Estimado Erildo,
O seu brilhante trabalho intitulado " O PREÇO DA HONRA" , está irretocável e merece os aplausos de todos que integraram ou ainda integram as nossas FFAA.
Para mim, em particular, foi um bálsamo a me aliviar na luta que venho mantendo há algum tempo, na tentativa de evitr a desunião entre todos nós.
Assim, para seu conhecimento, encaminho algumas das inúmeras mensagens que enviei ou recebi, tofdas versando sobre os mesmos temas: Lealdade, Confiança e UNIÃO.
Fraterno abraço,
Malta
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Estimado amigo,
O assunto é seríssimo.
A internet está recheada de mensagens de revolta contra o que está acontecendo , de descrédito nos Comandantes das Forças Singulares , de idéias e de soluções mirabolantes para o caos que o país ora vive.
Mantenhamos o olhar nas estrelas, sem esquecer de manter os pés no chão. Não somos sindicato grevista e tampouco devemos nos vivelar com esses marginais políticos que ora nos desgovernam.
Acreditemos nos Oficiais-Generais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica em serviço ativo. Só Deus sabe o que estão sofrendo na luta em busca de melhores dias para as FFAA e seus integrantes de ontem e de hoje. Não os acusemos de se venderem por quaisquer trinta moedas. É injusto, e todos nós o sabemos.
Nenhum deles vai deixar de cumprir o juramento que orgulhosamente fez. Disso tenho certeza.
Necessitamos, mais que nunca , de UNIÃO. Ativa e reserva UNIDOS é o que nos manterá fortes para , agindo e/ou reagindo, levar adiante essa luta .
Competência e capacidade não nos falta .Deixemos que a hierarquia , a disciplina e a lealdade ocupem o pódio dos nossos corações e aguardemos o toque da vitória.
Malta
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Estimado amigo,
O site abaixo apresenta incontáveis mensagens encaminhadas por companheiros nossos , quase todas de forma grosseira , desrespeitosa e desleal, a respeito dos Comandantes Militares e incentivadoras de revolta militar apenas por questões de vencimentos.
Todos somos sabedores que a situação ora vivida é constrangedora e deprimente para todos os militares e seus dígnos familiares. Mesmo assim, não creio que baixando o nível do embate possamos conquistar alguma coisa de louvável e dignificante.
Visita o site, leia as mensagens e comentários e tire suas conclusões.
Fraterno abraço,
Malta
http://www.militar.com.br/
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Estimado Coimbra,
Com o devido respeito que tenho a todas as opiniões contrárias às minhas, nada me impede de delas discordar.
Assim, não posso concordar que os nossos Chefes Militares sejam iguais a Renan, Sarney ....etc. ( e bem posso avaliar o que contém esse etc), uma vez que não vejo em nenhum deles esse oportunismo nefasto e pernicioso de quem se vende , qualquer que seja o valor a ser aceito. Eu sei que não o são. Você também sabe. Todos nós , militares,sabemos. Afinal, fomos forjados em aço de excelente têmpora e trilhamos os mesmos caminhos .
Ademais, servir ao fdp governo federal , não torna a todos indignos , como você registra. Essa é uma uma generalização pouco feliz.
Nossos Chefes Militares são bem mais dígnos do que podemos imaginar e suportam com estoicismo as mais diversas pressões de cúpula e de base , agindo sempre com tirocinio e serenidade na condução dos destinos de cada Força Singular. E se não estivessem agindo assim, como também o fizeram os seus antecessores desde a Independência, hoje não mais teríamos Forças Armadas gozando da admiração e da confiança do nosso povo e da nossa gente.
Atirar pedras compulsivamente não vai nos conduzir a um porto de águas calmas e cristalinas.
Continuo com a idéia de sempre: Com essas poderosas pedras que a nossa inteligência produz e nos permite arremessá-las via internet, vamos construir uma fortaleza de confiança ,respeito e lealdade em torno dos nossos Chefes Militares , dando-lhes assim mais ânimo e segurança na condução dos destinos de cada Força Singular.
Opiniões e discordâncias apresentadas, sem vencidos ou vencedores, continuemos sem as infindáveis réplicas ou tréplicas que acirram ânimos e distanciam amigos.
Receba o meu fraterno abraço, com a afeição sincera que une as almas dos verdadeirros soldados.
Malta
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Caro Gen. Malta,
Com atraso, devido à época de férias, tenho o prazer de responder à sua gentil mensagem. Sou civil, economista, cursei a antiga Escola Preparatória de São Paulo, turma de 1958, conhecida como a dos "Últimos da Rua da Fonte", pois de fato fomos os últimos a completar o curso naquela unidade, que no mesmo ano se se mudou para Campinas.
Gostei muito de sua mensagem pelas razões que expus ao Cel. Ustra.
Infelizmente a frustração de muitos militares se manifesta como revolta, às vezes contra os comandantes das FFAA, que cumprem a missão de chefiá-las nessa fase negra da nossa História.
É a mais infeliz das missões, contudo é das mais importantes.
A propósito, eu me lembro dum amigo, nomeado superintendente duma empresa federal de navegação fluvial, falida, deficitária e caótica. Trabalhou duro e ao final do mandato apresentou resultados que, na empresa privada, seriam medíocres. Só conseguira tapar buracos, diminuir prejuízos e evitar perdas. O deficit diminuíra, mas não fôra possível atingir o equilíbrio. Mas os números, bem examinados mostravam que sua gestão havia sido exemplar e, se aplicada a empresa viável, faria o superintendente brilhar entre as celebridades empresariais da moda. Na ocasião, ele me disse o que nunca esqueci: "Qualquer um administra superavit. Difícil é administrar deficit!" E eu pensei: "Mais difícil ainda é reconhecer o trabalho de quem o faz!"
Os comandantes da FFAA, quaisquer que sejam as suas limitações e vacilações - afinal, são homens de carne e osso, - estão cumprindo a amarga missão dos que não podem esperar vitórias, nem sequer evitar derrotas, mas pelo menos tentam preservar efetivos intactos e moral tão elevado quanto possível num teatro hostil, em que o governo, os políticos, a mídia, a classe intelectual e a opinião pública iludida questionam o passado, o papel e até a existência das Forças Armadas.
Dá para imaginar como deve ser a rotina desses comandantes? Fazem parte duma equipe, mas nela não se integram. Vivem no isolamento, sem saber o que se trama nos corredores ou quais os sentimentos e intenções dos seus chefes civis. Seus "colegas" de governo são traidores, terroristas, espiões, assaltantes, pelegos, demagogos, idiotas... Como será sentar-se com essa gente para tratar de coisas sérias, em boa-fé, fingindo que não são o que são? Como será receber ordens de alguém como Jobim?
É claro que isso não vai durar para sempre. Os políticos podem ser espertos, mas não são grandes estrategistas, nem podem sê-lo, pois seu horizonte não vai além da próxima eleição. O seu patrimônio moral já se esgotou. Traíram todas as promessas e ideais em nome dos quais tomaram o poder. O que os mantém no lugar é a inércia. Estão lá porque não há alternativa à vista, e permanecerão enquanto a apatia dos bons o permitir e a conivência dos maus ajudar.
Não tenho dúvida de que um dia, que não tardará, as FFAA serão chamadas a reassumir a sua função natural de garantes da integridade e da identidade da Nação. Se estiverem inteiras, rapidamente recobrarão sua energia, seu prestígio e sua autoridade.
Quem viveu no Planalto que o diga. Todo o ano, no inverno, o cerrado pega fogo. Vendo aquela devastação, parece que tudo acabou para sempre. Mas assim que caem as primeiras chuvas, o verde volta com redobrado vigor.
Nas épocas desfavoráveis, o melhor que se faz é preservar o essencial e aproveitar para tecer metodicamente a rede da resistência. No exílio político em que se encontram, os militares podem reconsiderar o passado e pensar no futuro, rever os objetivos, preparar-se, planejar e estar prontos. É preciso suscitar, ao lado da discussão e do protesto, uma atividade silenciosa, realista e eficaz, voltada para resultados.
Esse trabalho vem sendo desenvolvido, de modo espontâneo e (ainda) desorganizado, pelos diversos grupos da oposição, nos quais a atuação da Reserva das FFAA é destacada.
Dentro desse quadro o seu apelo, Gen. Malta, foi extremamente oportuno. Não tenho elementos para julgar a atuação dos nossos comandantes militares, nem sei se as críticas que lhes fazem são ou não procedentes. Talvez algumas até o sejam. Mas a crítica, se pode servir para orientá-los, pode também aumentar o seu isolamento, expondo ainda mais as FFAA à sanha dos seus inimigos.
É preciso fazer com que nesta hora a Reserva se organize como infraestrutura política para Ativa e como ligação entre esta e o mundo civil. Que seja o apoio, a raiz, o fundamento, a caixa de ressonância, e os comandantes o sintam e possam contar com ela para o bem, ou temê-la se se desviarem do caminho.
Para isso, é imprescindível que surjam mais líderes capazes de conduzir esse complicadíssimo processo.
Posso estar mal informado e errar por ignorância, mas essas são as minhas sinceras impressões.
Retribuindo agradecido o seu fraterno abraço,
AC Portinari Greggio
São Paulo, SP
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
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