Notícias Militares

sexta-feira, 17 de julho de 2009

POR DE TRÁS DAS OSSADAS




POR DE TRÁS DAS OSSADAS

Ternuma Regional Brasília

Gen. Bda Refo Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Transcrevemos abaixo, missiva anônima recebida (por debaixo da porta). A carta (bilhete?) era apócrifa. As intenções do remetente, desconhecemos.

“Prezado Chefe,

Por aqui, tudo muito bem. Não achamos, até agora, uma “falanginha” sequer, mas o estrago na fama da organização antagônica, conforme esperado, será arrasador.

A campanha publicitária, através da imprensa, é total e parcial, de acordo com o planejado.

Chefe, humildemente, desejo cumprimentá–lo. Só mesmo um batuta como o senhor poderia, através de sentença judicial (SIC), cavada com persistência franciscana, oficializar a 14ª expedição de busca de ossadas. Na verdade, nem é bom achar, pois poderemos ter uma 15ª, uma 16ª...

Decretar que fosse a entidade adversa a responsável, foi o tiro de misericórdia. Nem Maquiavel...

Aqui no Grupo, só dá gente nossa. E a junção dos esforços do Comitê Especial sobre Falecidos e Desamparados Políticos (CEFDP) com o suporte precioso da Agremiação de Juízes Especiais da Pátria (AJE) e a virulenta ação do Ildo (“Partidão”) promete render os melhores frutos. Felizmente, para aumentar o nosso “cacife”, os representantes dos Governos do Puruá e do EC são simpáticos à causa.

A participação de familiares dos mortos, uma soberba colaboração, tem causado “frisson” na imprensa, sempre interessada em divulgar “histórias dolorosas e comoventes”. Tudo, conforme, ou melhor, do que o esperado.

Com a indenização aos camponeses, trunfo conquistado graças a sua influência junto à Bolsa-Terrorismo, denúncia é o que não falta. Com o boato de que, quanto mais “sofreu”, maior a indenização, o que não falta são camponeses alegando que padeceram “horrores” nas mãos da opressão, e sempre foram obrigados a trabalhar para eles. Não vamos pré-julgar, ninguém é de ferro, e um dinheirinho não faz mal.

Como fato novo e auspicioso, devemos citar a excepcional colaboração do “Mané Catingoso” que perguntado sobre “as crianças” deitou falação. Começou falando de uma, depois a coisa foi aumentando e chegamos ao excelente dado de oito crianças seqüestradas pelos desalmados.

O mateiro “Mané Catingoso” merece uma estátua. O homem é demais. Só fala, mas a cada palavra, afunda mais o nosso alvo.

Graças a “Central de Boatos” e ao apoio financeiro a alguns nativos, a cada dia aumenta o número de mortos. Já chegamos a 69, e podemos aumentar, mas é bom não exagerar.

Acredito que o próximo passo seja obrigar aos “verdugos” que participaram da repressão a sentarem no banco dos réus (desculpe, sejam “ouvidos”). Essa será moleza, contamos, inclusive, com a pressão dos Procuradores da República em Mirabel.

Gostaria de saber, para transmitir aos companheiros, como vai indo o CD - ROM elaborado em parceria com a Universidade Federal de Ourolandia sobre os mortos e desaparecido durante o regime de opressão. Foi acertada a parceria com o Ministério de Ensino e com as Secretarias Estaduais de Lavagem Cerebral para distribuição do CD?

Espero que o material seja distribuído para a rede escolar, conforme acertado, até agosto. Sei que é para pesquisa dos alunos da 1ª Série. Duvido muito que a gurizada pesquise, a menos que, com a nossa decisiva orientação, os professores “induzam” a alunada.

Finalmente, temos cantado, diariamente, a “Internacional Comunista”. Alguns camponeses, para causar boa impressão e, quem sabe, ganhar algum, já sabem até a letra”.

Ah, ia me esquecendo. Viva o “Curió”!

Recebido em junho de 2009, e só divulgada nesta data, para evitar interpretações equivocadas.

Brasília,DF, 17 de julho de 2009

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