Notícias Militares

sábado, 14 de março de 2009

O EXÉRCITO E A REVOLUÇÃO DE 1964



O EXÉRCITO E A HISTÓRICA REVOLUÇÃO de 31 de MARÇO de 1964
Ternuma Regional Brasilia
Gen. Bda RI Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Os funestos acontecimentos decorrentes da Intentona Comunista provocaram profundas feridas na Instituição, e mais do que meras divergências políticas afloraram posições ideológicas capazes de promover torpes atos de vilania.


Com fundamentadas razões a hipótese de assistir ao retorno das pregações que haviam motivado aquele triste acontecimento era vista com visível preocupação, e semelhante repulsa seria, doravante, um dos fatores responsáveis pelo incremento dos fundamentos éticos e referenciais morais da Instituição.
Cumpre lembrar, que a própria tomada de consciência quanto à dimensão nacional, ou a expectativa de sua grandeza, aliada à preocupação com o poder militar circunvizinho, com as feições da conjuntura internacional, além do flagrante progresso do comunismo no cenário global, atraiam a atenção do estamento militar, que coerente com sua destinação, houve por bem promover mecanismos de alerta, por meio do estabelecimento de um sistema de informações.
Os avanços do movimento comunista internacional no Brasil eram acompanhados pelo Exército, que já desenvolvia atividades de informações e contra - informações, em consequência de Decretos - Lei de 06 de setembro de 1946, no qual a Secretaria - Geral do Conselho de Segurança Nacional estabeleceu uma seção incumbida de "organizar e dirigir o Serviço federal de informações e contra - informações no Brasil".
A partir de 1961, o cenário nacional passou a ser anuviado por conturbações político - militares, cujas raízes repousavam à sombra do movimento ideológico de cunho marxista. Nitidamente, aquele ideário fincara profundas bases em segmentos da sociedade, insuflando com sua pregação os trabalhadores, estudantes, cooptando forte respaldo em parte da intelectualidade e o beneplácito de parcela da imprensa. A renúncia do presidente Jânio Quadros, a "campanha da legalidade", e a consequente posse de João Goulart estavam inseridas no bojo daqueles acontecimentos, como indícios de que o ambiente nacional seria conturbado com ações que marcariam a vigência da desordem e a constante quebra da lei.
Os cinzentos anos de 62 e 63 corroboram as funestas previsões anteriores, caracterizando - se pelo desafio ao equilíbrio democrático, patrocinado pelos arautos das mudanças radicais do regime vigente, que apregoavam, inclusive, o emprego da violência nos campos e nas cidades. A subversão marcara sua presença na vida do País, corroendo as instituições quotidianamente desacatadas, erodindo e desacreditando os poderes constituídos e as autoridades, sem que fossem adotadas as medidas pertinentes coibidoras. Nos quartéis surgiam os casos de indisciplina, por meio de manifestações de graduados, avultando a "revolta dos sargentos" em Brasília.
Em 1964, um elenco de expressivos acontecimentos tornou inexorável uma reação das forças democráticas. Em março, a ação subversiva tornou - se abertamente revolucionária, seus atos eram cercados de ampla euforia, conscientes que pouco faltava para a derrocada de qualquer reação. Após o comício de 13 de março, na Guanabara, os atos de insubordinação de marinheiros e fuzileiros navais, no Estado, com a complacência do Governo, agravou, sobremodo, a situação política nacional, com graves repercussões para a estrutura das Forças Armadas, cujos pilares básicos - a Hierarquia e a Disciplina - sofreram tremendo abalo.
A Reunião no Automóvel Club, em 30 de março, com o cerco do Presidente, pelos Sargentos das três Forças e Policiais Militares, sublinhavam a ousadia dos marxistas e a certeza que nada poderia deter sua marcha em direção ao poder, tal era a infiltração do movimento em diversos setores da Nação. Nas Forças Armadas, o clima era de expectativa e perplexidade, pois alguns chefes militares, estranhamente, apoiavam ou eram omissos às demonstrações inequívocas que o País, iniludivelmente, caminhava célere para um regime de estilo socialista - uma ditadura comuno - sindicalista.
URGIA RESTABELECER A LEI E A ORDEM INTERNA. Brasília, DF, 13 de março de 2009

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