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segunda-feira, 26 de maio de 2008

Área Militar sai fortalecida


JORNAL DO BRASIL – 25/05/2008

Área militar sai fortalecida. Governo promete mais rigor
Brasília

Em repouso atualmente numa das gavetas da chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, o esboço de mudanças na Lei dos Estrangeiros para enquadrar as ONGs do exterior mostra que o general Augusto Heleno ganhou a primeira batalha contra o governo depois chamar de "lamentável" e "caótica" a política indigenista.
Ao criar a obrigatoriedade de prévia autorização para a concessão de de visto ou residência para a atuação de estrangeiros em terras indígenas ou em regiões consideradas estratégicas, o Ministério da Justiça passou a dividir essa atribuição com o Ministério da Defesa.
"Em se tratando da região da Amazônia Legal, a atuação de estrangeiros, organismos não-governamentais e instituições análogas ou similares estrangeiras será precedida de autorização específica dos Ministérios da Justiça e da Defesa, por prazo determinado, podendo ser prorrogado" estabelece o texto do artigo 71 do projeto de lei.

Em julho
As mudanças propostas pelo Ministério da Justiça – e que deverão ser enviadas em julho para o Congresso – representam, também, uma reação do governo diante da constatação do desvio de finalidade envolvendo várias ONGs com atuação na Amazônia. Outro trecho do mesmo artigo modificado determina, por exemplo, que o estrangeiro sem autorização dos órgãos competentes "terá seu visto ou residência cancelados e será retirado do país, sem prejuízo das penalidades cabíveis".
Mudança proposta ao artigo 154 da mesma Lei dos Estrangeiros considera a atuação não autorizada uma infração administrativa, cuja sanção prevista é multa que varia de R$ 5 mil a R$ 100 mil, valor que pode ser dobrado em casos de reincidência.
A presença de estrangeiros em áreas indígenas é, até agora, uma atribuição exclusiva da Funai, sem a qual, até mesmo as ações da Polícia Federal se tornariam impraticáveis nas regiões mais isoladas da Amazônia.
As mudanças propostas pelo Ministério da Justiça agradam os militares. Por outro lado também é bom para o governo, que divide a responsabilidade entre os dois ministérios e, ao mesmo tempo, abafa o discurso da soberania nacional do qual uma parte significativa da caserna se apropriou para criticar a política indigenista. Os militares agora podem ser co-responsáveis pelo controle sobre as atividades em áreas indígenas. (V. Q.)

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