terça-feira, 14 de julho de 2009
AMAZÔNIA: OCUPAÇÃO, DEFESA E GUARDA
AMAZÔNIA: OCUPAÇÃO, DEFESA E GUARDA
O título deste trabalho é o atual lema da Liga da Defesa Nacional, fundada por Olavo Bilac. Este insigne brasileiro foi o grande propugnador do Serviço Militar Obrigatório (de que é o Patrono, Serviço que desejam, hoje, desafortunadamente, abolir), tendo-se ombreado com outros pró-homens, como o Marechal Hermes da Fonseca, o Almirante Alexandrino de Alencar e o Barão do Rio Branco, na cruzada em prol do soerguimento do espírito militar nas Forças Armadas, muito abalado, à época, mercê da ação nefasta dos positivistas que, por pacifistas, pregavam a extinção dos Exércitos e a sua substituição por gendarmerias. É dele o seguinte e magistral conceito: “Quando falamos do Brasil, falamos do Brasil superior a todos os partidos: do Brasil só e puro, essencial e íntegro, abstrato e concreto, sagrado e indiviso; o Brasil acima, além, fora das opiniões individuais ou de facções”.
O que diria Olavo Bilac se vivo fosse e presenciasse o descaso com a nossa Amazônia, o sucateamento das Forças Armadas, o servilismo, o “colonialismo cultural”, a falta de patriotismo, enfim,de nossos governantes e das elites pensantes brasileiras?
Quanto à Amazônia, é de estarrecer a recente notícia propalada pela Imprensa, de que a ONG denominada CIR (Conselho Indigenista de Roraima), vinculada ao CIMI (Conselho Indigenista Missionário), que defendeu a demarcação contínua da Reserva Raposa Serra do Sol, vem entabulando negociações com o MST, a fim de formar uma parceria com este suspeitíssimo Movimento, com vistas à produção agrícola na dita Reserva. Já se fala na obtenção de financiamento público para a produção de arroz (antes considerada criminosa, daí a expulsão dos arrozeiros e a destruição de suas produtivas lavouras) na dita Terra Indígena, que poderá se transformar, mais cedo do que se pensa, em uma “Nação Indígena”, por força da antipatriótica Decisão do STF, em relação à mencionada Reserva. Assim, os índios tornar-se-iam “empresários do agronegócio”, não em “uma reserva indígena” e sim em “uma reserva de mercado” (como observa o Cel Gélio Fregapani, com argúcia e ironia), a serviço de OGNs, muitas delas estrangeiras, predadoras e espiâs. Ou seja, o “ideário” da FUNAI, divulgado “de Ceca a Meca”, de “preservação” dos costumes indígenas e que nega a aculturação/integração dos silvícolas, no intuito de segregá-los do todo nacional, fica totalmente comprometido. Aliás, a FUNAI, em sua caótica política indigenista, de há muito, vem terceirizando as suas atribuições de assistência e tutela estatal aos índios, em favor de inúmeras e cobiçosas ONGs que infestam a Amazônia, mas que dificilmente se instalam, por razões óbvias, em nosso tão carente Nordeste. Os índios se tornam, costumeiramente, objeto para estudos de antropólogos da precitada Fundação, os quais, como sabemos, emitiram controvertidos laudos antropológicos que redundaram na demarcação contínua de colossais reservas, em regiões de fronteira internacional, nas “orelhas” de Roraima (Ianomâmi e Raposa Serra do Sol – que querem agora unificá-las, territorialmente), para poucos índios, “pois eles necessitam deambular em amplos espaços”... Como bem salientou o editorial do “Jornal de Brasília”, de 26 Mai 09, “basta a FUNAI encontrar um caco de cerâmica em uma área rural, para tentar caracterizá-la como santuário indígena e expulsar os legítimos proprietários. Temos um exemplo grosseiro de índios de araque bem no Parque Burle Marx, a poucos quilômetros da Praça dos Três Poderes”. E ainda mais: como se não bastasse a aprovação do Decreto n° 5051/2004, que promulgou a lesiva Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), relativa aos “povos indígenas e tribais”, na qual é repetida, exaustivamente, a expressão “povos indígenas” (que é uma porta aberta para a criação de enclaves ultranacionais, visando à internacionalização da Amazônia), a ONU aprovou, em setembro de 2007, com o entreguista (!) voto do Brasil – nunca é demais repetir – a Declaração em epígrafe, que beneficiará 370 milhões de indígenas em todo o mundo. Diga-se, por relevante, que a citada Convenção 169, da OIT, está sendo assaz invocada nos conflitos indígenas que atualmente ocorrem no Peru. Em suma, tais Protocolos internacionais, aos quais podemos acrescentar a perniciosa “Lei de Gestão das Florestas Públicas” (Lei 11284/06), dão ensejo ao enfraquecimento dos Estados Nacionais, com a intenção de secioná-los – um crime de lesa-pátria – por meio de ações independentistas de etnias tribais, criando-se Estados dentro de Estados soberanos.
Daí a necessidade premente de resistirmos, com os nossos próprios meios, como fez o muito jovem pastor David, um israelense tocador de harpa, que se ofereceu ao rei Saul, para enfrentar o invencível gigante Golias, dos filisteus, armado apenas de uma pequena funda (“baladeira”) e de cinco seixos. David colocou um seixo na baladeira e atirou a pedra na direção da testa do gigante, fazendo-o cair de bruços e, com muita rapidez e agilidade, degolou Golias com a sua própria espada. Eis o “espírito” da “estratégia da resistência”, criada em 1994, para a defesa e guarda da Amazônia brasileira, contra presumíveis veleidades de nações hegemônicas, atentatórias à Soberania Nacional na região, bem diferente da fantasiosa Estratégia Nacional de Defesa (END, de que tantos vêm se maravilhando...
A Unidade Nacional e a integridade territorial da Pátria Brasileira são heranças de nossos avoengos portugueses que devem ser legadas , como as recebemos, a nossos filhos e aos filhos de nossos filhos. Eis o porquê do título dessas despretensiosas linhas, que é o lema, repise-se, da benemérita Liga da Defesa Nacional, sob a inspiração de seu fundador, o inesquecível patriota, poeta e prosador, Olavo Bilac, que pugnava, com muito denodo, por um Brasil “sagrado e indiviso”.
Cel Manoel Soriano Neto – Historiador Militar
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