Mais soldados no Haiti
ONU discute hoje envio de mais tropas ao país, o que deve levar a maior presença de militares brasileiros na força de paz
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) avalia hoje o envio de mais tropas ao Haiti a fim de aumentar a segurança e melhorar as condições de vida da população em meio a uma crescente onda de saques e dificuldades de subsistência.
A decisão de intensificar a força de paz no Haiti, a chamada Minustah, poderia levar a uma maior presença brasileira na região, já que o país, com 1.266 homens, responde pelo comando de uma força integrada por 16 países no país caribenho. Conforme o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a ONU deverá discutir a elevação do limite de forças de segurança na região – atualmente de 6 mil militares e 2,2 mil policiais.
– Pode haver necessidade de aumentar a segurança. A reunião de amanhã (hoje) vai discutir a ampliação do teto do contingente militar da Minustah – afirmou Amorim, em passagem pelo Rio.
O ministro admitiu que o aumento do efetivo brasileiro “está sempre sendo estudado”, mas sustentou que ainda não havia qualquer intenção concreta até aquele momento. Se for mantida a previsão do rodízio de tropas realizado desde 2004, as próximas a serem transportadas ao país arrasado seriam do Comando Militar do Leste, no primeiro semestre, e do Comando Militar do Sul, no segundo. O contingente sulista, porém, seria concentrado no Paraná.
Uma eventual decisão de reforçar a presença brasileira em solo haitiano poderia contar com o apoio de militares gaúchos por dois motivos. Um deles é que o país precisa de engenheiros para iniciar sua reconstrução, e um dos maiores grupos de engenheiros de combate do Exército está no Rio Grande do Sul, conforme o coronel Sylvio Cardoso (veja entrevista).
A outra razão é que, se for necessário o envio emergencial de tropas, haveria a possibilidade de abreviar o período de seis meses de preparação por meio do envio de militares que já serviram no Haiti. Os gaúchos já lideraram duas das 11 missões realizadas até o momento, em 2004 e 2007. Qualquer tipo de aumento no número de militares ou de alteração no cronograma original, porém, depende de decisões da ONU e do governo brasileiro.
Celso Amorim informou ainda que os países que estão colaborando com a ajuda humanitária vão se reunir em Montreal, no Canadá, dia 25, para discutir as primeiras ações de reconstrução. Amorim descartou, por enquanto, que o Brasil faça novas doações para o Haiti. Ele considerou que os US$ 15 milhões que o país já anunciou são “substanciais”.
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