domingo, 30 de agosto de 2009
ABIN DA VERDADE
ABIN da verdade
Ernesto Caruso, 28/08/2009
Era essa ABIN que a nação brasileira desejava a serviço do Estado, colaborando na segurança das instituições e que fosse uma entidade com credibilidade.
O senador Heráclito Fortes - DEM, ontem na tribuna, só não chamou de santinho o Gen Félix, Chefe do Gabinete da Segurança Institucional, sobre o seu papel no exercício das funções, particularmente no caso da ida ao Planalto da ex-secretária Lina Vieira para o encontro com a ministra Dilma, sem registro de imagens como informado pelo ministro, mas relembrando as investigações obscuras (aquelas escutas telefônicas entre autoridades, maletas e CPI) a que desqualifica chamando a ABIN de escola de arapongagem. Assim, procura demonstrar a sua inutilidade por não proteger o Palácio do Planalto e pelo desvio de função.
Discorre sobre os equipamentos caríssimos adquiridos e na hora que se precisa de uma prova, informa-se que já foi apagada. Questiona a si próprio:
-“um homem da formação do general Félix, militar que deve ter tido, ao longo dos seus anos de caserna, exemplos a seguir, submeter-se a um vexame de, para proteger arapongas, assumir papelão dessa natureza?”
E completa:
- “Digo isso com tristeza, porque acho que o general Félix está envolvido numa seara que não foi sua originalmente, que é a da espionagem. Primeiro, passou a ser aconselhado pelo Sr. Paulo Lacerda, que, após criar dificuldades inventadas para o próprio Governo, recebeu um exílio de ouro em Portugal, recebendo em Euro, com direito a queijo da Serra da Estrela e a vinhos de boa cepa.”
Se nos reportarmos ao contrato, vamos tirar as dúvidas, que jogos de palavras, como as do próprio líder do governo, senador Jucá, tentam encobrir como as que as imagens ficarão arquivadas só por 30 dia e os dados por seis meses.
O item 5.9.4. do contrato impõe que “As matrizes de vídeo deverão concentrar as imagens que estão sendo captadas pelas câmeras e deverão ser em quantidade adequada ao número de câmeras utilizadas.”
A seguir o 5.9.5.: “Os gravadores digitais deverão ter capacidade de armazenamento compatível com a quantidade de câmeras utilizadas, não devendo ter capacidade de gravação inferior a 30 dias, devendo ainda os mesmos ser dotados de sistema de backup, permitindo assim a rápida recuperação no caso de ocorrência de panes.”
O item 5.9.7 destaca a capacidade dos servidores e a importância do backup, “Os servidores de controle centrais assim como os de Banco de Dados deverão possuir alta disponibilidade ....., assim como possuírem sistema de backup de informações, devendo ser utilizadas máquinas com capacidade de processamento que permitam acréscimo, de no mínimo, 50% do total da carga de processamento estimada.”
De acordo com item seguinte, “O sistema de Banco de Dados a ser utilizado deverá possuir capacidade de armazenamento de registros por um período mínimo de 06 (seis) meses, para daí os dados serem transferidos definitivamente para uma unidade de backup.”
Além disso, o contrato dá importância ao passado e ao futuro no que concerne a registros, confira: 5.9.9. Os registros hoje existentes no sistema ora utilizados deverão ser importados para a Base de Dados a ser implantada pela contratada, evitando assim descontinuidade de serviços. Devem ser previstas as seguintes quantidade mínimas de registros: a) Quantidade de registros atuais: 2.600 autoridades e servidores; 1.800 terceirizados e prestadores de serviço; 3.500 veículos cadastrados; 600 visitantes por dia. b) Quantidade de registros futuros: respectivamente, 20.000; 10.000; 10.000 e 50.000.
Se nos lembrarmos do dia a dia das reportagens sobre crimes, acidentes, balas perdidas, ocorrências em prédios, assaltos a lojas, encontros fortuitos em shoppings e saguão de aeroporto, em muitas delas são apresentadas imagens que ajudam na prisão dos criminosos. Ora, se pode alegar que tais imagens são salvas na iminência dos fatos, mas quando se coloca em risco a segurança de um Palácio de governo, a capacidade de arquivo dos equipamentos modernos e o custo que representam, qualquer justificativa nesse sentido é pueril e ofende a inteligência dos outros.
Mais constrangedor ainda é ver, que o presidente do Democratas protocolou representação na Procuradoria Geral da República questionando a conduta administrativa do General Félix.
A bem da verdade, quem está mentindo?
Para atenuar o desprazer acima, recordo do Dia do Soldado comemorado no mesmo Senado e das palavras do senador Artur Virgílio exaltando os feitos militares na Amazônia, em particular no Estado do Amazonas, que representa, exaltando as figuras do Gen Heleno e do Gen Matos que o sucedeu sublinhando o patriotismo que orna e dignifica o soldado/índio/mestiço que defende aquele imenso território.
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