Notícias Militares

domingo, 28 de junho de 2009

Alguém tem que saber....

Alguém tem que saber...

Produzido para TERNUMA Regional Brasília

Por Paulo Carvalho Espíndola, Cel Reformado

Dias atrás, em um domingo ensolarado de Brasília, encontraram-se Luiz Inácio Lula da Silva (vulgo Lula) e José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (vulgo José Sarney). Era um churrasco farto e prenhe de comensais e cortesãos petistas ávidos em participar do butim do poder. O que menos importava eram as despesas com o evento. Afinal, era boca livre às expensas do contribuinte brasileiro. Embora a picanha pudesse ser cortada de colher, de tão macia, pois importada da Argentina, vinda de frigoríficos de Cristina Kirchner, além de vinhos finíssimos do gosto refinado de Celso Amorim, esquerdista de botequim, Lula se regalava com belas doses de uma 51 de safra especial e de generosos pedaços de mortadela.

Lula e Sarney se encontraram. Encontro dos maiorais do Brasil.

Franklin Martins, homem de comunicação social e mestre em conchavos, esmerou-se no encontro dos dois. Era o momento de estreitar a convivência harmônica e independente de dois poderes da república.

Lula tomou a iniciativa.

- Sarney, eu não sabia que você é o presidente do Senado Federal. Eu pensava que fosse o Tião Viana, meu “cumpanheiro” de partido. Tenho viajado muito e não tive tempo para saber de coisas daqui, mas se você duvidar do que sei, digo de cor e salteado os nomes dos presidentes dos parlamentos da Cherecoslováquia, do Umbicoloquistão, da Esbósnia Central e “adjacenças”.

Sarney, com os bigodes muito bem aparados e os ares da sua imortalidade de membro da vetusta Academia Brasileira de Letras, não deixou por menos:

- Lula, imenso é o meu prazer em conhecê-lo. Pensei que você ainda fosse presidente de um sindicato. Como o tempo tem passado... Desde que publiquei meu livro “Marimbondos de Fogo” não tenho pensado em mais nada. Já passei dos oitenta anos e o que é isso em termos de História? Você tem escrito alguma coisa?

Lula, com a agudeza de sua capacidade de vender mato pegando fogo, redarguiu:

- Sarney, não leio e nem escrevo nada, pois isso é coisa “daselites” e estou mais preocupado com o social e com o “cerumano”. Nunca “nesse” país houve tanto avanço. Veja os indicadores sócio-econômicos. Reduzi a pobreza dos “cumpanheiros” do PT e estou rico, sem precisar, como você, de ser imortal em uma academia em que ninguém é eterno e muito menos enriquece. O Lulinha, meu filho, hoje é milionário, não sei como e não vi como fez. Deve ter sido uma dessas marolinhas da sorte. Eu serei eterno no poder, sem precisar saber ler e nem escrever. A massa ignara - aprendi hoje essa expressão - recebe salários-esmolas sem precisar trabalhar. Você tinha pensado nisso? Perdeu tempo nessa de “nova república”. Deveria ter varrido do mapa o entulho da ditadura e deixado de pires na mão os milicos que agora só sabem me pedir aumento, já que foram alijados pelo “cumpanheiro” FHC e por mim das decisões nacionais. Quanto ao que dizem haver de corrupção, não sei de nada, nunca ouvi nada e nem quero saber. Quando aparece algum buchincho desses na imprensa da direita, meu “cumpanheiro” Marco Aurélio Garcia me leva para um passeio na Venezuela ou em Cuba para eu gritar ao mundo que chegaremos ao Conselho de Segurança da ONU de onde interviremos, de bolsos cheios, em qualquer briga de cachorro grande.

Sarney, impressionado, respondeu:

- É, Lula, não sabia que éramos tão iguais, a despeito de ser tão grande a nossa diferença cultural. Um marimbondo me picou a bunda e fiquei à mercê dessas bobagens a que chamam de corrupção na presidência da República e na do Senado Federal. Sobrou para mim e para a minha imagem. Estou na boca do sapo. Pela minha idade, nem tenho mais tempo para reagir. Já sou candidato à paz eterna, sem direito a nenhum outro mandato. Meus apaniguados, porém, ainda têm muito a usufruir das tetas desta República Federativa do Brasil. Continuados sucessos a você, Lula, e que a sua companheira Dilma perpetue a sua trilha brilhante, com dinheiro muito maior do que havia no cofre do Adhemar de Barros. De um lado, entretanto, fui mais esperto que você: participei por mais de cinquenta anos da vida nacional, no poder, sem questionamentos, a não ser quanto à qualidade dos meus escritos. No fim, você é melhor, pois que não escreve e nem lê nada, tendo conseguido, mesmo assim, a indicação para o prêmio Nobel do cara-de-pau.

Assim, saíram os dois abraçados, um dos dois já meio trêfego pelas doses de 51, e foram confraternizar. Não havia ninguém que exercesse o papel do terceiro poder para moderar e colocar as coisas nos eixos. Pensando bem, o Poder Judiciário não tem sido nenhuma “Brastemp”.

Essa gente leva às últimas conseqüências o mote de que somos um gigante adormecido, sem estar sob o efeito de nenhuma 51.

Chega de afronta à consciência nacional.

Alguém há de acordar o gigante e impor à Nação o sentimento de que eles sabem de tudo. Mais enganação é impossível.

Será que com o peso do voto? Não acredito, neste império de desavergonhados versus inermes eleitores.





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