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quarta-feira, 28 de maio de 2008

ORGULHO OU VERGONHA ?


ORGULHO OU VERGONHA?
((Gen Ex José Carlos Leite Filho - 26/05/08)

Dizem as pesquisas de opinião publicadas que o presidente da República desfruta de uma boa aceitação popular, o que não se tem como contestar a não ser pondo-se em dúvida a seriedade das empresas responsáveis pelos resultados, o que não pretendo fazer. Estranho, contudo, é a falta de respaldo desse prestígio na revelação diária de tantos descalabros administrativos, políticos, éticos e de toda ordem, no vasto noticiário da mídia falada, escrita e televisiva! A verdade que ecoa é única: é a força do Bolsa Família!
É quase inacreditável que isso aconteça ao mesmo tempo em que o presidente se mostra destemperado e desequilibrado nas suas constantes manifestações públicas, que mais se assemelham a arengas sindicalistas de portas de fábrica, outrora por ele protagonizadas. Os tempos mudaram, mas, lamentavelmente, a responsabilidade de governar o Brasil não deu ao presidente Lula discernimento para escolher a sua equipe de ministros, em número jamais visto, nem competência para orientar a formulação de políticas de governo adequadas.
Uma das tristes conseqüências tem sido a divisão da população em grupos que se hostilizam, quer pela cor da pele, quer pela educação, quer por motivos econômicos, quer pelo grau de civilização, além de outros, vulnerando o preceito constitucional de que “todos são iguais perante a lei”. Nada mais significativo dessa assertiva do que o atual estado de guerra, em Roraima, entre arrozeiros e indígenas, assim como o chocante e revoltante episódio, ocorrido há poucos dias em Altamira, Pará, em que um engenheiro da Eletrobrás, ao término de uma palestra sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte, ter sido barbaramente atacado por cerca de dez inconformados índios, armados com longos facões, que lhe feriram e mais não fizeram por terem sido impedidos! Onde estão a FUNAI e a sua política? Se os silvícolas são inimputáveis, teriam que ser tratados de forma diferenciada, pois não se pode dar a eles a faculdade de atentar contra a vida de quem quer que seja. Aculturá-los à cidadania brasileira poderia ser uma solução coerente com a política indigenista seguida pelo celebrado Marechal Rondon, mas não é a política praticada, que mais parece preferir o índio segregado como atração turística, além de pretexto para entendimentos com outros países que, em verdade, se interessam mesmo é pelas riquezas minerais existentes nas terras por ele habitadas.
Não é à toa que na Amazônia atuam cerca de 350 ONGs, mais do que em todo o continente africano, enquanto no nordeste brasileiro, onde há fome, desnutrição, seca e carência de educação e de assistência à saúde, não exista nenhuma! Como se explicar tal realidade a não ser pela existência da cobiçada maior reserva mundial de minerais estratégicos, motivadora de recente registro do famoso jornal norte-americano “The New York Times” ao perguntar “a quem pertencem as riquezas amazônicas?”, secundado pelo não menos importante “The Independent”, de Londres, ao se manifestar preocupado pela “grandeza e importância da Amazônia em mãos apenas do Brasil”!
É de se estranhar também a negligência de nossa política externa evidenciada com a esdrúxula assinatura da “Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas”, que a ONU aprovou em setembro do ano passado, mas ainda pendente de ratificação pelo Congresso brasileiro, concedendo-lhes autonomia política e administrativa nas áreas ocupadas, impedindo até que nelas se façam presentes as Forças Armadas, ou seja, aceitando a criação de novos Estados em função de um conveniente isolamento indígena!
Sobram, pois, razões aos que levantam suas vozes, como o fez o ínclito General Augusto Heleno, Comandante Militar da Amazônia, procurando alertar a todos os brasileiros, governantes e governados, das ameaças latentes contra a soberania e a integridade territorial brasileira em face da conjuntura resultante que propicia o surgimento de pretensas “nações indígenas” onde só existe a NAÇÃO BRASILEIRA, assim como apontando a necessidade de mudança de rumo na atual política indigenista. Pena é que haja quem queira, por ignorância ou má fé, desqualificar o competente e responsável oficial-general do Exército por suas oportunas e relevantes palavras.
Melhor seria um equacionamento oficial mais inteligente capaz de projetar o País como Nação una e orgulhosa do seu potencial! Enquanto isso não acontece, resta aos brasileiros a vergonha da miopia governamental.
Gen Ex José Carlos Leite Filho
linsleite@digizap.com.br

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