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quarta-feira, 9 de julho de 2008

OS AMERICANOS NÃO ATACARÃO O IRÃ



OS AMERICANOS NÃO ATACARÃO O IRÃ
por Nahum Sirotsky em Israel


Fala-se demais sobre ataque ao Irã. Nada é impossível, mas não parece provável. Os Estados Unidos enfrentam duas guerras, a do Iraque e do Afeganistão. A ambas imaginaram vencer em poucos dias. A do Iraque se prolonga há anos sem sinal de terminar. Na do Afeganistão tirou o Talibã do poder que se reorganizou, armou-se e volta a lutar com perdas americanas já maiores do que na confusão iraquiana.
Os custos são literalmente financiados com o aumento da dívida externa sustentada pelo pagamento de altíssimos juros. Não se prevê que será possível pagarem o principal, os valores que levantam no mercado. O dólar virou moeda combalida.

O Irã, não se duvida, é osso duro de roer. Tem a extensão de um milhão e 600 mil quilômetros quadrados e população de cerca de 70 milhões. Além de grandes e preparadas forças armadas, conta com armamento convencional moderno. São patrióticos como provaram em seus 8 anos de guerra com o Iraque de Saddam. Já prometeu reagir por todos os meios. Controla o estreito de Hormuz pelo qual passam os petroleiros que abastecem boa parte do mundo. De seita minoritária entre muçulmanos e tradição de sacrifício pessoal, são xiitas e mantêm estreitos laços com os xiitas iraquianos, além de sustentarem o Hizbalá xiita libanês e o Hamas sunita palestino. Teria fortes laços com grupos xiitas pelo mundo.

O Iraque tem cerca de 440 mil quilômetros e menos de 30 milhoes de habitantes. Afeganistão se estende por cerca de 650 mil quilômetros e 30 milhoes de habitantes. E continuam brigando.
Sabe-se que os supostos centros iranianos de desenvolvimento e aplicação do poder nuclear operam a profundidades de até 70 metros e estão espalhados pelo país. Atacá-los e destrui-los exigirá operações continuadas e poderosas. A frota americana que vigia as vias dos petroleiros tem certamente poder atômico para arrazar países. Mas desde a II Guerra, quando foram arrasadas duas cidades japonesas, a Bomba só foi usada como poder de dissuasão, defesa.

Não se imagina que seja empregada em ação de ataque por país algum.

A preocupação das potencias com o Irã advém do seu extremismo religioso. Do receio que tendo a Bomba, use. O líder iraniano não perde oportunidade de ameaçar Israel.
Mas o Comando militar americano não esconde sua oposição a que se ataque o Irã pelas possíveis conseqüências econômicas e riscos militares. Prefere a opção política de sanções econômicas como nos modelos da Líbia e Corea do Norte. Assim também fala Bush sem descontar a hipótese do ataque militar. Nunca se pode ter certeza de nada nesta nossa época. Nem sempre predominam decisões racionais.

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