Direito à Memória e à Verdade
Carlos José Pedrosa O clamor das manifestações públicas e sociais, no início de 1964, desaguou no movimento revolucionário de 31 de março, marco imorredouro da evolução política nacional, quando as Forças Armadas, em defesa da nossa Soberania, impediram que o comunismo internacional tomasse o poder. Todos sabem que o perigo estava aqui dentro. Desde que os militares deixaram o poder, tem sido instilada uma feroz campanha de ódio contra as Forças Armadas, chegando os governos ao descaso do sucateamento. A anistia parece que só beneficiou um dos lados: justamente o lado ilegal da ação. Embrenhar-se em ações armadas contra as forças da ordem impunha uma série de riscos assumidos. Ninguém morreu inocente. Pelo contrário. Muitos deles deixaram atrás de si um rastro de sangue e destruição. Nada disto tem sido levado em conta. No momento em que é lançado um documento oficial, com o título acima, damos nosso apoio e relacionamos os que foram mortos pela ação dos terroristas. Todos morreram no cumprimento do dever, mas nem por isso as diversas instâncias reconhecem seu direito à memória e à verdade. Relação cronológica, talvez incompleta, dos mortos pelas mãos de terroristas entre os anos de 1964 a 1974, obtida junto a amigos que participam dos sites militares e listas de discussão. Número; Data; Nomes; Fatos 1; 12/11/64; Paulo Macena, Vigia - RJ; Explosão de bomba - deixada por uma organização comunista nunca identificada, em protesto contra a aprovação da Lei Suplicy, que extinguiu a UNE e a UBES - no Cine Bruni Flamengo, com seis feridos graves e 1 morto, o vigia PAULO MACENA. 2; 27/03/65; Carlos Argemiro Camargo, Sargento do Exército – Paraná; Emboscada de um grupo de militantes da Força Armada de Libertação Nacional (FALN), chefiado pelo ex-Cel EB Jeffersom Cardim de Alencar Osorio, com o assassinato a tiros do 3º Sgt Inf EB CARLOS ARGEMIRO DE CAMARGO, da 2ª Cia Inf de Francisco Beltrão/PR, que deixou viúva grávida de sete meses. 3; 25/07/66; Edson Régis de Carvalho, Jornalista - PE; Explosão de bomba no Aeroporto Internacional de Guararapes, com 15 feridos e 2 mortos, o jornalista EDSON REGIS DE CARVALHO e o Almirante NELSON GOMES FERNANDES. 4; 25/07/66; Nelson Gomes Fernandes, Almirante - PE; Morto no mesmo atentado. Além das duas vítimas fatais ficaram feridas 17 pessoas, entre elas o então Coronel do Exército Sylvio Ferreira da Silva que, além de fraturas expostas, teve amputados quatro dedos da mão esquerda e Sebastião Tomaz de Aquino, o Paraíba, guarda civil que teve a perna direita amputada. "Um dos executores do atentado, revelado pelas pesquisas e entrevistas de Gorender, é Raimundo Gonçalves de Figueiredo, codinome CHICO, que viria a ser morto pela Polícia Civil, em abril de 1971, já como integrante da VAR-PALMARES". (Nos Porões da Ditadura - de Raymundo Negrão Torres). 5; 28/09/66; Raimundo de Carvalho Andrade, Cabo PM – GO); Em meados de 1966, eram numerosas as agitações estudantis em várias cidades do Brasil, com numerosos incêndios suspeitos em São Paulo e conflitos no Rio de Janeiro e na Bahia. Apesar da proibição, foi realizado, em Belo Horizonte, o 28º Congresso da UNE, entidade que estabeleceu a data de 22 de setembro para ser o "Dia Nacional de Luta Contra a Ditadura". Tarzan de Castro (Luis, Osvaldo, Rogério, Sérgio), além de líder estudantil em Goiânia, era um militante que, em junho de 1966, havia liderado uma dissidência do Partido Comunista do Brasil (PC do B), que iria formar uma das mais violentas organizações terroristas daquela época, a Ala Vermelha. Preso na Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói, chegaram as falsas notícias de que ele havia morrido na prisão e de que seu corpo chegaria no aeroporto de Goiânia à meia noite de 28/09/66, uma quarta feira. Em protesto, estudantes, dirigidos por agitadores comunistas, resolveram invadir e ocupar o Colégio Estadual Campinas. A diretora solicitou policiamento. A POLÍCIA MILITAR, então, reuniu os PMs que não faziam parte do policiamento de rua, tais como cozinheiros, burocratas, carpinteiros, etc... Por volta das 20:00 horas, quando a "tropa", armada com fuzis modelo 1908, com tiros de festim, chegou ao colégio – que estava invadido – foi recebida por tiros vindos do seu interior, ocasião em que foi atingido, mortalmente, o Cabo Raimundo de Carvalho Andrade que era o alfaiate da corporação. A "vítima" viva, Tarzan de Castro, até recentemente destacado empresário do ramo de armazém de estocagens de grãos, com um dos maiores armazéns de Goiás, reivindica atualmente, como "vítima" da Revolução de 31 de março, as seguintes indenizações: Do governo de Pernambuco, pelo o seu envolvimento no inquérito do chamado Movimento Julião; Do Governo do Distrito Federal, por haver respondido a inquéritos promovidos pelo Comando Militar do Planalto; Do Governo de Minas Gerais, por ser a sede da Região Judiciária Militar, para onde seguiram seus processos;Do Governo do Estado de Goiás, através da lei estadual nº 14067 / 010, ao lado de inúmeras outras pessoas catalogadas como "vítimas" da Revolução de 1964, generosa indenização. A vítima morta, Cabo Raimundo de Carvalho Andrade, que era o alfaiate da Polícia Militar de Goiás, homem simples - não especialista em assuntos de segurança e designado pelos seus superiores para completar uma equipe, visando coibir os tumultos gerados pelo episódio inverídico ligado a Tarzan de Castro - está esquecida. Não se tem notícia de que seus humildes familiares tenham recebido qualquer indenização ou apoio especial dos governos estadual ou federal (colaboração do co-irmão, Grupo Anhangüera). 6; 24/11/67; José Gonçalves Conceição (Zé Dico), Fazendeiro - SP; Morto por Edmur Péricles de Camargo, integrante da Ala Marighela, durante a invasão da fazenda Bandeirante, em Presidente Epitácio. Zé Dico foi trancado num quarto, torturado e, finalmente, morto com vários tiros. O filho do fazendeiro que tentara socorrer o pai foi baleado por Edmur com dois tiros nas costas. 7; 15/12/67; Osíris Motta Marcondes, Bancário – SP; Morto quando tentava impedir um assalto terrorista ao Banco Mercantil, do qual era o gerente. 8; 10/01/68; Agostinho Ferreira Lima - (Marinha Mercante - Rio Negro / AM); No dia 06/12/67, a lancha da Marinha Mercante "Antônio Alberto" foi atacada por um grupo de nove terroristas, liderados por Ricardo Alberto Aguado Gomes "Dr. Ramon", o qual, posteriormente, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN). Neste ataque Agostinho Ferreira Lima foi ferido gravemente, vindo a falecer no dia 10/01/68. 9; 31/05/68; Ailton de Oliveira - Guarda Penitenciário - RJ; O Movimento Armado Revolucionário (MAR), montou uma ação para libertar nove de seus membros que cumpriam pena na Penitenciária Lemos de Brito (RJ) e que uma vez libertados deveriam seguir para região de Conceição de Jacareí, onde o MAR pretendia estabelecer o "embrião do foco guerrilheiro". No dia 26/05/68 o estagiário Júlio César entregou à funcionária da penitenciária Natersa Passos, dentro de um pacote, três revólveres calibre 38 que seriam usados pelos libertados. Às 17:30 horas os subversivos, ao iniciarem a fuga foram surpreendidos pelos guardas penitenciários Ailton de Oliveira e Jorge Félix Barbosa. Os guardas foram feridos pelos presos em fuga, sendo que Ailton de Oliveira veio a falecer cinco dias depois, em 31/05/68. Ainda ficou gravemente ferido o funcionário da Light, João Dias Pereira que se encontrava na calçada da penitenciária. O autor dos disparos que atingiram o guarda Ailton foi o terrorista Avelino Brioni Capitani. 10; 26/06/68; Mário Kozel Filho- Soldado do Exército - SP; Em 1968 o jovem Mário Kozel Filho é convocado para servir à Pátria e defendê-la contra possíveis agressões internas ou externas. Na mesma época o Capitão Carlos Lamarca, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, serve no 4º RI, em Quitaúna, SP. O Capitão Lamarca, no dia 24 / 01 / 68, trai a Pátria que jurou defender. Rouba do 4º RI muitos fuzis, metralhadoras e munição, deserta e entra na clandestinidade. O material bélico roubado é entregue à Vanguarda Popular Revolucionária, VPR, uma organização terrorista que Lamarca já integrava antes de desertar. O Soldado Kozel continua servindo, com dedicação à Pátria que jurou defender. No dia 26/06/68, como sentinela, zela pela segurança do Quartel General do II Exército. Às 04:30 horas ele está vigilante em sua guarita. A madrugada é fria e com pouca visibilidade. Neste momento, um tiro é disparado por uma sentinela contra uma camioneta que desgovernada tenta penetrar no Quartel. Seu motorista saltara dela em movimento, após acelerá-la e direcioná-la para o portão do QG. O Soldado Rufino, também sentinela, dispara 6 tiros contra o mesmo veículo que, finalmente, bate na parede externa do quartel. Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro, para ver se há alguém no seu interior. Há uma carga com 50 quilos de dinamite que, segundos depois, explode e espalha destruição e morte num raio de 300 metros. Seu corpo é dilacerado. Os Soldados João Fernandes, Luiz Roberto Julião e Edson Roberto Rufino estão muito feridos. É mais um ato terrorista da organização chefiada por Lamarca, a VPR. Participaram deste crime hediondo os terroristas Diógenes José de Carvalho Oliveira (o Diógenes do PT, com implicações com bicheiros no governo Olívio Dutra/RS), Waldir Carlos Sarapu, Wilson Egídio Fava, Onofre Pinto, Edmundo Coleen Leite, José Araújo Nóbrega, Oswaldo Antônio dos Santos, Dulce de Souza Maia, Renata Ferraz Guerra Andrade e José Ronaldo Tavares de Lima e Silva. Lamarca continuou na VPR, seqüestrando, assaltando, assassinando e praticando vários outros atos terroristas, até o dia em que morreu, de arma na mão enfrentando uma patrulha do Exército que o encontrou no interior da Bahia em 1971. Sua família passou a receber indevidamente a pensão de Coronel porque Lamarca, se não tivesse desertado, poderia chegar a este posto. Apesar de todos os crimes hediondos que cometeu, sendo o mais torpe deles o assassinato a coronhadas de seu prisioneiro Tenente PM Alberto Mendes Júnior, Lamarca é apontado como herói pelos esquerdistas brasileiros. Ruas passaram a ter seu nome. Tentam colocar seus restos mortais num Mausoléu na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Um filme é feito para homenageá-lo. Mário Kozel Filho, Soldado cumpridor dos seus deveres, cidadão brasileiro que morreu em serviço, está totalmente esquecido. Além do esquecimento a Comissão dos Mortos e Desaparecidos que já concedera vultosas indenizações às famílias de muitos terroristas que nunca foram considerados desaparecidos, resolveu indenizar, também, a família Lamarca, numa evidente provocação às Forças Armadas e desrespeito às famílias de Mário Kozel Filho e de muitos outros que com ele morreram em conseqüência de atos terroristas. 11; 27/06/68 ; Noel de Oliveira Ramos - Civil - RJ; Morto com um tiro no coração, em conflito na rua. Estudantes distribuíam no Largo de São Francisco, panfletos a favor do governo e contra as agitações estudantis conduzidas por militantes comunistas. Gessé Barbosa de Souza, eletricista e militante da VPR, conhecido como "Juliano" ou "Julião" infiltrado no movimento, tentou impedir a manifestação com uma arma. Os estudantes, em grande maioria, não se intimidaram e tentaram segurar Gessé que fugiu atirando, atingindo mortalmente Noel de Oliveira Ramos e ferindo o engraxate Olavo Siqueira. 12; 27/06/68; Nelson de Barros - Sargento PM - RJ; No início de junho de 1968, no Rio de Janeiro, pequenas passeatas realizadas em Copacabana e na rua Uruguaiana, pressagiaram as grandes agitações que estavam por vir, ainda nesse mês, e que ficaram conhecidas como "As Jornadas de Junho". No dia 19/06/68, cerca de 800 estudantes, liderados por Wladimir Palmeira, tentaram tomar de assalto o edifício do Ministério da Educação e Cultura, no Rio de Janeiro. No dia seguinte, cerca de 1500 estudantes invadiram e ocuparam a Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Avenida Pasteur, fazendo com que Professores e membros do Conselho Universitário passassem por vexames, obrigando-os a saírem por uma espécie de corredor polonês formado por centenas de estudantes. Vinte e quatro horas depois, em 21/06/68, também ao meio dia, foi realizada nova passeata no centro do Rio. Conhecido como a "Sexta feira Sangrenta", este dia foi marcado por brutal violência. Cerca de 10.000 pessoas, os estudantes engrossados por populares, ergueram barricadas, incendiaram carros, agrediram motoristas, saquearam lojas, atacaram a tiros a embaixada americana e as tropas da Polícia Militar. No final da noite, mais de 10 mortos, e centenas de feridos atestavam a violência dos confrontos. Entre os feridos graves estava o Sargento da Polícia Militar Nelson de Barros que veio a falecer no dia 27/06/68. A violência estudantil continuou no dia 22, quando tentaram, sem sucesso, ocupar a Universidade de Brasília, (UNB), e no dia 24, em São Paulo, quando realizaram uma passeata no centro da cidade, depredando a Farmácia do Exército, o City Bank e a sede do jornal "O Estado de São Paulo". No dia 26, no Rio de Janeiro ocorreu a "Passeata dos Cem Mil". 13; 01/07/68 -; Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen - Major do Exército Alemão - RJ; Morto no Rio de Janeiro onde fazia o Curso da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Assassinado na rua Engenheiro Duarte, Gávea, por ter sido confundido com o Major boliviano Gary Prado, suposto matador de Che Guevara, que também cursava a mesma escola. Autores: Severino Viana Callou, João Lucas Alves e um terceiro não identificado, todos da organização terrorista denominada COLINA - Comando de Libertação Nacional. 14; 07/09/68; Eduardo Custódio de Souza - Soldado PM – SP; Morto, com sete tiros, por terroristas de uma organização não identificada quando de sentinela no DEOPS, em São Paulo. 15; 20/09/68; Antônio Carlos Jeffery - Soldado PM – SP; Morto a tiros quando de sentinela no quartel da então Força Pública de São Paulo (atual PM) no Barro Branco. Organização terrorista que praticou o assassinato: Vanguarda Popular Revolucionária.Assassinos: Pedro Lobo de Oliveira; Onofre Pinto; Diógenes José Carvalho de Oliveira, atualmente conhecido como o Diógenes do PT, ex-auxiliar de Olívio Dutra no Governo do RS. 16; 12/10/68; Charles Rodney Chandler - Cap. do Exército dos Estados Unidos - SP; Herói na guerra com o Vietnã, veio ao Brasil para fazer o Curso de Sociologia e Política, na Fundação Álvares Penteado, em São Paulo/SP. No início de outubro /68, um "Tribunal Revolucionário", composto pelos dirigentes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), Onofre Pinto (Augusto, Ribeiro, Ari), João Carlos Kfouri Quartin de Morais (Manéco) e Ladislas Dowbor (Jamil), condenou o Capitão Chandler à morte, porque ele "seria um agente da CIA". Os levantamentos da rotina de vida do Capitão foram realizados por Dulce de Souza Maia (Judite). O Capitão Chandler quando retirava seu carro da garagem para seguir para a Faculdade, foi assassinado, friamente, com 14 tiros de metralhadora e vários tiros de revólver, na frente da sua esposa Joan e seus 3 filhos. O grupo de execução era constituído pelos terroristas Pedro Lobo de Oliveira (Getúlio), Diógenes José de Carvalho Oliveira (Luis, Leonardo, Pedro) e Marco Antônio Bráz de Carvalho (Marquito). Obs: Diógenes José de Carvalho Oliveira, também conhecido como Diógenes do PT, na década de 90 ingressou nos quadros do PT/RS, sempre assessorando seus líderes mais influentes. Diógenes foi o Presidente do Clube de Seguros da Cidadania de Porto Alegre, orgão encarregado de coletar fundos para o PT. João Carlos Kfouri Quartin de Morais é, atualmente Professor Titular de Filosofia e Ciências da UNICAMP e, Ladislas Dowbor Professor Titular de Economia da PUC/SP e trabalha no Instituto de Economia da UNICAMP. Saiba mais em Recordando a História/Justiçamentos. 17; 24/10/68; Luiz Carlos Augusto, civil - RJ; Morto, com 1 tiro, durante uma passeata estudantil. 18; 25/10/68; Wenceslau Ramalho Leite, civil - RJ; Morto, com 4 tiros de pistola Luger 9 mm, durante o roubo de seu carro, na avenida 28 de Setembro, Vila Isabel, RJ. Autores: Murilo Pinto da Silva (Cesar ou Miranda) e Fausto Machado Freire (Ruivo ou Wilson) ambos integrantes da Organização Terrorista COLINA (Comando de Libertação Nacional). 19; 07/11/68; Estanislau Ignácio Correia, Civil - SP; Morto pelos terroristas Ioshitame Fugimore, Oswaldo Antônio dos Santos e Pedro Lobo Oliveira, todos integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), quando roubavam seu automóvel na esquina das ruas Carlos Norberto Souza Aranha e Jaime Fonseca Rodrigues, em São Paulo. 20; 07/01/69 ; Alzira Baltazar de Almeida - Dona de casa - Rio de Janeiro / RJ; Uma bomba jogada por terroristas, embaixo de uma viatura policial, estacionada em frente à 9ª Delegacia de Polícia, ao explodir, matou a Sra. Alzira, uma vítima inocente, que na ocasião transitava na rua. 21; 11/01/69; Edmundo Janot, Lavrador - Rio de Janeiro / RJ; Morto a tiros, foiçadas e facadas por um grupo de terroristas que haviam montado uma base de guerrilha nas proximidades da sua fazenda. 22; 29/01/69; Cecildes Moreira de Faria, Subinspetor de Polícia - BH / MG; 23; 29/01/69; José Antunes Ferreira, Guarda Civil - BH / MG; O terrorista Pedro Paulo Bretas "Kleber" ao ser interrogado "entregou" um "aparelho" do Comando de Libertação Nacional (Colina), na rua Itacarambu nº 120, bairro São Geraldo. Imediatamente, os policiais se dirigiram para o local e quando se anunciaram como policiais, foram recebidos por rajadas de metralhadoras, disparadas por Murilo Pinto Pezzuti da Silva , "Cesar' ou "Miranda", que mataram o subinspetor Cecildes Moreira da Silva que deixou viúva e oito filhos menores, e o guarda civil José Antunes Ferreira, ferindo ainda, o investigador José Reis de Oliveira. Foram presos no interior do "aparelho" o assassino Murilo Pinto Pezzuti da Silva o os terroristas do Colina: Afonso Celso L. Leite "Ciro", Mauricio Vieira de Castro "Carlos", Nilo Sérgio Menezes Macedo, Julio Antonio Bittencourt de Almeida "Pedro", Jorge Raimundo Nahas "Clovis" ou "Ismael" e Maria José de Carvalho Nahas "Celia" ou "Marta". No interior do "aparelho" foram apreendidos 1 fuzil FAL, 5 pistolas, 3 revóveres, 2 metralhadoras, 2 carabinas, 2 granadas de mão, 702 bananas de dinamite, fardas da PM e dinheiro de assaltos. 24; 14/04/69; Francisco Bento da Silva, Motorista – SP; Morto durante um assalto, praticado pela Ala Vermelha do PC do B, ao carro pagador (uma Kombi) do Banco Francês-Italiano para a América do Sul, na Alameda Barão de Campinas, quando foram roubados vinte milhões de cruzeiros. Participaram desta ação os terroristas: Élio Cabral de Souza, Derly José de Carvalho, Daniel José de Carvalho, Devanir José de Carvalho, James Allen Luz, Aderval Alves Coqueiro, Lúcio da Costa Fonseca, Gilberto Giovanetti, Ney Jansen Ferreira Júnior, Genésio Borges de Melo e Antônio Medeiros Neto. 25; 14/04/69; Luiz Francisco da Silva, Guarda bancário – SP; Morto durante o assalto acima explanado, praticado pela Ala Vermelha do PC do B, ao carro pagador (uma Kombi) do Banco Francês-Italiano para a América do Sul, na Alameda Barão de Campinas, quando foram roubados vinte milhões de cruzeiros. 26; 08/05/69; José de Carvalho, Investigador de Polícia – SP; Atingido com um tiro na boca, durante um assalto ao União de Bancos Brasileiros, em Suzano, no dia 07 de maio, vindo a falecer no dia seguinte. Nessa ação, os terroristas feriram, também, Antonio Maria Comenda Belchior e Ferdinando Eiamini. Participaram os seguintes terroristas da Ação Libertadora Nacional (ALN): Virgílio Gomes da Silva, Aton Fon Filho, Takao Amano, Ney da Costa Falcão, Manoel Cyrilo de Oliveira Neto e João Batista Zeferino Sales Vani. Takao Amano foi baleado na coxa e operado, em um "aparelho médico" por Boanerges de Souza Massa, médico da ALN. 27; 09/05/69; Orlando Pinto da Silva, Guarda Civil – SP; Morto com dois tiros, um na nuca e outro na testa, disparados por Carlos Lamarca, durante assalto ao Banco Itaú, na rua Piratininga, Bairro da Mooca. Na ocasião também foi esfaqueado o gerente do Banco, Norberto Draconetti. Organização responsável por esse assalto: Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). 28; 27/05/69; Naul José Montovani, Soldado PM – SP; Em 27/05/69 foi realizada uma ação contra o 15º Batalhão da Força Pública de São Paulo, atual PMESP, na Avenida Cruzeiro do Sul, SP/SP. Os terroristas Virgílio Gomes da Silva, Aton Fon Filho, Carlos Eduardo Pires Fleury, Maria Aparecida Costa, Celso Antunes Horta e Ana Maria de Cerqueira César Corbisier, metralharam o Soldado Naul José Montovani que estava de sentinela e que morreu instantaneamente. O Soldado Nicário Conceição Pulpo que acorreu ao local ao ouvir os disparos, foi gravemente ferido na cabeça, tendo ficado paralítico. 29; 04/06/69; Boaventura Rodrigues da Silva, Soldado PM - SP; Morto por terroristas durante assalto ao Banco Tozan. 30; 22/06/69; Guido Boné, Soldado PM – SP, Morto por militantes da ALN que atacaram e incendiaram a radio-patrulha RP 416, da então Força Pública de São Paulo, hoje Polícia Militar, matando os seus dois ocupantes, os Soldados Guido Bone e Natalino Amaro Teixeira, roubando suas armas. 31; 22/06/69; Natalino Amaro Teixeira, Soldado PM - SP; Morto por militantes da ALN na ação acima explanada. 32; 11/07/69; Cidelino Palmeiras do Nascimento, Motorista de táxi – RJ, Morto a tiros quando conduzia em seu carro, policiais que perseguiam terroristas que haviam assaltado o Banco Aliança, agência Muda. Participaram deste assassinato os terroristas Chael Charles Schreier, Adilson Ferreira da Silva, Fernando Borges de Paula Ferreira, Flávio Roberto de Souza, Reinaldo José de Melo, Sônia Eliane Lafóz e o autor dos disparos Darci Rodrigues, todos pertencentes a organização terrorista VAR-Palmares. 33; 24/07/69 - ; Aparecido dos Santos Oliveira, Soldado PM - SP; Neste dia, atuando em "frente" foi assaltado o Banco Bradesco, na rua Turiassu, no Bairro de Perdizes, de onde foram roubados sete milhões de cruzeiros. Participaram da ação: Pelo Grupo de Expropriação e Operação: Devanir José de Carvalho, James Allen Luz, Raimundo Gonçalves de Figueiredo, Ney Jansen Ferreira Júnior, José Couto Leal; Pelo Grupo do Gaúcho: Plínio Petersen Pereira, Domingos Quintino dos Santos, Chaouky Abara; Pela VAR-Palmares: Chael Charles Schreier, Roberto Chagas e Silva, Carmem Monteiro dos Santos Jacomini e Eduardo Leite. Essa ação terminou de forma trágica: Raimundo Gonçalves Figueiredo baleou o Soldado da então Força Pública do Estado de São Paulo, atual PMESP, Aparecido dos Santos Oliveira que, já caído, recebeu mais quatro tiros disparados por Domingos Quintino dos Santos. 34; 20/08/69; José Santa Maria, Gerente de Banco, RJ; Morto por terroristas que assaltaram o Banco de Crédito Real de Minas Gerais, do qual era gerente. 35; 25/08/69; Sulamita Campos Leite, Dona de casa, PA ; Parente do terrorista Flávio Augusto Neves Leão Salles. Morta na residência dos Salles, em Belém, ao detonar, por inadvertência, uma carga de explosivos escondida pelo terrorista. 36; 31/08/69; Mauro Celso Rodrigues, Soldado PM - MA; Morto quando procurava impedir a luta entre proprietários e posseiros, incitada por movimentos subversivos. 37; 03/09/69; José Getúlio Borba, Comerciário - SP; Os terroristas da Ação Libertadora Nacional (ALN) Antenor Meyer, José Wilson Lessa Sabag, Francisco José de Oliveira e Maria Augusta Tomaz, resolveram comprar um gravador na loja Lutz Ferrando, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua São Luis. O pagamento seria feito com um cheque roubado num assalto. Descobertos, receberam voz de prisão e reagiram. Na troca de tiros o guarda civil João Szelacsak Neto ficou ferido com um tiro na coxa e o funcionário da loja, José Getúlio Borba, foi mortalmente ferido. Perseguidos pela polícia o terrorista José Wilson Lessa Sabag matou a tiros o Soldado da Força Pública (atual PM) João Guilherme de Brito. 38; 03/09/69; João Guilherme de Brito, Soldado da Força Pública/SP; Na ação acima houve troca de tiros o guarda civil João Szelacsak Neto ficou ferido com um tiro na coxa e o funcionário da loja, José Getúlio Borba, foi mortalmente ferido. Perseguidos pela polícia o terrorista José Wilson Lessa Sabag matou ainda, a tiros o Soldado da Força Pública (atual PM) João Guilherme de Brito. 39; 20/09/69; Samuel Pires, Cobrador de ônibus – SP; Morto por terroristas quando assaltavam uma empresa de ônibus. 40; 22/09/69; Kurt Kriegel, Comerciante - Porto Alegre/RS; Morto pela Var-Palmares em Porto Alegre. 41; 30/09/69; Cláudio Ernesto Canton, Agente da Polícia Federal - SP; Após ter efetuado a prisão de um terrorista foi atingido na coluna vertebral, vindo a falecer em conseqüência desse ferimento. 42; 04/10/69; Euclídes de Paiva Cerqueira, Guarda particular - RJ; Morto por terroristas durante assalto ao carro transportador de valores do Banco Irmãos Guimarães. 43; 06/10/69; Abelardo Rosa Lima, Soldado PM - SP; Metralhado por terroristas numa tentativa de assalto ao Mercado Peg-Pag. Autores: Devanir José de Carvalho (Henrique) , Walter Olivieri, Eduardo Leite (Bacuri), Mocide Bucherone e Ismael Andrade dos Santos. Organizações Terroristas: REDE (Resistência Democrática) e MRT (Movimento Revolucionário Tiradentes). 44; 07/10/69; Romildo Ottenio, Soldado PM - SP; Morto quando tentava prender um terrorista. 45; 31/10/69; Nilson José de Azevedo Lins, Civil - PE; Gerente da firma Cornélio de Souza e Silva, distribuidora da Souza Cruz, em Olinda. Foi assaltado e morto quando ia depositar, no Banco, o dinheiro da firma. Organização: PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário). Autores: Alberto Vinícius Melo do Nascimento, Rholine Sonde Cavalcante Silva, Carlos Alberto Soares e João Maurício de Andrade Baltar. 46; 04/11/69; Estela Borges Morato, Investigadora do DOPS - SP; Morta a tiros quando participava da operação em que morreu o terrorista Carlos Marighela. 47; 04/11/69; Friederich Adolf Rohmann, Protético - SP; Morto durante a operação que resultou na morte do terrorista Carlos Marighela. 48; 07/11/69; Mauro Celso Rodrigues, Soldado PM - MA; Morto em uma emboscada, durante a luta travada entre lavradores de terra, incitados por militantes da Ação Popular(AP). 49; 14/11/69; Orlando Girolo, Bancário - SP; Morto por terroristas durante assalto ao Banco Brasileiro de Descontos (Bradesco). 50; 17/11/69; Joel Nunes, Sub-Tenente PM - RJ; Neste dia o PCBR assaltou o Banco Sotto Maior, na Praça do Carmo, no subúrbio carioca de Brás de Pina, de onde foram roubados cerca de 80 milhões de cruzeiros. Na fuga, obstados por uma viatura policial, surgiu um violento tiroteio no qual Avelino Bioni Capitani matou o Sub-Tenente da PM Joel Nunes. Na ocasião foi preso o terrorista Paulo Sérgio Granado Paranhos. 51; 18/12/69; Elias dos Santos, Soldado do Exército – RJ; Paulo Sérgio Granado Paranhos preso no dia anterior ao ser interrogado "abriu" um "aparelho" do PCBR localizado na rua Baronesa de Uruguaiana nº 70, no bairro de Lins de Vasconcelos. Ali, Prestes de Paula, ao fugir pelos fundos da casa, disparou, à queima-roupa, um tiro de pistola .45 no soldado do Exército Elias dos Santos que integrava a equipe que "estourou" o "aparelho". O soldado Elias morreu momentos depois. A respeito do Soldado Elias, morto em combate no cumprimento do dever, o Ternuma recebeu o seguinte comovente e-mail: "Fico feliz de achar uma página da Internet a qual faz uma homenagem a uma pessoa que não conheci, mas com certeza, muito especial. Desde pequena vejo minha avó aos prantos lembrar de seu filho Elias dos Santos, morto brutalmente por assassinos terroristas. Não conhecia direito a história, fiquei sabendo agora. Realmente é revoltante saber que a família de Carlos Lamarca tem direitos que minha avó não teve. Não tenho palavras, só agradeço. Daniele Esteves". 52; 17/01/70; José Geraldo Alves Cursino - Sargento PM - São Paulo / SP; Morto a tiros por terroristas. 53; 20/02/70; Antônio Aparecido Posso Nogueró, Sargento PM – São Paulo; Morto pelo terrorista Antônio Raimundo de Lucena quando tentava impedir um ato terrorista no Jardim Cerejeiras, Atibaia/SP. 54; 11/03/70; Newton de Oliveira Nascimento, Soldado PM – Rio de Janeiro; No dia 11/03/70, os militantes do grupo tático armado da ALN, Mário de Souza Prata, Rômulo Noronha de Albuquerque e Jorge Raimundo Júnior deslocavam-se num carro Corcel azul, roubado, dirigido pelo último, quando foram interceptados no bairro de Laranjeiras- RJ, por uma patrulha da PM. Suspeitando do motorista, pela pouca idade que aparentava, e verificando que Jorge Raimundo não portava habilitação, os policiais ordenaram-lhe que entrasse no veículo policial, junto com Rômulo Noronha Albuquerque, enquanto Mauro de Souza Prata, acompanhado de um dos Soldados, iria dirigindo o Corcel até a delegacia mais próxima. Aproveitando-se do descuido dos policiais, que não revistaram os detidos, Mário, ao manobrar o veículo para colocá-lo à frente da viatura policial, sacou de uma arma e atirou, matando com um tiro na testa o Soldado da PM Newton Oliveira Nascimento, que o escoltava no carro roubado. O Soldado Newton deixou viúva Dona Luci e órfãs duas filhas menores de quatro e dois anos. 55; 31/03/70; JOAQUIM MELO, Investigador de Polícia – Pernambuco; Morto por terroristas durante ação contra um "aparelho". 56; 02/05/70; João Batista de Souza, Guarda de Segurança - SP; Um comando terrorista, integrado por Devanir José de Carvalho, Antonio André Camargo Guerra, Plínio Petersen Pereira, Waldemar Abreu e José Rodrigues Ângelo, pelo Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) e mais Eduardo Leite (Bacuri) pela Resistência Democrática (REDE) assaltaram a Companhia de Cigarros Souza Cruz, no Cambuci/SP. Na ocasião Bacuri assassinou o guarda de segurança João Batista de Souza. 57; 10/05/70; Alberto Mendes Junior, 1º Tenente PMESP – SP; Nos dias 16/04/70 e 18/04/70 foram presos no Rio de Janeiro, Celso Lungaretti e Maria do Carmo Brito, ambos militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), uma das organizações comunistas que seguia a linha cubana. Ao serem interrogados os dois informaram que desde janeiro/70, a VPR, com a colaboração de outras organizações comunistas, instalara uma área de treinamento de guerrilhas, na região de Jacupiranga, próxima a Registro, no Vale da Ribeira, no Estado de São Paulo, sob o comando do ex-Capitão do Exército, Carlos Lamarca. No dia 19/04/70, tropas do Exército e da Polícia Militar do Estado de São Paulo foram deslocadas para a área, para verificar a autenticidade das declarações dos dois militantes presos e neutralizar a área, prendendo, se possível os seus 18 ocupantes. No início de maio/70 uma parte da tropa da Polícia Militar foi retirada da área, permanecendo, apenas, um pelotão. Como voluntário para comandá-lo, apresentou-se um jovem de 23 anos, o Tenente Alberto Mendes Júnior. Com 5 anos de Polícia Militar, o Tenente Mendes era conhecido, entre os seus companheiros, por seu espírito afável e alegre e pelo altruísmo no cumprimento das missões. Idealista, acreditava que era seu dever permanecer na área, ao lado se seus subordinados. No dia 08/05/70, 7 terroristas, chefiados por Carlos Lamarca, que estavam numa pick-up, ao pararem num posto de gasolina em Eldorado Paulista, foram abordados por policiais que, imediatamente, foram alvejados por tiros que partiram dos terroristas que ocupavam a pick-up e que após o tiroteio fugiram para Sete Barras. Ciente do ocorrido, o Tenente Mendes organizou uma patrulha, que, em duas viaturas, dirigiu-se de Sete Barras para Eldorado Paulista. Cerca das 21:00 horas, houve o encontro com os terroristas que estavam armados com fuzis FAL enquanto que os PMs portavam o velho fuzil Mauser modelo 1908. Em nítida desvantagem bélica, vários PMs foram feridos e o Tenente Mendes verificou que diversos de seus comandados estavam necessitando urgentes socorros médicos. Um dos terroristas, com um golpe astucioso, aproveitando-se daquele momento psicológico, gritou-lhes para que se entregassem. Julgando-se cercado, o oficial aceitou render-se, desde que seus homens pudessem receber o socorro necessário. Tendo os demais componentes da patrulha permanecido como reféns, o Tenente levou os feridos para Sete Barras. De madrugada, a pé e sozinho, o Tenente Mendes buscou contato com os terroristas, preocupado que estava com o restante de seus homens. Encontrou Lamarca que decidiu seguir com seus companheiros e os prisioneiros para Sete Barras. Ao se aproximarem dessa localidade foram surpreendidos por um tiroteio, ocasião em que dois terroristas Edmauro Gopfert e José Araújo Nóbrega desgarraram-se do grupo e os cinco terroristas restantes embrenharam-se no mato, levando consigo o Tenente Mendes. Depois de caminharem um dia e meio na mata, os terroristas e o Tenente pararam para descansar. Nesta ocasião Carlos Lamarca, Yoshitame Fugimore e Diógenes Sobrosa de Souza afastaram-se e formaram um tribunal revolucionário que resolveu assassinar o Tenente Mendes pois o mesmo, pela necessidade de vigiá-lo, retardava a fuga. Os outros dois Ariston Oliveira Lucena e Gilberto Faria Lima ficaram vigiando o prisioneiro. Poucos minutos depois, os três terroristas retornaram, e, acercando-se por traz do Oficial, Yoshitame Fugimore desfechou-lhe violentos golpes na cabeça, com a coronha de um fuzil. Caído e com a base do crânio partida, o Tenente Mendes gemia e se contorcia em dores. Diógenes Sobrosa de Souza desferiu-lhe outros golpes na cabeça, esfacelando-a. Ali mesmo, numa pequena vala e com seus coturnos ao lado da cabeça ensangüentada, o Tenente Mendes foi enterrado. Em 08/09/70, Ariston Lucena foi preso pelo DOI / CODI / IIEx e apontou, no local, onde o Tenente estava enterrado. Seu corpo foi exumado, em segredo, pelos agentes do DOI pois os companheiros do Tenente queriam linchar Ariston. Dos cinco assassinos do Tenente Mendes, sabe-se que: Carlos Lamarca, morreu na tarde de 17/09/71, no interior da Bahia, durante tiroteio com o DOI / CODI / 6ª RM; Yoshitame Fugimore, morreu em 05/12/70, em São Paulo, durante tiroteio com o DOI / CODI / IIEx; Diógenes Sobrosa de Souza, preso em 12/12/70, no RS. Em novembro de 71 foi condenado à pena de morte (existia na época esta punição para os terroristas assassinos, que nunca foi usada). Em fins de 1979 , com a anistia foi libertado; Gilberto Faria Lima, fugiu para o exterior. Ariston Lucena, após a anistia foi libertado e teria se suicidado, recentemente, no RS. Observação: Embora Carlos Lamarca tenha desertado no posto de Capitão, por lei especial, sua família recebe a pensão de Coronel.Todas as famílias dos terroristas assassinos, inclusive a de Carlos Lamarca receberam uma grande indenização em dinheiro. O Tenente Mendes, promovido após sua morte, por bravura, ao posto de Capitão, deixou para sua família a pensão relativa a esse posto. Sua família , que nunca ganhou nenhuma indenização dos governos federal e estadual, tem problemas psicológicos até hoje. Seus pais não se conformam em ter o único filho sido assassinado de forma brutal, por bandidos sempre tão endeusados pela nossa mídia. 58; 11/06/70; Irlando de Moura Régis, Agente da Polícia Federal - RJ; No dia 11/06/70, o Embaixador da Alemanha, Ehrenfried Von Hollebem, saiu da Embaixada, no Rio de Janeiro, para a sua residência. Sentado no banco de trás de sua Mercedes preta, o Embaixador tinha como motorista o funcionário Marinho Huttl e o agente da Polícia Federal Irlando de Moura Régis, sentado no banco da frente e portando um revólver .38. Seguindo a Mercedes, como segurança, ia uma Variant com os agentes da Polícia Federal Luiz Antônio Sampaio como motorista e José Banharo da Silva, com uma metralhadora INA. Tendo ocupado o dispositivo desde antes das 19:00 horas, o "Comando Juarez Guimarães de Brito" executou o seqüestro às 19:55 horas, nas proximidades da residência do Embaixador, no cruzamento das ruas Cândido Mendes com a Ladeira do Fialho. Ao aproximar-se o carro diplomático, Jesus Paredes Soto deu um sinal a José Maurício Gradel que avançou uma "pick up" Willys, abalroando a Mercedes. Incontinente o casal que "namorava" na Escadinha do Fialho, Sônia Eliane Lafóz e José Milton Barbosa, este com uma metralhadora, disparou sua arma contra a Variant da segurança, ferindo Luiz Antônio Sampaio no abdômen e na coxa esquerda e José Banharo da Silva, na cabeça. Ao mesmo tempo, Eduardo Coleen Leite "Bacuri", à queima roupa, disparou três tiros de revólver .38 em Irlando de Moura Régis, matando-o com um tiro na cabeça. Herbert Eustáquio de Carvalho, empunhando uma pistola .45, arrancou o diplomata da Mercedes e embarcou-o no Opala, dirigido por José Roberto Gonçalves de Rezende. Participaram, ainda, deste crime hediondo os terroristas Alex Polari Alvarenga e Roberto Chagas da Silva. Decorridos 33 anos, vemos que neste período as famílias de subversivos, de assaltantes de bancos, de seqüestradores, de assassinos e de terroristas políticos foram indenizadas pelo governo. Até indenizações para "perseguidos políticos" que alcançam o teto máximo da carreira do pretendente, independente de se saber se ele chegaria ou não a este teto. E, vimos subversivos que na época estavam desempregados, serem indenizados em até R$450.000,00. Enquanto isto, famílias de cidadãos inocentes, atingidos em ações dos "guerrilheiros" como em assaltos a bancos, ou despedaçados por bombas nos atos terroristas, como no atentado ao Aeroporto de Guararapes, em Recife, são totalmente esquecidas. Orlando Lovechio Filho que, em 1968, teve uma perna amputada no atentado a bomba ao consulado americano, em São Paulo, teve seu sonho de ser piloto, destruído e luta até hoje por uma indenização do Estado. Famílias de seguranças de bancos e embaixadas, de policiais civis e militares, de policiais federais, de militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, mortos e feridos quando em serviço, foram ignoradas pelo governo. Para as famílias dos mortos pelos terroristas e para os que ficaram inválidos, lutando para manter a ordem no país, NADA!... Para elas, deve ser impossível entender porque no Congresso Nacional, um Senador, que como membro da Polícia Civil de São Paulo, participou ativamente da luta contra a subversão e ex-policiais federais, civis e militares, hoje Deputados, não tenham até a presente data, lembrado de seus colegas mortos e feridos no combate ao terrorismo e que não lutem para que esta lamentável injustiça seja reparada. 59; 15/07/70; Isidoro Zamboldi, Guarda de segurança - SP; Morto pela terrorista Ana Bursztyn durante assalto à loja Mappin. 60; 12/08/70; Benedito Gomes, Capitão do Exército, SP; Morto por terroristas, no interior do seu carro, na Estrada Velha de Campinas. 61; 19/08/70; Vagner Lúcio Vitorino da Silva, Guarda de segurança, RJ; Morto durante assalto do Grupo Tático Armado da organização terrorista MR-8, ao Banco Nacional de Minas Gerais, no bairro de Ramos-RJ. Sônia Maria Ferreira Lima foi quem fez os disparos que o mataram. Participaram, também, dessa ação os terroristas Reinaldo Guarany Simões, Viriato Xavier de Melo Filho e Benjamim de Oliveira Torres Neto, os dois últimos recém chegados do curso, em Cuba. 62; 29/08/70; José Armando Rodrigues, Comerciante - CE; Proprietário da firma Ibiapaba Comércio Ltda. Após ter sido assaltado em sua loja, foi seqüestrado, barbaramente torturado e morto a tiros por terroristas da ALN. Após seu assassinato seu carro foi lançado num precipício na serra de Ibiapaba, em São Benedito, CE. Autores: Ex-seminaristas Antônio Espiridião Neto e Waldemar Rodrigues Menezes (autor dos disparos), José Sales de Oliveira, Carlos de Montenegro Medeiros, Gilberto Telmo Sidney Marques, Timoschenko Soares de Sales e Francisco William. 63; 14/09/70; Bertolino Ferreira da Silva, Guarda de segurança - SP; Morto durante assalto praticado pelas organizações terroristas ALN e MRT ao carro pagador da empresa Brinks, no Bairro do Paraíso, em são Paulo. 64; 21/09/70 ; Célio Tonelly, Soldado PM - SP; Morto em Santo André, quando de serviço em uma rádio patrulha tentou deter terroristas que ocupavam um automóvel. 65; 22/09/70; Autair Macedo, Guarda de segurança - RJ; Morto por terroristas, durante assalto a empresa de ônibus Amigos Unidos; 27/10/70; Walder Xavier de Lima, Sargento da Aeronáutica - BA; - Morto quando, ao volante de uma viatura, conduzia terroristas presos, em Salvador. O assassino, Theodomiro Romeiro dos Santos (Marcos) o atingiu, covardemente, com um tiro na nuca. Organização: PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário). 66; 10/11/70; José Marques do Nascimento, Civil - SP; Morto por terroristas em confronto com policiais. 67; 10/11/70; Garibaldo de Queiroz, Soldado PM - SP; Morto em confronto com terroristas da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) que faziam uma panfletagem armada na Vila Prudente, São Paulo. 68; 10/11/70; José Aleixo Nunes, Soldado PM - SP; Morto em confronto com terroristas da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) que faziam uma panfletagem armada na Vila Prudente, São Paulo. 69; 10/12/70; Hélio de Carvalho Araújo, Agente da Polícia Federal – RJ; No dia 07/12/70 a VPR, Vanguarda Popular Revolucionária, seqüestrou no Rio de Janeiro, o Embaixador da Suíça no Brasil, Giovani Enrico Bucher. Participaram, ativamente, da operação os terroristas Adair Gonçalves Reis, Gerson Theodoro de Oliveira, Maurício Guilherme da Silveira, Alex Polaris de Alvarenga, Inês Etienne Romeu, Alfredo Sirkis, Herbert Eustáquio de Carvalho e Carlos Lamarca. Após fecharem e paralisarem o carro que conduzia o Embaixador, Carlos Lamarca bateu com um revólver Smith-Wesson, cano longo, calibre .38, no vidro do carro. Abriu a porta traseira e, a uma distância de 2 metros atirou, duas vezes, no agente Hélio. Uma das balas seccionou a medula do policial. Os terroristas levaram o Embaixador e deixaram o agente agonizando. Transferido para o Hospital Miguel Couto, faleceu no dia 10/12/70. 70; 07/01/71; Marcelo Costa Tavares, Estudante - MG; Morto por terroristas durante um assalto ao Banco Nacional de Minas Gerais. Autor dos disparos: Newton Moraes. 71; 12/02/71; Américo Cassiolato, Soldado PM – São Paulo; Morto por terroristas em Pirapora do Bom Jesus. 72; 20/02/71; Fernando Pereira, Comerciário – Rio de Janeiro; Morto por terroristas quando tentava impedir um assalto ao estabelecimento "Casa do Arroz", do qual era gerente. 73; 08/03/71; Djalma Peluci Batista, Soldado PM – Rio de Janeiro; Morto por terroristas, durante assalto ao Banco do Estado do Rio de Janeiro. 74; 24/03/71; Mateus Levino dos Santos, Tenente da FAB – Pernambuco; O PCBR necessitava roubar um carro para participar do seqüestro do Cônsul norte-americano, em Recife. No dia 26/06/70 resolveram roubar um volks, estacionado em Jaboatão, na Grande Recife, nas proximidades do Hospital da Aeronáutica.Quatro militantes do PCBR desceram do carro dirigido por Nancy Mangabeira Unger: Carlos Alberto Soares Rodrigues de Sousa, José Gersino Saraiva Maia e Luiz "Jacaré", (até hoje não identificado). Ao tentarem render o motorista, este ao identificar-se como Tenente da Aeronáutica, foi ferido gravemente por Carlos Alberto, com dois tiros, um na cabeça e outro no pescoço.O Tenente Mateus Levino dos Santos, após nove meses de impressionante sofrimento, veio a falecer em 24/03/71, deixando viúva e duas filhas menores.O imprevisto levou o PCBR a desistir do seqüestro. Nancy Mangabeira Unger, banida em 13/01/71, em troca da vida do Embaixador suíço, era filha de pai americano e sua mãe, brasileira, era filha de Otávio Mangabeira. Por ironia, o próprio consulado americano, sem saber do planejamento do seqüestro de seu cônsul, correu em defesa de Nancy, alegando a dupla nacionalidade dela, brasileira e norte-americana. 75; 04/04/71; José Julio Toja Martinez Filho, Major do Exército – Rio de Janeiro; No início de abril, a Brigada Pára-quedista recebeu uma denúncia de que um casal de terroristas ocupara uma casa localizada na rua Niquelândia, 23, em Campo Grande/RJ. Não desejando passar esse informe à 2ª Sessão do então I Exército, sem aprofundá-lo, a 2ª Sessão da Brigada, chefiada pelo Major Martinez, montou um esquema de vigilância sobre a citada residência. Por volta das 23 horas desse dia, chegou, num táxi, um casal, estacionando-o nas proximidades da casa vigiada. A mulher ostentava uma volumosa barriga que indicava estar em adiantado estado de gravidez. O fato sensibilizou Martinez, que, impelido por seu sentimento de solidariedade, agiu impulsivamente visando preservar a "senhora" de possíveis riscos. O Major José Júlio Toja Martinez Filho acabara de concluir o curso da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, onde por três anos, exatamente o período em que a guerra revolucionária se desenvolvera, estivera afastado desses problemas, em função da própria vida escolar bastante intensa. Estagiário na Brigada Pára-quedista, a quem também não estava afeta a missão de combate à subversão, não se havia habituado à virulência da ação terrorista, que se tornava a cada dia mais violenta. Julgando que o casal nada tinha a ver com a subversão, Martinez iniciou a travessia da rua, a fim de solicitar-lhe que se afastasse daquela área. Ato contínuo, de sua "barriga", formada por uma cesta para pão com uma abertura para saque da arma ali escondida, a mulher retirou um revólver, matando-o instantaneamente, sem qualquer chance de reação. O Capitão Parreira, de sua equipe, ao sair em sua defesa foi gravemente ferido por um tiro desferido pelo terrorista. Nesse momento, os demais agentes desencadearam cerrado tiroteio que causou a morte do casal de terroristas. Estes foram identificados como sendo os militantes do MR-8 Mário de Souza Prata e sua amante Marilena Villas-Bôas Pinto, ambos de alta periculosidade e responsáveis por uma extensa lista de atos terroristas. No "aparelho" do casal foram encontrados explosivos, munição e armas, além de dezenas de levantamentos de bancos, de supermercados, de diplomatas estrangeiros e de Generais do Exército. Destino perverso esse que compensou com uma reação de ódio e violência o gesto de bondade tão característica do Major Martinez. Ele deixou viúva e quatro filhos, três meninas e um menino, a mais velha, à época, com onze anos de idade. Sua esposa, com uma pensão, criou com sacrifícios aquelas crianças que, pelo ambiente familiar de que desfrutavam, eram, naturalmente, dóceis e afáveis. Com o apoio de familiares e amigos, suplantou a dor, os traumas decorrentes da morte violenta e inesperada e as dificuldades resultantes da ausência do chefe de família. A família do Major Martinez não pediu, nem vê razão em homenagens. Apenas quer guardar a lembrança do esposo dedicado e pai carinhoso que ele foi. Profissional competente, dedicado e leal, atleta exemplar, amigo afável e educado, "Zazá" , como era carinhosamente chamado por seus amigos, será sempre lembrado com muito carinho por todos aqueles que com ele conviveram. 76; 07/04/71; Maria Alice Matos, Empregada doméstica – Rio de Janeiro; Morta por terroristas quando do assalto a um depósito de material de construção. 77; 15/04/71; Henning Albert Boilensen, (Industrial – São Paulo); Quando da criação da Operação Bandeirante, o então comandante do II Exército, General Canavarro, reuniu-se com o Governador do Estado de São Paulo, com várias autoridades federais, estaduais, municipais e com industriais paulistas para solicitar o apoio para um órgão que necessitava ser criado com rapidez, a fim de fazer frente ao crescente terrorismo que estava em curso no estado de São Paulo. Assim, vários industriais, entre eles Boilesen, se cotizaram para atender ao pedido daquela autoridade militar. E, o que fizeram os terroristas para intimidar aqueles industriais? A pedido de Carlos Lamarca, escolheram três nomes para serem assassinados, como forma de intimidar os demais colaboradores. Estes eram: Henning A. Boilesen, Peri Igel e Sebastião Camargo (Camargo Correia). O escolhido foi o presidente da Ultragás, Henning Albert Boilesen, um dinamarquês, naturalizado brasileiro. A partir da segunda quinzena de janeiro de 1971, iniciaram-se os levantamentos do industrial paulista, dos quais participaram: Devanir José de Carvalho, Dimas Antonio Casemiro, Gilberto Faria Lima e José Dan de Carvalho, pelo MRT; Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz, pela ALN; Gregório Mendonça e Laerte Dorneles Méliga (chefe de gabinete do então Governador do RS, Olívio Dutra), pela VPR. No dia 15 de abril de 1971 um Comando Revolucionário, integrado pelos terroristas Yuri Xavier Pereira, Joaquim Alencar Seixas, José Milton Barbosa, Dimas Antonio Casimiro e Antonio Sérgio de Matos, covardemente assassinou Boilesen. Quando o carro de Boilesen entrou na Alameda Casa Branca, dois carros dos terroristas emparelharam com o dele. Pela esquerda, Yuri, colocando um fuzil para fora da janela, disparou um tiro que foi raspar a cabeça de Boilesen. Este saiu do automóvel que dirigia e tentou correr em direção contrária aos carros. Foi inútil. José Milton descarregou sua metralhadora nas costas do industrial e Yuri desfechou-lhe mais três tiros de fuzil. Cambaleando, Boilesen arrastou-se por mais alguns metros e foi cair na sarjeta, junto de um Volkswagen. Aproximando-se, Yuri disparou mais um tiro que lhe arrancou a maior parte da face esquerda. Joaquim Alencar Seixas e Gilberto Faria Lima jogaram os panfletos por cima do cadáver. No relatório escrito por Yuri, e apreendido pela polícia, aparecem as frases "durante a fuga trocávamos olhares de contentamento e satisfação. Mais uma vitória da Revolução Brasileira". Vários carros e casas foram atingidos por projéteis. Caídas, duas senhoras, uma atingida no ombro e outra ferida numa perna. Sobre o corpo de Boilesen, mutilado com dezenove tiros, os panfletos da ALN e do MRT, dirigidos "Ao Povo Brasileiro", traziam a ameaça: "Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente". Este assassinato comoveu a opinião pública e teve ampla repercussão no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa de São Paulo. A respeito desse repulsivo ato terrorista é conveniente relembrar o que publicou a Folha de São Paulo, no dia 16/04/1971: "Meios políticos e empresariais condenaram veementemente o brutal assassinato. A Assembléia Legislativa suspendeu seus trabalhos para render um preito de homenagem à memória do industrial assassinado por terroristas. Ao instalar os trabalhos da sessão, o presidente da Casa, D eputado Jacob Pedro Carolo, disse que Boilesen foi vítima de terroristas covardes". Para justificar este ato criminoso, os terroristas e seus simpatizantes passaram a difundir abomináveis e sórdidas mentiras. Entre outras acusações criminosas, afirmam que Boilesen era um agente da CIA, que freqüentava a OBAN (que depois passou a se chamar DOI) e que nessas visitas assistia e participava do interrogatório dos presos, ocasião em que pessoalmente testava uma máquina de aplicar choques elétricos que ele mesmo inventara. Na realidade Boilesen nunca foi agente da CIA e muito menos assistiu interrogatórios de presos na OBAN e no DOI / CODI / IIEx. Boilesen esteve no DOI uma única vez, em fins de dezembro de 1970, quando foi cumprimentar o comandante deste órgão, pelo natal que se aproximava. Foi recebido no gabinete do comando do DOI e lá não permaneceu por mais de quinze minutos. A família do industrial assassinado deveria processar aqueles que, através da mentira e da calúnia, deturpam os fatos e procuram manchar a honra e a dignidade de um homem com as qualidades de HENNING ALBERT BOILESEN. 78; 10/05/71; Manoel da Silva Neto, Soldado PM – SP; Morto por terroristas durante assalto à Empresa de Transporte Tusa. 79; 14/05/71; Adilson Sampaio, Artesão – RJ ; Morto por terroristas durante assalto às lojas Gaio Marti. Mesmo com tanto tempo já decorrido, alguma incorreção ainda pode cercar algum nome aqui lembrado. Assim, rogamos ser informados de eventual impropriedade. 80; 09/06/71; Antônio Lisboa Ceres de Oliveira, Civil - RJ; Morto por terroristas durante assalto à boate Comodoro. 81; 01/07/71; Jaime Pereira da Silva, Civil - RJ; Morto por terroristas, na varanda de sua residência, durante tiroteio entre terroristas e policiais. Os mortos acima relacionados não dão nomes a logradouros públicos, nem seus parentes receberam indenizações mas os responsáveis diretos ou indiretos por suas mortes dão nome à escolas, ruas, estradas e suas famílias receberam vultosas indenizações, pagas com o nosso dinheiro. 82; 02/09/71; Gentil Procópio de Melo, Motorista de praça - PE; A organização terrorista denominada Partido Comunista Revolucionário determinou que um carro fosse roubado para realizar um assalto. Cumprindo a ordem recebida, o terrorista José Mariano de Barros tomou um táxi em Madalena, Recife. Ao chegar ao Hospital das Clínicas, quando fingia que ia pagar a corrida apareceram seus comparsas Manoel Lisboa de Moura e José Emilson Ribeiro da Silva, que se aproximaram do veículo, tendo José Emilson disparado dois tiros que mataram o motorista Gentil Procópio de Melo. 83; 02/09/71; Jayme Cardenio Dolce, Guarda de segurança - RJ; Assassinado pelos terroristas Flávio Augusto Neves Leão Salles, Hélio Pereira Fortes, Antônio Carlos Nogueira Cabral, Aurora Maria do Nascimento Furtado, Sônia Hipólito e Isis Dias de Oliveira, durante assalto à Casa de Saúde Dr. Eiras. 84; 02/09/71; Silvano Amâncio dos Santos, Guarda de segurança - RJ; Assassinado pelos terroristas Flávio Augusto Neves Leão Salles, Hélio Pereira Fortes, Antônio Carlos Nogueira Cabral, Aurora Maria do Nascimento Furtado, Sônia Hipólito e Isis Dias de Oliveira, durante assalto à Casa de Saúde Dr. Eiras. 85; 02/09/71; Demerval Ferreira dos Santos, Guarda de segurança - RJ; Assassinado pelos terroristas Flávio Augusto Neves Leão Salles, Hélio Pereira Fortes, Antônio Carlos Nogueira Cabral, Aurora Maria do Nascimento Furtado, Sônia Hipólito e Isis Dias de Oliveira, durante assalto à Casa de Saúde Dr. Eiras. 86; --/10/71; Alberto da Silva Machado, Civil - RJ; Morto por terroristas durante assalto à Fábrica de Móveis Vogal Ltda, da qual era um dos proprietários. 87; 22/10/71; José do Amaral, Sub-oficial da reserva da Marinha, RJ; Morto por terroristas da VAR PALMARES (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares) e do MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) durante assalto a um carro transportador de valores da Transfort S/A. Foram feridos o motorista Sérgio da Silva Taranto e os guardas de segurança Emílio Pereira e Adilson Caetano da Silva. Autores: James Allen Luz (Ciro), Carlos Alberto Salles (Soldado), Paulo Cesar Botelho Massa e João Carlos da Costa. 88; 01/11/71; Nelson Martinez Ponce, Cabo PM - SP; Metralhado por Aylton Adalberto Mortati, durante um atentado praticado por cinco terroristas do MOLIPO (Movimento de Libertação Popular), contra um ônibus da Empresa de Transportes Urbano S/A, em Vila Brasilândia, São Paulo. 89; 10/11/71; João Campos, Cabo PM - SP; Morto na estrada de Pindamonhangaba, ao interceptar um carro que conduzia terroristas armados. 90; 22/11/71; José Amaral Vilela, Guarda de segurança - RJ; Neste dia os terroristas Sérgio Landulfo Furtado, Norma Sá Ferreira, Nelson Rodrigues Filho, Paulo Roberto Jabour, Thimothy William Watkin Ross e Paulo Costa Ribeiro Bastos assaltaram um carro-forte da firma TRANSPORT, na Estrada do Portela, em Madureira. O guarda José Amaral Vilela foi morto a rajadas de metralhadora e ficaram feridos os guardas Sérgio da Silva Taranto, Emílio Pereira e Adilson Caetano da Silva. 91; 27/11/71; Eduardo Timóteo Filho, Soldado PM - RJ; Morto por terroristas, durante assalto contra as Lojas Caio Marti. 92; 13/12/71; Hélio Ferreira de Moura, Guarda de Segurança – RJ; Morto, por terroristas, durante assalto contra um carro transportador de valores da Brink's, na Via Dutra. 93; 18/01/72; Tomaz Paulino de Almeida, Sargento PM - São Paulo / SP; Morto, a tiros de metralhadora, no bairro Cambuci, quando um grupo terrorista roubava o seu carro. Autores do assassinato: João Carlos Cavalcante Reis, Lauriberto José Reyes e Márcio Beck Machado, todos integrantes do Movimento de Libertação Nacional (Molipo). 94; 20/01/72; Sylas Bispo Feche, Cabo PM São Paulo / SP; O Cabo Sylas Bispo Feche, integrava uma Equipe de Busca e Apreensão do DOI / CODI / II Exército. Sua equipe executava uma ronda, quando um carro VW, ocupado por duas pessoas, cruzou um sinal fechado quase atropelando uma senhora que atravessava a rua com uma criança no colo. A sua equipe saiu em perseguição ao carro suspeito, que foi interceptado. Ao tentar aproximar-se para pedir os documentos dos dois ocupantes do veículo, o Cabo Feche foi, covardemente, metralhado por eles. Foi travado um tiroteio entre a equipe e os dois terroristas que também morreram no local. Os assassinos do Cabo Feche, ambos membros da Ação Libertadora Nacional (ALN), são: Gelson Reicher "Marcos" que usava identidade falsa com o nome de Emiliano Sessa, era chefe de um Grupo Tático Armado (GTA) e já tinha praticado mais de vinte atos terroristas, inclusive o seqüestro de um médico; Alex Paula Xavier Pereira "Miguel", que usava identidade falsa com o nome de João Maria de Freitas, fez curso de guerrilha em Cuba e praticou mais de quarenta atos terroristas, inclusive atentados a bomba na cidade do Rio de Janeiro. 95; 25/01/72; Elzo Ito, Estudante - São Paulo / SP; Aluno do Centro de Formação de Pilotos Militares, foi morto por terroristas quando roubavam seu carro. 96; 01/02/72; Iris do Amaral, Civil – Rio de Janeiro; Morto durante um tiroteio entre terroristas da ALN e policiais. Ficaram feridos nesta ação os civis Marinho Floriano Sanches, Romeu Silva e Altamiro Sinzo. Autores: Flávio Augusto Neves Leão Salles("Rogério", "Bibico") e Antônio Carlos Cabral Nogueira ("Chico", "Alfredo"), ambos da ALN. 97; 05/02/72; David A. Cuthberg, Marinheiro inglês – Rio de Janeiro; A respeito desse assassinato, sob o título "REPULSA" o jornal "O Globo", do Rio de Janeiro, publicou: "Tinha dezenove anos o Marinheiro inglês David A. Cuthberg que, na madrugada de sábado, tomou um táxi com um companheiro para conhecer o Rio, nos seus aspectos mais alegres. Ele aqui chegara como amigo, a bordo da flotilha que nos visita para comemorar os 150 anos de Independência do Brasil. Uma rajada de metralhadora tirou-lhe a vida, no táxi que se encontrava. Não teve tempo para perceber o que ocorria e, se percebesse, com certeza não poderia compreender. Um terrorista, de dentro de outro carro, apontara friamente a metralhadora antes de desenhar nas suas costas o fatal risco de balas, para, logo em seguida, completar a infâmia, despejando sobre o corpo, ainda palpitante, panfletos em que se mencionava a palavra liberdade. Com esse crime repulsivo, o terror quis apenas alcançar repercussão fora de nossas fronteiras para suas atividades, procurando dar-lhe significação de atentado político contra jovem inocente, em troca da publicação da notícia num jornal inglês. O terrorismo cumpre, no Brasil, com crimes como esse, o destino inevitável dos movimentos a que faltam motivação real e consentimento de qualquer parcela da opinião pública: o de não ultrapassar os limites do simples banditismo, com que se exprime o alto grau de degeneração dessas reduzidas maltas de assassinos gratuitos". A ação criminosa, tachada como "justiçamento", foi praticada pelos seguintes terroristas, integrantes de uma frente formada por três organizações comunistas: Flávio Augusto Neves Leão Salles ("Rogério", "Bibico") – ALN, que fez os disparos com a metralhadora. Antônio Carlos Nogueira Cabral ("Chico", "Alfredo") – ALN. Aurora Maria Nascimento Furtado ("Márcia", "Rita") – ALN; Adair Gonçalves Reis ("Elber", "Leônidas", "Sorriso") – ALN; Lígia Maria Salgado da Nóbrega ("Ana", "Célia", "Cecília") – VAR PALMARES, que jogou dentro do táxi os panfletos que falavam em vingança contra os "Imperialistas Ingleses"; Hélio Silva ("Anastácio", "Nadinho") – VAR-PALMARES; Carlos Alberto Salles ("Soldado") – VAR-PALMARES; Getúlio de Oliveira Cabral ("Gogó", "Soares", "Gustavo") – PCBR. 98; 15/02/72; Luzimar Machado de Oliveira, Soldado PM – Goiás; O terrorista Arno Preiss encontrava-se na cidade de Paraíso do Norte, que estava incluída no de esquema de trabalho de campo do MOLIPO. Usava o nome falso de Patrick McBundy Comick. Arno tentou entrar com sua documentação falsa no baile carnavalesco do clube social da cidade. Sua documentação levantou suspeita nos policiais, que o convidaram a comparecer à delegacia local. Ao deixar o clube, julgando-se desmascarado, Arno sacou seu revólver e disparou à queima roupa contra os policiais, matando o PM Luzimar Machado de Oliveira e ferindo gravemente o outro PM que o conduzia, Gentil Ferreira Mano. Protegido pela escuridão, Arno homiziou-se num matagal, sendo entretanto localizado por populares que, indignados, auxiliavam a polícia. Arno travou, ainda, intenso tiroteio com seus perseguidores, antes de tombar sem vida. Com dificuldade, a polícia impediu a violação do corpo. 99; 18/02/72; Benedito Monteiro da Silva, Cabo PM – São Paulo; Morto quando tentava evitar um assalto terrorista a uma agência bancária em Santa Cruz do Rio Pardo. 100; 27/02/72; Napoleão Felipe Bertolane Biscaldi, Civil – São Paulo; Morto durante um tiroteio entre os terroristas Lauriberto José Reyes e José Ibsem Veroes com policiais, na rua Serra de Botucatu, no bairro Tatuapé. Nesta ação um policial foi ferido a tiros de metralhadoras por Lauriberto. Os dois terroristas morreram no local. 101; 06/03/72; Walter César Galleti, Comerciante – São Paulo; Terroristas da ALN assaltaram a firma F. Monteiro S/A . Após o assalto fecharam a loja, fizeram um discurso subversivo e assassinaram o gerente Walter César Galetti e feriram o subgerente Maurílio Ramalho e o despachante Rosalindo Fernandes. 102; 12/03/72; Manoel dos Santos, Guarda de Segurança – São Paulo; Morto durante assalto terrorista à fábrica de bebidas Charel Ltda. 103; 12/03/72; Aníbal Figueiredo de Albuquerque, Coronel R1 do Exército – São Paulo; Morto durante assalto à fábrica de bebidas Charel Ltda., da qual era um dos proprietários. 104; 08/05/72; Odilo Cruz Rosa, Cabo do Exército – PA; Morto na região do Araguaia, quando uma equipe comandada por um Tenente e composta ainda, por dois Sargentos e pelo Cabo Rosa, foram emboscados por terroristas comandados por Oswaldo Araújo Costa "Oswaldão", na região de Grota Seca, no Vale da Gameleira. Neste tiroteio foi morto o Cabo Rosa e feridos o Tenente e um Sargento. Julgando que o Cabo Rosa estivesse desgarrado da equipe, o Tenente e os dois Sargentos retiraram-se para Xambioá, a procura de atendimento médico. Lá souberam, através de um mateiro, que o Cabo Rosa tinha sido morto e que "Oswaldão" dissera aos habitantes da região que permaneceria mantendo guarda ao corpo do Cabo, até que ele apodrecesse, e que o Exército não teria coragem para resgatá-lo. Foi formada uma patrulha com a missão de localizar e resgatar o corpo do Cabo Rosa. A patrulha cumpriu sua missão, sem ser molestada pelos guerrilheiros comandados por "Oswaldão". 105; 02/06/72; Rosendo, Sargento PM - SP; Morto ao interceptar 4 terroristas que assaltaram um bar e um carro da Distribuidora de Cigarros Oeste LTDA. 106; 29/06/72; João Pereira, Mateiro - região do Araguaia - PA; "Justiçado exemplarmente" pelo PC do B, por ter servido de guia para as forças legais que combatiam os guerrilheiros. A respeito, Ângelo Arroyo declarou em seu relatório: "A morte desse bate-pau causou pânico entre os demais da zona". 107; 09/09/72; Mário Domingos Panzarielo, Detetive da Polícia Civil - RJ; Morto ao tentar prender um terrorista da ALN. 108; 23/09/72; Mário Abraim da Silva, Segundo Sargento do Exército - PA; Pertencia ao 2º Batalhão de Infantaria de Selva, com sede em Belém. Sua Companhia foi deslocada para combater a guerrilha na região do Araguaia. Morto em combate, durante um ataque guerrilheiro no lugarejo de Pavão, base do 2º Batalhão de Infantaria de Selva. 109; 27/09/72; Sílvio Nunes Alves, Bancário - RJ; Assassinado em assalto ao Banco Novo Mundo, na Penha-RJ, pelas organizações terroristas PCBR – ALN – VPR – Var Palmares e MR-8. Autor do assassinato: José...
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