quarta-feira, 19 de agosto de 2009
O CONVITE
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O CONVITE
O Brasil inteiro (?) já sabe, o que todos os céticos como nós já sabíamos, de que “O Congresso Nacional é o Mausoléu da Justiça”, e que o seu Presidente é inexpugnável.
O indecente senador sem – voto, o famigerado Duque, um néscio por vocação e poltrão por opção, arquivou todas as onze Representações contra o seu patrão. Poderia ter disfarçado, acatando uma ou duas, mas qual. De uma canetada expurgou a todas, sem dó e sem o menor prurido de vergonha.
Se acatasse, sabemos que qualquer das Representações estaria natimorta, pois a parcial e venal Comissão de Ética, composta por imensa maioria pró – bandalha, inocentaria o potentado do Maranhão com a mesma falta de escrúpulos demonstrada pelo nefando Duque.
Caso não bastasse, o Presidente, ainda, disporia de outros guarda - chuvas protetores que o salvaguardariam, facilmente, de qualquer tipo de sanção. Ou seja, ele possui o salvo - conduto da impunidade.
Agora, circula à larga e, ostensivamente, para aumentar a blindagem do excelso Senador, o convite àquela autoridade para a Solenidade de Entrega do Espadim de Caxias. Pobre Caxias. Pobres cadetes que despendem quatro anos de sua existência na “fictícia” Academia. Tão prestigiados pela presença de vetustas e imponentes autoridades e tão desvalorizados funcionalmente.
Particularmente, não sabíamos que aquela Solenidade, embora revestida de pompas e circunstâncias atraísse tantas e tão magnificentes autoridades. Por isso, embora estranhando, não podemos deixar de admitir que o convite fosse dirigido, formalmente, ao Presidente do Congresso Nacional.
Cremos que estamos diante de um velho e surrado problema, como é o caso da Concessão de Honras e Medalhas a conhecidos valhacoutos e a inimigos das Forças Singulares, honrarias que alguns companheiros justificam, sem um rubor nas faces, de que são dirigidas ao cargo, à função exercida pelo (a) sacripanta, e não à pessoa.
Desnecessário, é destacar o óbvio, de que muitas vezes será impossível premiarmos um canalha, impunemente, apenas por ele exercer esta ou aquela função (em geral passageiras).
Alguns complementam seus argumentos, alegando que a autoridade tem sido simpática aos militares ou que talvez libere verbas ou pedidos de interesse das Forças. É verdade, na prática temos sido cobertos de benesses (?) decorrentes destes afagos (será que poderia ser pior e nós não sabemos?), de praxe, perfeitamente dispensados pelos homenageados.
Seria o convite uma formalidade? Estava o Presidente do Congresso na lista? Caso positivo e provável, por que não enviar o convite, simplesmente, por meio dos correios?
Não seria o caso de repensar as listas ou de, sendo o dono da festa, “colocar as barbas de molho”?
Ao convidar o Presidente do Congresso, Sarney ou não, a Instituição, do alto de sua credibilidade junto à opinião pública, queira ou não, com ou sem qualquer intenção, empresta a quem ocupa o cargo, um incauto aval.
Por derradeiro, lembramos que a boa fé exclui a mentira, mas não o erro.
Ou, ainda, mais uma vez, seremos soterrados pela ingenuidade.
Não repudiamos o convite, apenas lembramos que o momento impõe redobrada cautela.
Brasília, DF, 17 de agosto de 2009
Gen. Bda Refo Valmir Fonseca Azevedo Pereira
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