QUEM OU O QUE MUDOU?
Quando pequena, morei um tempo em uma pequena cidade do Paraná, onde não havia Grupo Escolar. Haviam diversas escolas espalhadas pela cidade, com uma ou duas professoras, dependendo do número de alunos. Professoras FORMADAS, que ensinavam o primeiro grau. Bastava querer ir, querer aprender a ler e escrever.
Ninguém precisava de merenda escolar, quadra poli-esportiva, área de lazer, etc. Tudo isso, tínhamos no pátio da escola, na hora do recreio. Também, até hoje, nunca ouvi dizer que aquela forma de ensino obedecia tal ou qual plano de educação. Era tão simples, tão natural, que precisava apenas crianças querendo aprender, e professoras querendo ensinar.
Não era necessário caixa escolar, auxílio daqui ou dali. A escola era simples, de madeira, como ainda se usa naquele estado, mas todas as crianças tinham carteira para sentar, a professora, mesa e quadro negro para escrever. E era óbvio, palpável, que todos estavam ali por prazer, com a intenção pura e simples de REALMENTE aprender.
Nenhum pai recebia incentivo ou intimação para mandar seus filhos à escola. Era coisa tão corriqueira e natural, como a troca de dentes de leite. Ninguém passava a noite na porta da escola para matricular seus filhos. Bastava em tempo hábil, matriculá-los.
Depois, mudei para Curitiba, e em um grupo escolar, a mudança só foi na estrutura da escola. Mas, também ali, haviam grupos escolares de ensino público, distribuídos pela cidade, de maneira que se tinha sempre um perto de casa. Todo começo de ano, sem fila nem atropelos, nós mesmas, íamos à Saúde Pública, onde fazia-se exame médico, abreugrafia, e recebíamos uma Carteira de Saúde, sem a qual não se fazia matrícula.
Alguma semelhança com os dias atuais? Absolutamente. Apenas lembrando como já foi o ensino neste pobre e espoliado Brasil.
QUEM ou o que MUDOU? O ideal das professoras atualmente será outro? Não acredito. Mas, que as pessoas que hoje planejam, os que executam os planos mirabolantes, por vezes esdrúxulos, mudaram, isso não tenho dúvida. Será que as autoridades que cuidam da educação hoje, têm outros propósitos para a infância do País? Como esperar um ensino produtivo, se «esquecem» de prover as escolas com recursos adequados e suficientes para seu funcionamento? Professores despreparados, com acintosos e humilhantes vencimentos, podem ter incentivo para fazer alguma coisa?
Já naquele tempo, havia presidente da República, senadores, deputados, governadores, prefeitos e vereadores. Também as palavras ÉTICA, HONESTIDADE e HOMBRIDADE , tinham outro valor e sentido. Claro que havia falcatruas e maracutáias, mas as INDECENTES LEIS de IMPUNIDADE e IMUNIDADE que dão guarida ao descalabro que vivemos hoje, FUNCIONAVAM.
Volto a perguntar, QUEM ou o que MUDOU?
Glacy Domingues – Grupo Guararapes.
Fort. 21/04//2009.
Quando pequena, morei um tempo em uma pequena cidade do Paraná, onde não havia Grupo Escolar. Haviam diversas escolas espalhadas pela cidade, com uma ou duas professoras, dependendo do número de alunos. Professoras FORMADAS, que ensinavam o primeiro grau. Bastava querer ir, querer aprender a ler e escrever.
Ninguém precisava de merenda escolar, quadra poli-esportiva, área de lazer, etc. Tudo isso, tínhamos no pátio da escola, na hora do recreio. Também, até hoje, nunca ouvi dizer que aquela forma de ensino obedecia tal ou qual plano de educação. Era tão simples, tão natural, que precisava apenas crianças querendo aprender, e professoras querendo ensinar.
Não era necessário caixa escolar, auxílio daqui ou dali. A escola era simples, de madeira, como ainda se usa naquele estado, mas todas as crianças tinham carteira para sentar, a professora, mesa e quadro negro para escrever. E era óbvio, palpável, que todos estavam ali por prazer, com a intenção pura e simples de REALMENTE aprender.
Nenhum pai recebia incentivo ou intimação para mandar seus filhos à escola. Era coisa tão corriqueira e natural, como a troca de dentes de leite. Ninguém passava a noite na porta da escola para matricular seus filhos. Bastava em tempo hábil, matriculá-los.
Depois, mudei para Curitiba, e em um grupo escolar, a mudança só foi na estrutura da escola. Mas, também ali, haviam grupos escolares de ensino público, distribuídos pela cidade, de maneira que se tinha sempre um perto de casa. Todo começo de ano, sem fila nem atropelos, nós mesmas, íamos à Saúde Pública, onde fazia-se exame médico, abreugrafia, e recebíamos uma Carteira de Saúde, sem a qual não se fazia matrícula.
Alguma semelhança com os dias atuais? Absolutamente. Apenas lembrando como já foi o ensino neste pobre e espoliado Brasil.
QUEM ou o que MUDOU? O ideal das professoras atualmente será outro? Não acredito. Mas, que as pessoas que hoje planejam, os que executam os planos mirabolantes, por vezes esdrúxulos, mudaram, isso não tenho dúvida. Será que as autoridades que cuidam da educação hoje, têm outros propósitos para a infância do País? Como esperar um ensino produtivo, se «esquecem» de prover as escolas com recursos adequados e suficientes para seu funcionamento? Professores despreparados, com acintosos e humilhantes vencimentos, podem ter incentivo para fazer alguma coisa?
Já naquele tempo, havia presidente da República, senadores, deputados, governadores, prefeitos e vereadores. Também as palavras ÉTICA, HONESTIDADE e HOMBRIDADE , tinham outro valor e sentido. Claro que havia falcatruas e maracutáias, mas as INDECENTES LEIS de IMPUNIDADE e IMUNIDADE que dão guarida ao descalabro que vivemos hoje, FUNCIONAVAM.
Volto a perguntar, QUEM ou o que MUDOU?
Glacy Domingues – Grupo Guararapes.
Fort. 21/04//2009.
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