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terça-feira, 21 de abril de 2009

O submundo dos bilhetes






21/04 - O submundo dos bilhetes


Deputados, assessores e agências no esquema - Bernardo Mello Franco - O GloboBRASÍLIA. Deputados do baixo clero, assessores que pulam de gabinete em gabinete, funcionários de companhias aéreas e agentes de turismo que circulam mais pela Câmara do que em aeroportos. Esses são os personagens que perambulam pelo submundo do tráfico de passagens aéreas pagas com verba parlamentar. A revelação de que até nomes de ministros do STF foram usados pelo esquema reforçou a suspeita do Ministério Público Federal, noticiada ontem pelo GLOBO, da existência de um mercado paralelo de bilhetes. Para os procuradores do caso, eles não foram as únicas vítimas do esquema, que pode ter enganado centenas de clientes de agências.
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Ontem, os donos das duas agências que emitiram bilhetes da Câmara para ministros do STF negaram envolvimento. O dono da Capri Turismo, Raimundo Barros, disse à noite, por telefone, que já foi procurado para revender créditos de voos, mas negou ter aceito as propostas.
- Tenho clientes na Câmara e no Brasil inteiro. Não sei como apareceu o nosso nome aí - disse.
Segundo Barros, cerca de 70% do faturamento da Capri saem de órgãos públicos. Ele disse que boa parte dos bilhetes é emitida nas companhias aéreas que mantêm postos na Câmara. Mas não soube explicar o caso de Eros Grau. Diretor da Terra Turismo, que vendeu passagens da Câmara ao ministro Gilmar Mendes, Walter Nery Hilel Cardoso também negou participação no esquema:
- Nunca compramos passagem de deputados. Nunca falei com deputado nem participei de licitação lá.
A Câmara confirmou que um dos réus no processo que investiga o desvio de passagens do ex-deputado Lino Rossi (PP-MT) ainda recebe salário da Casa. Denunciado por improbidade administrativa, José Reis do Lima dos Santos é assessor de Daniel Almeida (PCdoB-BA). Ele não foi localizado. Réu na mesma ação, Marlon Melo de Araújo já foi exonerado. Desde 2005, quando teria revendido bilhetes à Morena Turismo, passou por pelo menos quatro gabinetes. Marlon não foi encontrado e não atendeu o celular. A agência também não funciona mais no antigo endereço, no Lago Sul. Seu sócio Pedro Damião Pinto Rabelo, que admitiu ao MP participar do esquema, também não foi encontrado.
COLABORARAM: Carolina Brígido e Isabel Braga

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