Notícias Militares

sábado, 14 de março de 2009

CONVERSA DE BOTEQUIM


Conversa de botequim.

Ternuma Regional Brasília

Por Carlos Alberto Cordella

Nossas crianças estão aprendendo uma nova versão de nossa história. Muda-se a história em conformidade com os interesses políticos e ideológicos. Transformam-se bandidos e marginais em heróis, inclusive, erigindo-lhes estátuas e dignificando-os com nomes de logradouros públicos, anteriormente reverenciando apenas vultos e personagens marcantes de nossa história.

Tenta-se a destruição das Instituições permanentes enxovalhando-as e desacreditando aqueles que nelas exercem sua profissão com honestidade e dignidade, ao mesmo tempo em que são enaltecidos movimentos sociais espúrios que agem à margem e à revelia da lei. Indenizações milionárias são decididas e pagas a indivíduos, sem nenhum critério, sob custeio dos trabalhadores, muitos agora desempregados, cada vez mais penalizados com uma carga tributária sem precedentes na história do país.

Os três poderes da República, definidos e garantidos sob a égide da Constituição, cujas atribuições visam a garantia do estado democrático de direito, transformaram-se em ninhos que abrigam aves de rapina. Sob este foco poderíamos tranquilamente, ao narrar a história do Brasil, afirmar que este país foi descoberto por Macunaíma e nele inspirado. Há fortes razões para acreditarmos, como costuma afirmar meu amigo gaúcho Tchê, que foi parido às avessas e por isto baila com os pés trocados.

Nossos primeiros colonizadores vieram de uma pequena Ilha do Caribe e não como se afirma, da Península Ibérica. Os cubanos que aqui desembarcaram traziam na bagagem, uma proposta revolucionária de implantar a democracia através de uma ditadura populista onde seus líderes deveriam se perpetuar no poder como legítimos monarcas. Combatem os ricos deixando-os mais ricos, tiram daqueles que produzem cobrando-lhes impostos sobre impostos com a justificativa que estes seriam para promover o bem estar social, alavancando a economia e distribuindo melhor a renda.

Os ricos que não são bobos, logo se uniram ao novo monarca e do seu lado sempre estarão enquanto este não mexer em suas contas bancárias. Os pobres satisfeitos da vida por ganhar sua porção diária de ração e poder procriar mais bacurinhos com o vasto tempo que dispõem para não fazer absolutamente nada, agradecem ao monarca por sua magnanimidade. Tudo para que o idiota que trabalha arduamente, paga seus impostos em dia e ainda tem que fazer malabarismo para ao final do mês pagar suas contas ser taxado de privilegiado.

Senão vejamos. No mês de janeiro os Senadores encaminharam ao órgão responsável pelos recursos humanos do senado, vários desses encaminhamentos pela internet, relação de seus assessores que haviam feito jus ao recebimento de horas extras. Em torno de 2800 assessores foram responsáveis pelo acréscimo de quase 7 milhões de reais nos gastos com pagamento de pessoal do Senado. Isto dividido, equitativamente, proporcionou a cada assessor um ganho de aproximadamente 2 mil reais além do salário normal.
Seria absurdo, se o mês de janeiro fosse uma exceção, mas não, trata-se de uma rotina. Para que se tenha uma idéia, a hora extra é paga a partir das 19:00 horas, horário que termina o expediente normal. No entanto se este assessor assinar o livro de ponto às 19:02 horas e for para sua casa as 19:05 horas, já fez jus a hora extraordinária e portanto o valor correspondente será creditado em seu contracheque.

É de estarrecer a postura de alguns Senadores tentando explicar esse direito e tirar de sua responsabilidade aquilo que lhe é intransferível. Ouvi com estes ouvidos e vi com estes olhos que a terra há de comer, as mais estapafúrdias e indecorosas justificativas e explicações. Alguns Senadores, inclusive, fugindo a sua responsabilidade.
Senhores Senadores, tenham vergonha na cara. Essas horas extras pagas em janeiro são tão vergonhosas quanto àquelas outras pagas nos meses em que esse Senado está em atividades.

Seria mais honesto terem afirmado em plenário que esse favorecimento imoral é prática comum no Senado, assim como a tal verba indenizatória.

Não bastasse essa deplorável pantomima representada por atores medíocres, pudemos ainda assistir, extasiados, esses mesmos Senadores criticarem o governo federal por ter baixado o IPI dos automóveis e pela redução do índice de imposto de renda na fonte, favorecendo a classe média, aquela privilegiada, segundo nossos Senadores.

Na explicação dada por nossos Senadores, com este ganho da classe média, a arrecadação tributária diminuiu, influenciando diretamente no repasse do Fundo de Participação dos Municípios.

Vários Senadores puseram-se em defesa das prefeituras que com a diminuição do repasse do Fundo de Participação dos Municípios tiveram perdas de 200, 300 mil reais onerando este município que teve dificuldades até para honrar sua folha de pagamentos.

Senhores Senadores se estão tão preocupados com as prefeituras de seus estados, repassem os valores pagos em diárias a seus assessores as prefeituras.

Somente no mês de janeiro, em torno de 20 prefeituras teriam sido beneficiadas com esses recursos. Revejam a lei que garante emancipação e status de Município a cidades cuja arrecadação não apresenta recursos orçamentários para arcar, unicamente, com a folha de pagamentos infestada de amigos e parentes. Não é do desconhecimento de nenhum brasileiro que o maior antro de corrupção pública neste país está justamente nas prefeituras.

A quem os senhores pensam estar enganando com essa conversa de botequim?

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