A Voz das Legiões
Engana-se quem pensa que a quebra da hierarquia e da disciplina nas Forças Armadas possam ser interpretadas como formas de manifestação e ameaça ao poder constituído, por mais ilegítimo, corrupto ou desonesto que este seja.
Engana-se quem pensa que o poder das legiões está nos movimentos de mulheres de militares, nos panelaços, nos escritos ou nas queixas do pessoal da ativa ou da reserva.
O poder das legiões está na seriedade, na dignidade, na firmeza e na liderança do canal de comando, encimado pela figura de seus Comandantes!
Não será através de manifestações intempestivas, isoladas ou coletivas, ao arrepio ou adiante da iniciativa e da vontade dos Chefes, nem com desafios ou ameaças aos pilares básicos da estrutura militar que as Forças Armadas conseguirão mostrar à nação os desmandos e as incoerências dos bandidos que hoje ocupam os postos de decisão.
O reconhecimento e o prestígio conquistados junto à sociedade são conseqüências do profissionalismo sobejamente demonstrado e das virtudes civis e militares praticadas com decência e brio.
O poder daí derivado só será efetivo enquanto estiver concentrado e coeso em torno dos Chefes!
Mas, por outro lado, de que vale o poder se lhe falta vontade? Vira capacidade, é estático, inerte, é potencial, inútil por si só! De que vale o prestígio e o reconhecimento, o poder e a unidade, a coesão e o preparo, o patriotismo e o culto ao dever se a timidez vence a vontade e neutraliza o poder?
Se a indisciplina é reconhecidamente uma forma de enfraquecimento do poder militar, de nada vale tê-lo fortalecido se dele não se faz o devido e necessário uso! A nação está carente de orientação e bons exemplos, seus líderes estão estigmatizados pela prática da desonestidade, da corrupção, da mentira e da omissão. Conduzida como gado, ao som do berrante, a nação precisa e quer ouvir a voz daqueles em quem realmente confia. Ela precisa e quer ouvir a voz das legiões e esta só será escutada quando vier da garganta e da vontade de seus Comandantes!
"Para tudo há um limite, não se pode deixar a democracia matar a própria democracia."
Gen Bda Paulo Chagas
4 comentários:
DIA DO PADRE!
Ontem foi o dia do padre... como eu estava bem atarefado trabalhando, enquanto o regente do império bolivariano viajava pela quinta vez em um mês, me esqueci de ler meu controle de efemérides... mas uma data como essa citada não pode passar desapercebida... portanto, os parabéns do blog do clausewitz ao comandante da pastoral do exército brasileiro, padre missionário Enzo Martins Peri... que Deus continue concedendo muita paz, saúde e prosperidade ao seu santo trabalho... que sua pressão arterial nunca altere para além do 9 x 4 tradicional... e que no futuro não longínquo, sua canonização seja festejada com muita pompa pelos seus cardeais, bispos, padres, taifeiros, ordenanças, assessores, adjuntos, assistentes, secretários e milhares de coroinhas que estando ou não no quadro de acesso aplaudirão sua ascensão aos céus... portanto, nossa homenagem ao homem que será o segundo santo brasileiro... toda a corte palaciana de sua majestade metalúrgica e sindical mandam recomendações e o parabenizam pelo santo dia, principalmente seu colega de pastoral, Sr Tarso Genro, que desde os 8 anos de idade o ajuda na sacristia... parabéns, padre Enzo... muitas felicidades em sua próxima comissão, na santa inquisição bolivariana... extensivo à digníssima família, ou melhor, ao digníssimo alto-comando de missionários...
http://blogdoclausewitz.blogspot.com/
Parabéns General.
Nós, o povo, para podermos novamente fazer a marcha pela liberdade e democracia, a exemplo de 1964, precisamos antes de mais nada da retaguarda das Forças Armadas. Afinal, quem possui a tática de guerrilhas são elas e não o cidadão comum como eu.
Assim, não dou minha cara a tapa se eu não tiver a garantia que na minha retarguarda há homens armados especialistas em combate, para garantir minha integridade física.
Sem isso, assim como eu, milhares de brasileiros descontentes vão mais é ficar em casa sem reagir.
Lamento por seus pares, ou deveria dizer ímpares?
Abraço fraterno!
“É sumamente melancólico - porém não irrealista - admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: ‘anos de chumbo’ ou ‘rios de sangue’...”
(Roberto Campos)
POESIA
João Florêncio
GIGANTE ADORMECIDO
Autor: Diniz Vitorino
Gigante ferido, por que dormes tanto?
Clamamos por ti, porém tu não despertas.
Não vês que dormindo com os olhos fechados,
conservas teu reino de portas abertas?
Será que não sentes que enquanto te envolves
nos trapos gelados da capa do sono,
guerreiros estranhos te cospem no rosto,
desonram teu nome, destroem teu posto,
invadem teus campos, cobiçam teu trono?
Não recordas que foste o guarda de honra,
herói das tricheiras, em nossas defesas?
Por que te acomodas, qual tigre enjaulado,
sem brilho nos olhos, sem força nas presas?
Não fiques inerte, te evola do cárcere!
Levanta a fronte, não sejas covarde.
Se não despertares enquanto for cedo,
verás teus pupilos fugindo com medo,
e tu tornar-te-às cativo mais tarde.
Será que não sonhas, enquanto ressonas,
com os louros troféus, brasões e medalhas
que teus subalternos ganharam contigo
no fogo ardoroso das grandes batalhas?
Pois teus comandados estão taciturnos,
olhando as espadas, na tenda, esquecidas,
reclamam a presença do chefe indecente,
que dorme e resmunga, qual velho demente,
criando rabugem nas barbas compridas.
Os que te defendem, se arrastam famintos
te imploram migalhas, mas tuas mãos negam.
E tu cochilando não vês que os intrusos
exploram teu reino, teu cofre carregam?
Guerreiro sem armas, gigante sem força,
estás mesmo dormindo, ou finges que dormes?
Para que continues, assim sem respeito,
abrindo em teu seio lacunas enormes.
Pois se dormes de fato, és fraco demais.
Jamais subirás os píncaros da glória,
que o forte gigante não foge da luta,
e o bravo só dorme depois da vitória.
E quais tuas desculpas daqui a dois séculos,
ao veres teu povo coberto de agravos,
teu sangue sem vida, teus pés paralíticos,
teus pratos vazios, teus guardas raquíticos,
teu trono sem paz, e teus filhos escravos.
E que sono maníaco é este que sentes,
que tanto te pisam, e tu não te acordas?
Quem foi Tiradentes, Barroso, o Almirante.
Tu não queres dizer, ou não te recordas?
Foram teus soldados, guerreiros audazes,
autênticos heróis, fiéis patriotas.
Com tuas vitórias, na terra, vibraram,
depois que partiram, jamais sossegaram,
aflitos, chorando, nas tuas derrotas.
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