E LÁ SE VÃO OS BONS
“A classe política, nem se fala, essa já apodreceu há muito tempo mesmo. Este Congresso que está aqui, desculpem-me a franqueza, é o pior de que já participei. É a pior legislatura da qual já participei. Nunca vi um Congresso tão medíocre. Claro, com uma minoria ilustre, respeitável, a quem cumprimento. O meu desalento é profundo. Infelizmente, eu gostaria de estar fazendo outro tipo de pronunciamento, mas falo o que penso, perdendo ou não votos - pouco me importa. Aliás, eu não quero mais votos mesmo, pois estou encerrando a minha vida pública daqui a quatro anos, profundamente desencantado com ela.”
Jefferson Péres, 30/08/2006
Este desabafo do Senador Jefferson Péres, do PDT do Amazonas, mostra um brasileiro desiludido e desesperançado com a classe política. O senador morreu triste por não conseguir convencer seus pares de que os homens devem ser movidos por princípios e deveres, não por interesses e direitos. É o depoimento de quem conviveu diariamente com uma classe (?) que deveria discutir, propor e fiscalizar as medidas que podem colocar esse país nos trilhos, mas que gasta tempo e dinheiro para preservar uma máquina movida por maracutaias e fisiologismo e que não cumpre seu papel constitucional. É triste, lamentável e dolorido constatar que os bons vão se entregando, vencidos pelo corporativismo, jogo de interesses, fisiologismo e mau-caratismo da maioria dos políticos. E o exemplo que vem de cima se espraia pelos outros níveis da administração pública. O novo Presidente do Supremo, Ministro Gilmar Mendes, Procurador-Geral da República no governo Fernando Henrique e indicado por ele para o Supremo, assim que assumiu a presidência do Tribunal, avocou todos os processos contra ministros do governo Fernando Henrique e mandou arquivá-los. Nenhuma novidade em um poder que é composto por indicações políticas e a seus padrinhos deve no mínimo gratidão. A Operação Fariseu, que investiga o desvio de mais de quatro bilhões de reais, saiu das manchetes por envolver entidades e empresas privadas de peso, que anunciam fortemente em veículos de comunicação. Mostra como nossa imprensa grita e defende os interesses do cidadão, desde que não atrapalhe os seus. Os executivos, em todos os níveis estão sob suspeita. Seja por cartões corporativos, detrans, licitações, dossiês, superfaturamentos, tráfego de influência ou qualquer outra maneira de apropriação do público pelo privado. Os interesses políticos não permitem a discussão de uma agenda positiva para o Estado e o País e, com isso, demonstram como é pequeno o interesse cívico dos políticos carreiristas. Ouço discursos pregando o interesse público e contra a corrupção de vários políticos envolvidos em fraudes e em tráfego de influência. Pura desfaçatez. São homens públicos que aparelharam os partidos e a máquina pública com seus apadrinhados e apanigüados e com isso dão sustentação a governos sem partidos fortes ou base parlamentar comprometida com planos de governo ou com a sociedade. Dono de uma trajetória política ímpar, Deus não permitiu que Jefferson Peres descansasse de sua luta em vida. Perdemos um grande guerreiro, que vai nos fazer muita falta, principalmente na defesa da sua Amazônia, tão imensa quanto o amor que a ela dedicava. Tento imaginar a tristeza do senador vendo seu país derrotado, entregue nas mãos de aproveitadores. Mas, ao mesmo tempo, fico feliz por ele ter partido como um vencedor. Quem perde uma eleição para Jader Barbalho, dentro de um colégio eleitoral torpe, é um vencedor. Quem é derrotado numa eleição formando uma chapa com um senador do calibre de seu colega Cristóvam Buarque, é um vencedor. Quem parte deixando um legado de seriedade, ética, integridade e dignidade é um vencedor. Foram derrotas com sabor de vitória e um exemplo que devemos seguir e difundir. Podemos ser derrotados em pequenas batalhas, mas não podemos deixar que essa gente ganhe a guerra. O Brasil não merece os políticos que tem.
Bil Lara é publicitário e consultor político da Lato Marketing e Política – bil@infoviabrasil.com.br
Um comentário:
O FUTURO DAS NAÇÕES
O comportamento pacifista das nações democráticas, torna as suas populações vuneráveis às táticas e comportamentos não civilizados, adotados por fanáticos adeptos de ideologias totalitárias.
O ladrão só pode prosperar numa comunidade em que a maioria for honesta e não tente roubar dele. Os ideólogos subversivos só podem fomentar a luta de classes porque as democracias respeitam a liberdade de pensamento e permitem que eles espalhem o descontentamento.
As nações que mais respeitam a liberdade, são as vítimas que mais sofrem com a subversão.
Lembremo-nos que a força bruta e o despreso pelos valores morais são as armas dos selvagens primitivos. Os bárbaros podem destruir a cultura e a civilização, e os atos truculentos praticados pelos subversivos criam deliberadamente a barbarie.
A população de cada país democrático precisa está atenta, para os perigos que as rondam. Muito cuidado com o emprego da psicologia das massas, cujo funcionamento se assemelha com o instinto de manada: onde um carneiro for os outros seguem, mesmo sendo na direção do matadouro.
Muitos se recusam acreditar na possibilidade de um dia se verem governados por um tirano. Mas a história nos mostra, bem como, os depoimentos pessoais das vítimas sobreviventes, o quanto a humanidade foi trucidada por esses regimes.
Não nos enganemos com as fórmulas mágicas, que apresentam soluções para todos os problemas, principalmente, quando alicerçadas na luta de classes, e disputas fraticidas, impulsionadas por ideologias totalitárias.
Temos a convicção de que a melhor forma de convivência entre os povos, é a convivência pacífica, onde a paz deve prevalecer a qualquer custo ou sacrifício.
Sem dúvidas, todo brasileiro tem a responsabilidade moral de defender o Brasil, face a ação meléfica de maus brasileiros, que até para o bem da nação, se resumem numa ínfima minoria, facilmente identificados pelo seus modus operandi. ACORDA MEU POVO!
João Florêncio
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