Defesa Nacional
(Osmar José de Barros Ribeiro, 02/04/2009)
No Brasil, disseminada na sociedade, existe a perigosa imagem de que, em virtude de sermos um País amante da paz, não corremos o risco de sermos envolvidos em uma guerra. Na verdade, nos dias atuais, dada a concepção dominante nos altos círculos governamentais e nascida nos porões do Foro de São Paulo, temos sido submetidos a pressões vindas de vizinhos muito mais fracos que nós em qualquer das Expressões de Poder que seja considerada, tudo sem maiores conseqüências. O mesmo pode ser dito quanto às exigências recebidas de ONGs internacionais e seus respectivos governos, no mais das vezes referentes a absurdas e incompreensíveis delimitações de Terras Indígenas. Por quê será?
Tendo alcançado o Poder pela via eleitoral, a esquerda brasileira vem dando vazão a um doentio antimilitarismo ancorado em temas ecológicos, universalistas e falsamente pacifistas. Destarte, ela cede sem pejo ao ideal internacionalista enquanto alimenta, à sorrelfa, o crescimento de milícias oficiais e oficiosas e promove o sucateamento e a virtual inoperância das Forças Armadas, esquecida de que, o resultado final será, a médio ou longo prazo, a própria desagregação do Estado. Esta, desde os tempos antigos, a lição da História.
O território nacional, notadamente nas Regiões Norte e Centro-Oeste, em especial a primeira delas, ainda com baixa ocupação demográfica, vem sendo alvo, desde os primórdios do Período Colonial, das ambições estrangeiras. Atualmente, tais ambições são representadas por teses esdrúxulas tais como “dever de ingerência”, “soberania limitada”, “proteção dos direitos indígenas”, “defesa do meio ambiente” e coisas que tais, apresentadas em foros internacionais por líderes do chamado Primeiro Mundo. E o nosso governo, desde o malfadado período presidencial de Collor de Melo, não protesta, não se manifesta contra elas.
Convém não esquecer que, em 1991, o então Secretário de Estado norte-americano Robert Mc Namara teve a petulância de sugerir a drástica redução das Forças Armadas dos países em desenvolvimento. No caso brasileiro, elas seriam transformadas em milícias destinadas a coibir o tráfico de drogas, à proteção das florestas e dos índios bem como ao combate ao contrabando enquanto, sob o controle da ONU, existiriam “núcleos de excelência” destinados a operar com as Forças de Paz. Desta forma e à luz do afirmado anteriormente, sob a égide da defesa dos direitos humanos e da preservação ecológica, seria justificável até mesmo o desmembramento do território nacional e a internacionalização dos nossos recursos naturais. E onde a nossa capacidade de dissuasão?
Recentemente, o governo apresentou uma Estratégia Nacional de Defesa (END) a qual, a bem da verdade e figurativamente falando, corresponde a oferecer guloseimas a uma criança para que deixe de chorar. Sonho de uma noite de verão! Afinal, enquanto a incorporação de novos recrutas é limitada por problemas financeiros do Estado, a END fala da construção de submarinos nucleares, aviação de caça do último tipo, formação acadêmica dos militares (talvez até a instituição de “cotas” e não a obediência ao princípio do mérito para ingresso nas carreiras militares), etc., enquanto deixa claro que o seu objetivo principal é o de manter as Forças Armadas sob o guante do Executivo, rebaixando a posição hierárquica dos seus Comandantes, subordinando-os ao ministro da Defesa e entregando a gerência das suas necessidades a um burocrata civil, muito provavelmente a ser indicado dentro das cotas da “base aliada”. Afinal, tais necessidades representam recursos de monta e deixam em cócegas os políticos brasileiros.
Não nos iludamos: num mundo marcado por conflitos de diversas origens, pelo aprofundamento das desigualdades entre as nações e imerso numa enorme crise econômica, corremos o risco assistir ao surgimento de um nacionalismo étnico entre os índios e outras minorias, atitude que já encontra algum eco em Roraima, conforme vem sendo denunciado. Será a balcanização de um País cujas Forças Armadas, integradas por cidadãos das mais diversas origens, seriam um fator impeditivo de tal tragédia, mas que vêm sendo, de forma insana e incompreensível para os patriotas brasileiros, reduzidas a um papel secundário.
Lembremo-nos de que a existência de Forças Armadas bem equipadas material e moralmente, orgulhosas do seu papel, disciplinadas, obedientes à Lei e exercendo a ação de presença no território nacional, são a garantia insubstituível tanto contra ameaças externas quanto para evitar o desmembramento da Nação. Sem elas, seria a guerra de todos contra todos, o caos e o desastre final da divisão do Brasil, a exemplo do ocorrido com a América Espanhola.
***
Nenhum comentário:
Postar um comentário