Notícias Militares

sábado, 22 de dezembro de 2007

POR QUÉ NO TE VÁS ?

¿ Por qué no te vás ?



Ternuma Regional Brasília



Pelo Gen Div Murillo Neves Tavares da Silva



Chegam-me, a cada momento, e-mails dando conta do andamento de um muito falado reajuste de vencimentos para os militares. Lembro-me que já se tratava do assunto em agosto, quando me ausentei de casa para uma viagem relativamente longa. Sempre que possível, buscava a Internet para me atualizar. Diziam que seria com percentuais diferenciados, para beneficiar mais os de graduações e postos inferiores. E, também, que viria em duas parcelas: uma a contar de 1º de setembro de 2007; outra, para um ano depois. Lembro-me de ter lido declarações do general cenográfico - o falastrão Pernalonga jobim – de que ele estava negociando de maneira diferente da até então adotada. Se não me falha a memória, ele falaria com os ministros envolvidos e, depois, levaria ao presidente da república já com tudo pronto para ser assinado. Ou coisa parecida... Voltei e continuei a me informar pela Internet. Um dos despachos não foi possível, porque chegou um chefe de estado estrangeiro; outro, porque o presidente resolveu viajar para afagar um dos seus grandes amigos Chávez ou Evo; outro, porque não poderiam as autoridades atrasar-se para uma solenidade. E foi a coisa se arrastando e o encontro protelado, protelado, protelado... Aí vem a catástrofe (?) da CPMF; desaparecem 40 bilhões dos gulosos petistas e o horizonte torna-se nublado. Como iria um pretenso candidato a presidente da república incomodar um aborrecido presidente em exercício, e com chances de fazer seu sucessor, com essa bobagem de reajuste de remuneração de militares? A impertinência poderia custar-lhe o cargo de ministro e alguns DAS já distribuídos a pessoas de sua confiança na estrutura do Ministério da Defesa.



Chega-me, hoje, a notícia de que deputados federais foram ao Ministério da Defesa e lá ouviram que o grande número de inativos é um entrave para a concessão do que chamam de aumento. Gostaria de saber desse senhor jobim se ele, como aposentado, ganha menos do que os ministros do STF em atividade; se todos os outros juízes, procuradores, promotores, desembargadores e outros profissionais da Justiça Federal ou Estadual aposentados não ganham tanto quanto os que estão em atividade. Pergunto, também, se os milhares de militares da reserva das polícias militares ganham menos do que seus companheiros da ativa. Que ele caia na real e pare de usar argumentos fajutos porque, em verdade, o que ele não quer é sarna para se coçar. O que vai evitar, a todo custo, é eventualmente entestar o presidente, até porque sua identificação com os militares é nenhuma. Seu interesse reside somente na fantasia de general...



Já disse uma vez que não confio nesse senhor a quem foi entregue a pasta da Defesa. Não só pela falsificação confessada da Constituição Federal, mas também porque ele é um empurrador com a barriga. Disse que o caos aéreo vai estar resolvido em março; grande piada, porque assim ele se livra do movimento das festas natalinas, de reveillon e de carnaval, além das férias escolares e profissionais da maioria dos brasileiros. Tendo assumido em julho, será que não houve tempo para ele adotar providências, a fim de que os passageiros não venham a sofrer os constrangimentos que os telejornais já começaram a mostrar ontem e hoje? Foram instituídas umas multas que todos sabemos que nunca serão pagas e a nova presidenta da ANAC foi mandada passear em Congonhas, para ver in loco o que todos estamos cansados de ver pela televisão. Ele disse, também, que o planejamento estratégico da defesa nacional e as necessidades de material para reaparelhamento das três forças armadas são coisas para setembro de 2008. Como se não houvesse uma plêiade de oficiais de elite nos estados-maiores da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, trabalhando continuamente nesses assuntos há muitos anos. Como oficial de estado-maior diplomado em 1970, afirmo que, a qualquer momento, eles têm condições de expor os planos e as necessidades com a maior precisão e clareza. E trabalham com conhecimento de causa, sem precisar de palpites de mangabeiras e jobins. Foi esse pedante senhor, com uma agressividade que causou estranheza e constrangimento, que na sua posse disse: “ – Faça ou saia ! “ Se ele ainda nem conseguiu chegar um pouquinho para trás as poltronas dos aviões comerciais, por que ainda continua no cargo? Seria o caso de imitar o ínclito Rei da Espanha e perguntar ao ministro: “ ? - Por qué no te vás ? “

Brasília, DF, 22 de dezembro de 2007.

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