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quinta-feira, 23 de abril de 2009

SAUDAÇÃO AOS GENERAIS PROMOVIDOS



SAUDAÇÃO AOS GENERAIS PROMOVIDOS
Gen Darke - Ch EME

Senhores Generais recém-promovidos,
Nesta oportunidade solene, carregada de simbolismo e tradição, a Força Terrestre realiza, mais uma vez, o saudável e imprescindível revigoramento de seus quadros, ascendendo doze Coronéis ao posto de General-de-Brigada.
Após criterioso e exaustivo processo de avaliação e seleção, concorrendo com companheiros de turma de destacados e sólidos méritos, não promovidos somente em face do limite legal de vagas, Vossas Excelências foram alçados a um patamar ainda de maior relevância na hierarquia militar – o generalato.
No dia de hoje, a Instituição Exército Brasileiro formalmente lhes reconhece o valor profissional, a dedicação ao serviço e o exemplo pessoal de todos os senhores.
Ao longo de uma vida dedicada, com exclusividade, à atividade castrense, cada um dos agora promovidos ratifica as escolhas realizadas há algum tempo, ao fazer, da farda, uma segunda pele; dos companheiros, uma segunda família; do quartel, um segundo lar e do dever, a sagrada prioridade.
Em face desse relicário de valores positivos, o Exército Brasileiro, solenemente, confere-lhes a espada de General como símbolo da autoridade austera, mas humana; forte, mas solidária; altiva, mas humilde.
Recebam-na com justificado orgulho, pois ela é a síntese e a expressão mais viva e sublime das virtudes do soldado brasileiro, patenteada em carta de nosso Patrono ao Visconde do Rio Branco, oportunidade em que manifestou a vontade de quebrar sua invicta espada se não lhe pudesse mais servir para desafrontar e defender seu País.
O sabre de campanha do Duque de Caxias, modelo da espada que Vossas Excelências receberão, dentro em pouco, das mãos de seus paraninfos, foi forjado na rija têmpera da moral, da ética e da cidadania, tal qual a Força Terrestre.
A Nação Brasileira passa a depositar em seus ombros uma responsabilidade ainda maior − a de manter o Exército voltado para suas lides profissionais, fiel à sua destinação constitucional, apolítico, flexível em sua organização e moderno em sua concepção, sempre leal e parceiro dos mais puros anseios da sociedade brasileira e legítimo instrumento de nossa soberania.
Senhores Generais,
A força de um general, como sugere Clausewitz, deve ser animada por alguma grande razão, seja a ambição lúcida, como em César; o gosto pela vitória, como em Napoleão ou o orgulho frente a uma derrota, como em Frederico, o Grande. De Vossas Excelências, a Nação espera, ainda, outras motivações, seja o desprendimento de Sampaio, o respeito pelo oponente de Osório ou o espírito conciliador de Luiz Alves.
De Vossas Excelências, o Exército espera muito.
Meus caros Generais-de-Brigada recém-promovidos,
Impõe-se ao Chefe de hoje não perder de vista a realidade da Nação Brasileira, inserida no contexto do mundo globalizado. Ao enfrentarem os diversificados desafios do presente, inspirem-se nas conquistas de nosso passado, no exemplo daqueles que, com inexcedível dignidade, antecederam-nos e legaram-nos um Exército vitorioso, partícipe de nossa evolução histórica e formado por brasileiros de todos os segmentos de nossa sociedade, no qual credo, raça, origem ou nível social, longe de nos estratificarem, são matizes amalgamadores da gente verde-oliva.
A presença de jovens Cadetes, legítimos herdeiros do mais nobre legado castrense, representa unidade de pensamento e devotamento e traz um significado que transcende em muito a matéria, ressaltando os mais atávicos valores que, desde Guararapes, forjam a Força Terrestre.
Dirijo, agora, minha mensagem aos queridos familiares. A eles cabe significativa e decisiva parcela no êxito por todos obtido. Estiveram sempre presentes, nos momentos alegres e nos difíceis. A eles coube estimular e desafiar; orientar e encorajar; acalentar e confortar.
Na jornada que ora se inicia, semelhante papel os aguarda. A eles, o agradecimento penhorado do Exército.
Por fim, evoco Cícero. Quatro eram, a seu ver, os predicados que deveria ter um bom general: perícia militar, valor profissional, autoridade serena e proteção dos deuses. Os três primeiros, como é sabido, Vossas Excelências já os demonstraram sem limites; rogo, assim, ao Deus Único, que continue a iluminar o caminho de todos, ampliar mais e mais os novos horizontes, proteger as decisões, manter límpidas a razão e a emoção e impedir que o canto das sereias que ensandeceu Ulisses não os desvie do caminho da honra e do dever.

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