Notícias Militares

terça-feira, 9 de setembro de 2008

UM GRANDE ENSINAMENTO


Pelo extrato, a entrevista parece ter sido muito positiva. Parabéns ao Gen Cerqueira, que já começa saindo das sombras e da mudez.
Acho que ele e quem está na DSM devem prestar muita atenção à pretendida reformulação da Lei do Sv Militar. É a MELHOR DE TODAS AS LEIS BRASILEIRAS, consolidada sobre posturas que vêm desde o Brasil-Colônia. É UMA VASTA EXPERIÊNCIA QUE O TEMPO SÓ FEZ CONSOLIDAR. NUNCA CONSEGUIRAM DERRUBAR UM SÓ DOS SEUS ARTIGOS, TÃO SÁBIOS FORAM OS SEUS LEGISLADORES ! Parece que tinham uma “máquina do tempo” diante de si, pois tudo continua ajustado ao progresso e às modernidades. Aqueles que alegavam razões de consciência para não servir ( pegar em armas ) ERAM DISPENSADOS DE INCORPORAÇÃO. Mas não sei que grupo ( talvez para nos testar ...) quis um “Serviço Alternativo ao Serviço Militar”; pois foi-lhes concedido, sem alterar em nada a LSM. Só que, ao que parece, ninguém jamais quis se valer dele !!! E os políticos demagogos - e boa parte da imprensa - haviam feito um escarcéu ! Parecia que havia milhares de candidatos... De tempos em tempos aparecem figuras que querem o facho dos holofotes à custa do Serviço. A quase totalidade NEM SABE DO QUE SE TRATA E, PRINCIPALMENTE, DO SEU VALOR PARA O PAÍS E PARA OS INDIVÍDUOS !
Vamos abrir o olho !
Fraternal abraço,
César Souza

----------------------------------------------------------------------------------------------------.

REPASSANDO MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL O DIA/RJ, CONTENDO PALAVRAS DO GEN DE EXÉRCITO, COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES.


O DIA - 7 SET 2008 - RJ

General Raymundo Nonato: 'Um grande ensinamento'

Rio - Comandante de Operações Terrestres do Exército, general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho fala com entusiasmo do serviço militar obrigatório. “O maior ensinamento para o jovem é que, quando ele entra, é o ‘eu’, e quando sai, é o ‘nós’”, diz. O general é uma das autoridades que comanda as discussões sobre a mobilização de soldados. Abaixo principais trechos da conversa dele com O DIA sobre treinamento e a atuação do Exército nas ações de segurança pública, uma das preocupações dos jovens em idade de se alistar.

SELEÇÃO ATUAL
“No Serviço Militar fazemos uma seleção de voluntários. Normalmente a classe que procura mais é a menos privilegiada. No Exército, o jovem encontra um provável bom emprego. O salário do recruta não é muito alto, mas se depois de um ano ele prorroga o tempo de serviço, o que chamamos de engajamento — e que pode ser estendido por no máximo sete anos — o ordenado mais do que dobra. Além de agregar apoio social, porque tem direito a atendimento médico, recebe roupa para trabalhar e alimentação. O serviço passa a ser compensador.”

PREPARAÇÃO
“O Serviço Militar tem a duração de um ano dividido em três períodos: básico (o jovem chega no início do ano e durante dois meses vai se adaptar à vida militar e receber treinamento mínimo), qualificação (esse período, que vai até agosto, prepara o soldado nas diversas áreas, como infantaria, cavalaria, artilharia e logística) e adestramento (é o treinamento em conjunto, uma vez que a guerra não é individual, é coletiva).”

PERFIL HERÓICO
“O perfil do soldado brasileiro é conhecido mundialmente graças a nossa participação em conflitos internacionais. Nossos homens são conhecidos por serem bravos no combate sem deixar a humanidade de lado. Eles têm coração. Na Segunda Guerra Mundial, o nosso soldado tirava do seu próprio sustento para dar para aquela família italiana necessitada.”

ENSINAMENTO
“O maior ensinamento para o jovem que passa pelo Serviço Militar é que quando ele entra, é o ‘eu’ e quando sai, é o ‘nós’. É um trabalho de coletividade. Ele dorme com o pessoal, come junto e sofre, porque têm muitas atividades que são duras. É um grande ensinamento que ele leva para o meio civil. Trabalhei doze anos na Brigada de Infantaria Pára-quedista e no dia em que o soldado recebe a boina, muitas mães vinham ao meu encontro me agradecer e diziam: ‘Nossa, o senhor fez muito pelo meu filho’. Eu respondia: ‘Não, ele é que fez por ele mesmo’".

O NOVO SOLDADO
“O soldado do futuro tem que ser visto com certa cautela. Faço um paralelo: a armadura e o soldado do futuro. Está voltando a armadura com outras características. O soldado antigamente usava aquela armadura com o elmo (espécie de capacete), que pesava mais de 30 quilos. Temos que tomar cuidado para não agregar peso porque o homem que está lá na frente quer equipamento moderno sem perder leveza.”

OPERAÇÕES DE PAZ
“O Exército tem conduzido a operação no Haiti muito bem, apesar das denúncias montadas que às vezes são divulgadas pela imprensa. Estão pegando cadáveres e dizendo que o número aumentou desde que o Brasil chegou lá. Na rua você encontra cadáveres o tempo todo. Lá o pessoal morre e coloca o corpo na rua. Sobre gastos, a ONU repõe a maior parte. Porém, esse dinheiro não volta para a Força, vai para o Tesouro. No Haiti, o problema é segurança pública, atuar contra bandidos mesmo, e nossa missão foi a de estabelecer a paz.”

SEGURANÇA PÚBLICA
“Com o mandato da ONU você pode usar a força e até matar para a própria defesa ou para a defesa de outro, diferentemente daqui do Brasil. A questão é extremamente difícil. Primeiro porque tem o aspecto político. Temos no Rio mais de 30 mil PMs. Por que esse pessoal não é empregado? A missão é segurança pública. Se o Exército for entrar em todas as operações, é melhor extinguir a PM e o Exército passa a assumir tudo.”

VÁCUO DE PODER
“Quando o Exército atua na Garantia da Lei e da Ordem, a gente requisita a polícia para que trabalhe conosco. Não temos que trabalhar nas ações policiais. Fazemos a operação de força, dissuasão. O uso do Exército não resolve o problema (de segurança pública). Quando a tropa sai de lá, tudo volta a ser o que era. O que existe ali é vácuo de poder. Quando se cria um vácuo desses, outro poder ocupa o espaço. É o que aconteceu nas áreas de favela. Como o Estado deixou um vácuo não estando presente, o bandido ocupou aquele vácuo de poder.”

ELEIÇÕES
“A atuação do Exército durante campanha eleitoral é um fato inédito. O Exército nunca atuou nesse tipo de operação. Já atuou no dia da eleição para mobiliar escolas, garantir a votação, a apuração e, em determinadas áreas, como na Amazônia, até transporta urna, sempre acompanhado por fiscais.
A situação é nova. O TSE pediu alegando falta de garantia para candidato e imprensa subirem o morro. O documento diz ainda que existem bandidos escolhendo seus próprios candidatos. Isso para mim é segurança pública. Quando há cerceamento da liberdade de deslocamento, entra-se na área de segurança pública, o que poderia ser resolvido pelo próprio Estado. No Rio, o efetivo da PM é maior que o do Exército. Há dois anos ninguém pediu ao Exército para fazer segurança na campanha eleitoral. Como é que agora estão pedindo para fazer isso? Isso revela como é que em dois anos a situação muda.”

Nenhum comentário: