Forças Armadas em debate na Câmara
06/04/2009 - 15h34
Nesta terça-feira, será realizado na Câmara dos Deputados, o seminário “Estratégia de Defesa Nacional e a Indústria Brasileira”, promovido pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Durante todo o dia, deputados, ministros, militares e empresários do setor de defesa vão debater as necessidades e desafios da defesa nacional, além do poder de compra do governo e o financiamento da indústria de defesa. De acordo com o deputado Marcondes Gadelha (PSB-PB), “no evento, vamos avaliar a Estratégia Nacional de Defesa, não apenas em sua consistência, mas também na sua capacidade de incrementar a indústria bélica brasileira. O elemento crucial desse plano e que o difere de outros é justamente o fortalecimento da indústria de defesa do Brasil”. Gadelha explicou que os deputados pretendem discutir pontos específicos da Estratégia Nacional de Defesa e que as garantias de transferência de tecnologia são fundamentais. Além disso, ressaltou que a implementação da Estratégia com a criação do Conselho Sul-Americano de Defesa, vai permitir que os países vizinhos sejam parceiros e também mercados para a indústria de defesa do Brasil. “O Brasil vai se colocar numa posição estratégica. Como mediador, por exemplo, não podemos ser mais fracos que os países envolvidos. O plano está à altura das ambições geopolíticas do Brasil. Não somos mais um país pobre e temos que reunir capacidade bélica compatível com esse status”, explicou. Os deputados também estão preocupados com os programas de reaparelhamento das Forças Armadas e citam como exemplo, as compras militares realizadas pelos países vizinhos. Na avaliação de Marcondes Gadelha, o Brasil está atrás de Venezuela, Chile e Peru. Fx2 O deputado Marcondes Gadelha revelou que a licitação para a compra de caças, conhecida como FX2, terá de incluir “obrigatoriamente a Embraer e o CTA”. No Congresso, as opiniões se dividem em torno de qual avião deve ser escolhido para a Força Aérea Brasileira (FAB), e muita gente considera o sueco Grippen como forte candidato apesar do favoritismo do Rafale francês e do F18 norte-americano. ‘O Grippen é uma espécie de avião virtual, um projeto não acabado. Isso dá ao Brasil, condições de interferir no projeto de acordo com suas pretensões e objetivos”, explicou Gadelha que esteve na França entre 17 e 20 de março para conhecer a estrutura de defesa daquele país. A Boeing, por sua vez, teria garantido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ter autorização para transferir tecnologia do F18, caso o avião seja o escolhido pela FAB. “Não podemos abrir mão disso. Por exemplo, temos um acordo espacial com a Ucrânia para o desenvolvimento de foguetes. A Ucrânia compra os motores da Rússia. Os dois países têm problemas. Em algum momento esse projeto pode ser prejudicado por conta do veto russo à Ucrânia e quem vai perder é o Brasil”, afirmou Marcondes Gadelha.
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Fonte: http://www.inforel.org/
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