divisão de infantaria alemã, os restos da divisão Bersaglieri italiana, e restos de um batalhão de panzer granadier (granadeiros blindados) com mais de 20 mil prisioneiros na localidade de Fornovo de Taro, norte da Itália.

Esqueceram nossos governantes que o primeiro grupo de caça da FAB foi uma das duas únicas unidades de combate estrangeira que recebeu a Presidential Unit Citation, do presidente Delano Franklin Roosevelt, por bravura em combate.

Esqueceram que Natal foi considerada o trampolim da vitória e teve grande importância militar até 1943, pois era a maior base aérea dos EUA fora do território americano. Aliás, Natal foi a segunda maior base aérea do mundo durante a Segunda Guerra Mundial, rivalizando com o campo Henderson na ilha da Guadalcanal , no Pacífico, conquistada a duras penas pelos fuzileiros navais americanos no final de 1942.

O presidente Lula esqueceu os mais de mil mortos no mar pelos "lobos cinzentos", como eram chamados os submarinos do III Reich". Lula só se lembra de homenagear o MST, os ladrões do mensalão, os ladrões dos cartões corporativos. Lula é benevolente com o uso do dinheiro público para passagens aéreas de mulheres de deputados. Lula distribui cheques polpudos para "prejudicados" pelo regime militar, como o cínico Ziraldo. Lula (e também FHC) têm medo de homenagear suas Forças Armadas que combateram o nazismo, porque elas também derrotaram o comunismo de Tarso Genro e outros adeptos da tirania cubana.

Lula se esqueceu dos seus soldados, aviadores e marinheiros... Uma pena para quem a Constituição diz ser o comandante em chefe das Forças Armadas do Brasil...

» Josué Souto Maior Mussalém é economista - jmussalem@hotmail.com

O GRÃO MESTRE DA CLOACA DA ESBÓRNIA


O GRÃO MESTRE DA CLOACA DA ESBÓRNIA

Ternuma Regional Brasília

Gen. Bda RI Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Elevado à camada dos bem–aventurados, entes de gracioso estado de santidade e graça celestial pelo “bruxo do nordeste” (auto-intitulado o “maior estadista” que já transitou nestas plagas), o Exmo e desacreditado Senhor Presidente do Senado foi alçado aos píncaros dos deuses, e repousa, portanto, acima dos demais mortais. Faz companhia, entre outros, ao êmulo da honestidade e da retidão de caráter, o injustiçado ex – Deputado Federal Severino, considerado pelo nosso verboso monarca, um supimpa “cabra da peste”.

Não esqueçamos que o Severino foi eleito prefeito, graças ao valioso aval de sua integridade, endossada pelo imparcial pensador que dirige os destinos da Nação.

Diante do óbvio, ocorreu–nos que o recém inaugurado “Museu da Corrupção” está incompleto. Lastimosamente carece o singular acervo, das estátuas de seus venerandos heróis.

Por certo, faltará espaço naquele memorial para tantos homenageados. Podemos reclamar do esquecimento das figuras maiores da propina, do golpe, das licitações fajutas, dos desvios pecuniários, dos roubos escancarados, das tramóias e esbulhos, dos ilícitos praticados à larga e de roldão por astutos políticos do passado.

Realmente, daqueles, permanecem indícios de que eram contumazes ladravazes, entretanto, as provas se perderam na poeira dos tempos. Mas o que dizer dos exemplos de agora, dos ícones atuais? Onde estão o reconhecimento, as homenagens, os lauréis?

São tantos, dirão os Curadores do Museu. Mas, por que não imortalizar os atuais? Os que proliferaram com o fim da “dita branda”? Sim, são tantos. Como laureá–los sem cometer injustiças?

Na multidão que se acotovela para inscrever seu nome no “Livro de Ouro”, diante do descortino de seus sombrios passos nos escaninhos do poder, um se sobressai - o imortal José Sarney.

Sarney poderia ser entronizado como “o equilibrista”, tal sua longevidade junto aos poderosos e ao poder. É um camaleão profissional.

Por tudo o que o magnífico Sarney e sua prole legaram de ensinamentos para as futuras gerações como exemplos de sucesso, apesar de nadarem de braçada no mar da pusilanimidade, na sombra e na água fresca, sua gloriosa trajetória política é digna de ser cantada em prosa e verso. E sua imagem, esculpida em bronze.

Como Presidente da Nação, de 1985 a 1990, destacou-se como o pai da maior inflação gestada neste País. Não bastasse, em janeiro de 1987, decretou a moratória.

Diante tantos e retumbantes fracassos, só podia dar no que deu; Sarney conquistou com méritos o seu diploma de “Homem de Visão”, justo reconhecimento da sociedade agradecida, diante da virtuosa figura. É um monumento, asseveram seus correligionários.

Ao propormos, que o insigne cidadão, que conseguiu manter na pobreza e na ignorância dois estados da federação, tenha sua majestosa estátua no hall de entrada do “Museu da Corrupção”, cumprimos um dever de justiça.

Sabemos, pelo “nosso guia”, que o probo Senador, não é qualquer vivente e “merece respeito”. Assim, dia–a–ia, o desgoverno vai criando a cota dos “desonestos inimputáveis”, selecionadissima máfia da esquerdalha, simpatizantes e aderentes de ocasião. Sarney, o “maribondo de fogo”, um imortal a Academia Brasileira de Letras (pobre Brasil), é “hors concours”.

O Sarney, cognominado de “o epítome da bandalha enrustida”, encabeça, por suas decantadas qualidades, reconhecida desfaçatez e proverbial capacidade de negar qualquer envolvimento em “maracutaias” e flagrantes abusos e usufrutos de poder, diante de contundentes e explícitas comprovações, sem mexer um músculo da face, encabeça com méritos, aquele rol de afamados cidadãos. E merece ser perenizado. Daí...

E, por exultação incontida, em face do que nos aguarda, bradamos convictos e rútilos de admiração “que viva a república socialista–cotista”, futuro objetivo do “estado policialesco”, que está sendo implantado através da “enrolação e da boçalização do politicamente correto”.

Brasília, DF, 22 de junho de 2009

Sarney tenta explicar


Sarney tenta explicar...



Ernesto Caruso. 18/06/2009



Nomeação de netos.

Assim anunciou o telejornal da Band na noite de 16/06/09.

Uma defesa triste, colocando-se como vítima no processo, perseguido por tudo e por todos, alegando uma conduta ilibada ao longo de mais de meio século nas atividades políticas, legislativas, executivas, estaduais e federais.

Alinhavou argumentos históricos, lembrando de tantos quantos foram àquela tribuna para se defenderem. Discorreu pausadamente, transformando palavras em lamento, ansioso por compreensão, comover e ganhar absolvição dos seus pares, estendendo alguma culpa a todos, assim como emocionar o público que o assistia pela TV Senado.

Dentre os fatos abordados e procurando aproveitar o tema tão a gosto dos novos aliados políticos, pontilhados por egressos da luta armada, disse que recebeu a ditadura de frente, ainda como deputado, ao discursar em plenário no dia 5 de abril de 1964, contra cassações arbitrárias, quando a tropa ainda estava nas ruas.

Não parece ter sido bem assim. Será que foi admirador de Lamarca, Genoino, ou manifestou-se contra a prisão do Lula sindicalista? Integrou a ARENA em 1965, que apoiava o governo e não o MDB (depois PMDB) que era oposição. Foi presidente da ARENA e do PDS que a sucedeu. Na sucessão presidencial em 1985, por divergências internas, desembarcou desse partido, participou da formação do PFL e de uma aliança com a oposição e disputou a eleição indireta como vice de Tancredo Neves. Claro que com compromissos formalizados.

Na mesma linha de raciocínio, sem nenhuma necessidade, a não ser reforçar o mimetismo, alega que só conheceu ato secreto durante o tempo do presidente Médici, o qual teria declarado que haveria a edição de decretos secretos. Reforça que não sabe o que é ato secreto e que “aqui, no Senado, ninguém sabe o que é ato secreto”.

Uma citação infeliz, inoportuna, que não contribuiria em nada para quem — todos sabem — esteve sempre no partido dos governos militares e agora faz parte da base governista de Lula/Dilma/Dirceu/Genoino.

Por outro lado não é o que relata Dora Kramer n’O Estado de S. Paulo em “O ilícito é a lei” (12/06/09) destacando que dois repórteres revelaram a existência de mais 300 atos secretos distribuindo empregos, cargos em comissão, aumentos de salários, operações bancárias fora dos limites da lei, assistência médica vitalícia para funcionários, pagamentos de horas extras não trabalhadas e toda sorte de decisões sem controle.

Assim, como não conhece ato secreto, não sabe da nomeação de parentes por outros correligionários.

Será que desconhece a palavra nepotismo, quiçá, hoje, de tão digitada e divulgada, mais conhecida pelo povão do que as expressões do centenário Hino Nacional de um Brasil atingido por um raio vívido de desamor por seus homens públicos e desesperança do povo heróico que deu o brado retumbante e deseja manter o sol da liberdade em raios fúlgidos e que se erguida a clava forte da justiça, lutará em sua defesa até a neutralização dos seus inimigos, para que continue gigante pela própria e rica natureza, ameaçada interna e externamente de apropriação dos seus recursos e fragmentação do seu território.

Ora, se o presidente não sabia de nada, não é possível que a sua família bem composta, como afiança, o colocasse nesse compasso de vulnerabilidade decorrente da nomeação, por seus pares, do neto como gratidão. O referido neto não é filho de um político? E o colega não sabia o que se praticava de errado?

O que tem de rasteiro e pode não ser esse o caso, é a nomeação cruzada para cargos públicos. O senador/deputado nomeia o filho/descendente do outro e vice-versa.

Circula pela internet cópia de uma reportagem sobre a nomeação da filha do senador Sarney no passado, faz algum tempo, o que intriga e acrescenta a questão dele ser eleito pelo Amapá, quando todos sabem das suas raízes, caule, folhas e frutos maranhenses.

Lembrar do presidente Médici não foi bom. Homem digno, não ficou rico, como também não se locupletaram os outros generais presidentes. Não construíram, nem tiveram castelos. Um ostentava com orgulho no nome, Marechal Castello Branco não de pedra e desonra, mas como símbolo de retidão. Entendiam castelo como fortaleza de caráter, não se dobravam, não se calavam para mais adiante serem premiados com um cargo de conselheiro ou coisa que o valha, aqui nas empresas Brás da vida ou acolá do dólar como padrão.

Fica claro que esse tipo de governo PT tem uma regra de procedimento que serve de alerta a adversários e aliados. Aquele que ameaça à sua estabilidade ou à sua continuidade no poder vai sentir a intensidade da força de reação até ruir e virar pó ou refletir e se acomodar, sair de cena quando puder. A trama pode ser montada, notada, descoberta e vazada. No contexto da reação, uma imprensa comprada. Nesse patamar estão os cargos de presidentes, do STF, da Câmara dos Deputados e do Senado. Lembrem-se do passado recente e o caso presente. O PMDB brigou por posição, Sarney disputou o voto e se elegeu presidente do Senado, com apoio da oposição, com nítida visão sobre a eleição de 2010. Eu tenho a força, deve ter pensado. Diz o PT: não tem e vou provar.

O que vimos agora com o afago do presidente Lula o defendendo, como fez com o senador Renan Calheiros, juntando o pó, mas venerando-o.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

PREOCUPAÇÕES COM A NOVA ORDEM MUNDIAL





PREOCUPAÇÕES COM A NOVA ORDEM MUNDIAL

Prof. Marcos Coimbra

Conselheiro Diretor do CEBRES, Professor de Economia e Autor do livro Brasil Soberano

Há alguns anos, quando era senador, o insuspeito Saturnino Braga, (PT-RJ), declarou: "Se o argumento é só a força, se não vale mais o direito, se não vale a lei internacional, se não valem os organismos internacionais, se valem a força e o poder militar, então todos os países terão obrigação de se armar, melhorar sua posição militar, em relação aos demais países do mundo. Se passa a imperar a força bruta cínica, é bom que adquiramos também, como nação, uma força que, pelo menos, tenha um caráter dissuasório, fabricando o que já podemos fabricar. Não há por que ficarmos respeitando um tratado de não proliferação quando o que prolifera é a força das armas, da força bruta. Se os parâmetros agora são outros, não há porque ficarmos presos a um compromisso que tinha outros pressupostos da legitimidade, do respeito à ONU, do respeito aos tratados internacionais. Se isso não vale, teremos que repensar nossa posição". Referia-se à agressão ao Iraque perpetrada pelos anglo-americanos, bem como a outras intervenções do tipo.

Depois da tragédia ocorrida em 11 de setembro nos EUA, surgiu uma reação natural dos governantes americanos, em resposta aos atos que chegaram a extrapolar o âmbito do terrorismo até então praticado. Mas o mais importante, no momento, é dimensionar a atitude da potência hegemônica mundial. Sua ação tem sido preocupante. No campo interno, apesar de amenizadas pela atual administração Obama, ainda persistem limitações drásticas dos direitos constitucionais do povo americano e outros problemas, do que é cabal exemplo a dificuldade em fechar a base de Guantánamo. No âmbito externo, continua uma ofensiva diplomática para agir como uma administração interventora, a pretexto de combate ao terrorismo mundial.

A movimentação das forças de combate sugere muito mais do que o ataque ao Afeganistão e a Bin Laden. A desenvoltura demonstrada pelos exércitos de mercenários como os da Blackwater, agindo sem controle em diversos países do mundo, preocupam os estrategistas de vários países. Isto porque existe claramente em ação a estratégia imposta pelos "donos do mundo", os detentores do capital transnacional, líderes do sistema financeiro internacional, para progressivamente implementar um governo mundial.

As etapas do processo estão claramente delimitadas, em linhas gerais. De início, a adoção da "globalização", nova denominação do "neocolonialismo", partindo dos países centrais para a periferia, com o domínio da expressão econômica do Poder Nacional, através da imposição dos ditames dos organismos internacionais: FMI, OMC, Banco Mundial, BID e outros. Abertura da economia, com eliminação de barreiras protecionistas, adoção da lei de patentes, inclusive com efeito retroativo, privatização selvagem, para transferir o patrimônio real das nações menos desenvolvidas para os detentores do "papel pintado", meta de inflação para garantia do retorno das suas aplicações de capital e outras. A seguir, o total controle dos meios de comunicação , seja através da colocação de pessoas de confiança, os "testas-de-ferro", até a participação via indireta no comando das empresas de jornalismo, ou emprestando-lhes moeda para mantê-los dependentes ou simplesmente remunerando regiamente os principais formadores de opinião e jornalistas famosos, montando a chamada "mídia amestrada".

Em paralelo, atuam através da criação de inúmeras ONGs, financiadas pelo exterior, sem qualquer controle, com dirigentes percebendo salários invejáveis, sem prestar contas a ninguém e com recursos vultosos para criar a chamada "opinião publicada". Falam em nome do povo, sem procuração. Trabalham incansavelmente para destruir as Instituições Nacionais. Procuram demolir o Estado Nacional Soberano, minimizar a importância da Igreja, desmoralizar os princípios e valores fundamentais da Família, da Escola e da Empresa. Sucateam as Forças Armadas, procurando subtrair-lhes quaisquer possibilidades de cumprir suas missões constitucionais. Tudo é feito em vários países simultaneamente, no mundo inteiro. Para isto criam organizações para cooptar lideranças existentes, propiciando-lhes meios de assumir o Poder constitucionalmente e administrar segundo as suas determinações.

Nas Américas, foi criado em 1982 o Diálogo Interamericano, cujo sítio pode ser acessado por qualquer interessado (http://www.iadialog.org). Os inocentes úteis, que persistem em tentar ridicularizar o fato dizendo que "isto é bobagem, podem assim conhecer seus integrantes e financiadores. O Consenso de Washington, de 1988, é apenas uma derivação do Diálogo. Não é coincidência que a mesma política neoliberal seja adotada por países diversos das Américas. Em todos foi imposta a criação do ministério da Defesa, para o "controle civil dos militares", por exemplo, bem como a privatização, em benefício dos “donos do mundo” de setores estratégicos como comunicações, energia, água, vitais para a sobrevivência no terceiro milênio.

Agora, com o colapso mundial havido, cresce a necessidade pelo domínio dos recursos naturais abundantes das nações mais vulneráveis. A conclusão lógica é a de que o Brasil, como os demais países na alça de mira, deve fortalecer sua expressão militar, inclusive com o domínio da tecnologia nuclear, bem como da espacial, a fim de ter poder dissuasório capaz de evitar problemas sérios em futuro próximo. A Amazônia precisa ser resgatada!

Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br

Sítio: www.brasilsoberano.com.br (Artigo escrito em 15.06 para o MM).