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quarta-feira, 13 de maio de 2009

COLÉGIO MILITAR,,,DOMINA olímpíada de matemática


Colégio militar domina olimpíada de matemática da escola pública
Alunos submetidos a disciplina rígida vão melhor em todos os níveis de ensino
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO


Quase 40% dos 300 alunos mais bem colocados na 4ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) são de colégios militares ou das escolas preparatórias das Forças Armadas.
Entre os meninos e meninas de todo o país que receberam a medalha de ouro, 118 pertencem a instituições militares (39,3%). Participaram 18,3 milhões de alunos da rede pública brasileira da edição de 2008.
O predomínio é ainda maior no nível 3 (ensino médio). Entre os cem primeiros colocados nessa categoria, 49 estudam em colégios militares, inclusive os 11 primeiros colocados.
O primeiro foi César Ilhaco Magalhães, 15, cujo pai, José Ronaldo, só foi estudar pouco antes dos 16 anos. O filho nasceu quando o pai já fazia PhD nos Estados Unidos.
César aprendeu a ler aos quatro e foi identificado como superdotado nos EUA. Aos 12 anos, foi aprovado para cursar o ensino médio na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, da Aeronáutica, e no ano passado fez a prova que lhe deu a primeira colocação na Olimpíada e passou no vestibular de medicina na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).
Pretende ser militar e cursar engenharia no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
"Não me considero um gênio. Nem um "nerd': fiz caratê, corrida, canto em coral e fiz aulas de teclado. Também não estudo todo dia. Procuro equilibrar tudo", diz Cesar.
O Sistema Colégio Militar do Brasil, mantido pelo Exército, é composto por apenas 12 colégios, com cerca de 14,5 mil alunos. Computando-se as escolas preparatórias das Forças Armadas, são 15 estabelecimentos, que correspondem a não mais do que 0,00037% do total de 40.377 escolas inscritas no concurso. Daí a atenção que desperta esse desempenho.

Culto à disciplina
Dentre os medalhistas de ouro no nível 1 da Obmep (alunos dos 6ª e 7ª anos), 37 são de colégios militares, de diferentes Estados; no 2 (8ª e 9ª séries), foram 33 dessas escolas. A maioria dos outros vencedores vem de escolas técnicas ou federais. Estudantes da rede pública convencional (estadual ou municipal) são minoria.
No nível 3, além dos alunos de colégios militares, preponderam jovens de estabelecimentos federais, com 72 das cem primeiras posições -27 são de escolas estaduais e uma de municipal.
Para a diretora acadêmica da Obmep, a professora do Instituto de Matemática da Universidade Federal Fluminense (UFF) Suely Druck, um dos motivos que explicam o resultado dos colégios militares é a disciplina da vida castrense.
"A infraestrutura é excelente e há professores muito bem preparados. Os alunos talentosos são inseridos em um ambiente sério e de disciplina. A matemática é sequencial e exige disciplina, cultivada nesses colégios", afirma.
O comandante do Colégio Militar de Brasília -o maior do sistema, com 3.400 alunos e 14 medalhistas de ouro-, coronel Wagner Gonçalves, não se surpreende com o desempenho.
"A matemática é vista como bicho-papão, e aqui nós já desmistificamos isso há anos. Preparamos para escolas militares, o IME (Instituto Militar de Engenharia) e o ITA."
O oficial corrobora a tese de que a disciplina, cultivada pelas Forças Armadas, afeta o resultado. "Ajuda muito na matemática e vice-versa. O bom matemático tem muita influência da disciplina; o cartesiano é disciplinado." Coronel da Arma de engenharia e filho de sargento do Exército, ele e os filhos foram alunos de colégios militares. "Não sou craque em matemática; passei com média 8, não 9", brinca.

Um comentário:

Carlos Alberto B. Marques disse...

Eu também não me surpreendi com o resultado, que por sinal é estupendo. É realmente uma lástima um país de dimensões gigantescas e diversidade característica não priorizar o que temos de bom, como essa educação de primeiro mundo como as das escolas militares brasileiras; ensino este que deveria ser multiplicado para todo o país. Como está a educação e o Brasil não têm futuro. Pelo menos, não um bom futuro. Mas não deixemos de sonhar e lutar....Carlos, agricultor, RS.