O General e o Grande Mudo
Ternuma Regional Brasília
Por Gen Bda R1 Valmir Fonseca Azevedo
De repente, bastou surgir uma voz, clara, límpida, sincera e verdadeira para aglutinar em torno de si, não apenas os cabisbaixos militares, principalmente, da reserva, mas, conceituados civis, abismados com o desplante “lesa – pátria” dos entreguistas do desgoverno.
Vozes aliaram – se, auspiciosamente, em torno de temas sensíveis, rebelando – se contra a tresloucada criação de imensos latifúndios indígenas no País, questionando suas ciclópicas dimensões e sua perigosa contigüidade fronteiriça.
O apedeuta e o seu incompetente ministro da Justiça estão injuriados.
Parece que “energúmenos, ignorantes e desvairados” nacionalistas protestam contra as mal – intencionadas políticas da FUNAI, e opõem - se às caóticas maquiavelices de demarcação de terras indígenas do atual desgoverno socialista.
As denúncias poderiam ser ditas por qualquer militar, com um mínimo de iniciativa, uma boa dose de desprendimento e algum destempero. Poderiam.
Para dizer a verdade, para temer pela integridade da Pátria, para tentar preservar pela Soberania Nacional, para denunciar medidas, leis e outros ordenamentos que prejudicam, claramente, o futuro e a soberania da Pátria, bastava ter passado pelos portões dos quartéis, ou ter cursado os bancos das Escolas Militares, da Academia Militar das Agulhas Negras, ou ter sido formado na Escola de Sargentos das Armas.
Lá se aprende o Civismo, o Patriotismo.
Lá se aprende a amar a Pátria
Felizmente, ouviu - se a voz que não quer calar.
Foi a do Heleno, um general que honra o titulo. Em boa hora, assumiu a brava missão de bradar em alto e bom som algumas verdades.
Restaurou, um pouco, a nossa dignidade.
Arriscou – se, é verdade. Seu futuro, para muitos é incerto e duvidoso, contudo, quanta coragem moral! Quanta grandeza! Quantos admiradores!
Segundo o consagrado escritor francês Bouchacourt:
- “Um salutar exemplo, no momento oportuno, bastará para mostrar aos que forem tentados pela confusão que a bondade e a compreensão não são fraquezas”.
A exteriorização de que cada militar deve com fervor cultuar aqueles princípios é o elo que o enlaça com os demais, formando uma poderosa corrente, rija o suficiente para resistir e superar a todas as adversidades, uma vez que decorre, não de superficiais laços de camaradagem, mas de uma unidade de pensamento e atinge a misticidade construída em sólidos laços materiais e na comunhão de ideais.
Destarte, na esteira de seu exemplo, ouvem - se murmúrios de assentimento, outros comandos encorajados pronunciam - se, desenha - se uma crise.
O desgoverno, arbitrária, abjeta e grotescamente, à margem da lei, castra as lideranças contrárias às suas aspirações e maquinações na região amazônica.
O governicho inicia sua limpeza com a prisão do fazendeiro Quartiero, líder inconteste dos arrozeiros da área Raposa Serra do Sol e o seu filho, recolhendo – os para Brasília, algemados.
Quartiero, que teve sua terra invadida por um bando de índios a serviço e manipulados, provavelmente, por sequazes do desgoverno, ainda foi multado pelo IBAMA, em mais de R$ 30 milhões de reais.
Percebendo, ainda, as repercussões negativas para os seus intentos, e o fato de as declarações do General Heleno encontrarem terreno fértil entre os chefes militares e, em parcela considerável do meio civil, especula – se como iminente, o afastamento do Comandante Militar da Amazônia e sua transferência para o Ministério da Defesa.
Surgem boatos de que à exoneração do General Heleno, seguir –se - ão outras medidas e, outros militares, considerados persona non grata, seriam penalizados.
A ser vero, o desgoverno espera que, sob o olhar severo do espaçoso ministro, o “menino levado” se aquiete.
Diante do cenário infausto que se desenha, surge uma indagação - O Exército Brasileiro é o grande mudo?
Como não fala, não sabemos se ouve, não sabemos o que pensa, nem mesmo se pensa.
Como mal respira, não sabemos se está simplesmente letárgico ou desmaiado.
Como não reage, não sabemos se está amedrontado ou nas vascas da morte.
Oh, que dilema.
Ser ou não ser, eis a questão.
Aguardemos.
Brasília, DF, 11 de maio de 2008
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