XXXNovos caças na mira do Brasil
Três modelos estão na disputa do projeto de 2 bilhões de dólares. Entre as funções, combate ao transporte de drogas
Ananda Rope e Marco Aurélio Reis
Rio - O novo modelo de caça das Forças Armadas está perto de ser escolhido. De acordo com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, a decisão do governo sobre a compra dos 36 caças pela Força Aérea Brasileira (FAB), chamado de projeto FX-2, deve ser anunciada em agosto. A Aeronáutica analisa modelos de aeronaves de três empresas — a francesa Dassault, a americana Boeing e a sueca Saab —, finalistas da licitação. Serão empregados 2 bilhões de dólares, e a entrega dos primeiros caças está prevista para 2014.“Não estamos nos armando por existência de ameaça ou inimigo, mas para promover a capacitação nacional. Queremos que o Brasil tenha capacidade tecnológica de construir esses aviões”, afirmou Jobim, em visita ao Rio, quarta-feira.A ideia principal do FX-2 é padronizar a frota de aeronaves de caça de múltiplo emprego da FAB que poderão ser usadas, por exemplo, no policiamento da Região Amazônica, para abordar aviões suspeitos de transportar drogas e armas. “Não temos preferido. A preferência será para o que apresentar a melhor proposta, melhor transferência de tecnologia e melhor análise custo e benefício”, revelou o comandante da Força, brigadeiro Juniti Saito. Das seis empresas pré-selecionadas, somente três modelos foram escolhidos: o caça F/A-18 E/F Super Hornet, da norte-americana Boeing; o Rafale, da francesa Dassault; e o Gripen, da sueca Saab. As 36 aeronaves deverão ser utilizadas por cerca de 30 anos. A aquisição de novos caças é uma necessidade porque os aviões usados hoje estão obsoletos: Mirage 2000, F-5M e A-1. Só 37% do pouco mais de 450 aviões da Aeronáutica têm condições de entrar em combate. Desses, 88% tem mais de 15 anos de uso, e parte deles são para transporte de cargas e tropas. Para combate, são 171 aviões — um para cada 50 mil quilômetros quadrados dos 8,5 millhões de quilômetros quadrados do território nacional: 12 unidades Mirage 2000 (França), 54 unidades F-5 M (EUA, modernizado pela Embraer), 55 unidades AMX ou A-1 (Embraer) e 50 unidades Super Tucano ou A-29 (Embraer). Helicópteros são 96.Fontes da Aeronáutica revelaram a O DIA que o favorito do governo para construção de caças no projeto FX-2 é o francês Rafale, da Dassault. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o francês Nicolas Sarkozy teriam até tratado do assunto, de forma reservada, antes da reunião econômica do G-20, no início deste mês.
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