Notícias Militares

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

" SOCIALISMO" e "COMUNISMO"



"SOCIALISMO" e "COMUNISMO"
Verdades e Utopias
Anatoli Oliynik ( * )

SOCIALISMO
O Socialismo é uma ideologia que, dando prevalência à sociedade sobre o homem, intenta realizar uma igualdade absoluta entre os indivíduos, conduzida mediante o exercício de um poder totalitário do Estado nas esferas política, econômica e social.
Na sua cosmovisão horizontalizada, o socialismo parte de uma concepção materialista do homem, entendendo que os seus problemas derivam da desigualdade social e pretende que sejam resolvidos pela supressão da propriedade privada dos meios de produção, os quais, estatizados, virão a permitir a distribuição igualitária da riqueza.
Desta forma, entendem os socialistas, que surgirá a sociedade ideal, em que não haverá exploradores nem explorados, pois, nada sendo de ninguém, todos trabalharão para todos, "na medida de suas possibilidades", cabendo "a cada um, segundo suas necessidades", participação no produto.
Em síntese, prega-se a utopia e a entropia, das quais falarei mais adiante.
Métodos diversos de tomada do poder são aventados por diferentes correntes socialistas. No passado, os violentos para a derrubada das estruturas existentes e implantação da "nova sociedade". Assim foi na União Soviética, nos países do Leste Europeu, na China, em Cuba e no Vietnã do Norte, dentre os principais e que vitimou 95 milhões de pessoas, aproximadamente.
Atualmente, os socialistas tencionam chegar à "igualdade social" por caminhos menos traumáticos e utilizando, sempre que possível, o instrumental da democracia parlamentar e chavões do tipo justiça social, cidadania, construção de uma sociedade justa e igualitária, direitos humanos, inclusão social, sustentabilidade, politicamente correto, etc. que só servem para estimular a velha luta de classes proposta por Marx e Engels que passaram a habitar o imaginário popular.
Apesar de suas múltiplas variantes ideológicas e metodológicas, o Socialismo tem uma base comum que pode ser identificada na transformação do ordenamento jurídico e econômico, fundado na propriedade privada dos meios de produção e troca, numa organização social na qual:
a) o direito de propriedade seja fortemente limitado;
b) os principais recursos econômicos estejam sob controle das classes trabalhadoras;
c) a sua gestão tenha por objetivo promover a igualdade social por meio da intervenção dos poderes públicos.
A utopia socialista tem remota tradição em antigas elucubrações intelectuais. Platão (429-347 a.C.), na República arquiteta a organização da Polis (cidade) propondo que guerreiros e guardiões tivessem vida estritamente comunista a fim de que, apartados de qualquer propriedade privada, pudessem cuidar exclusivamente dos interesses da coletividade.
Seguem-se a Platão, Thomas More (1478-1535) em Utopia, Tomaso Campanella (1568-1639) na Cidade do Sol, Rosseau (1712-1778) no Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens (1754) e em Do contato social (1762), quando engendrou, com cálido romantismo, o mito de igualdade, em que se encontra o fundamento do messianismo ideológico da Revolução Francesa; Babeuf (1760-1797), Robert Owen (1771-1858), Werner Sombart (1863-1941), Lênin (1870-1924) e alguns outros, onde cada qual descrevia, a seu modo, a sociedade ideal.
Fracassaram todas as tentativas feitas na implantação das mais variadas correntes do socialismo.
Mais tarde, numa tentativa de ressuscitar os fracassos retumbantes, Friedrich Engels (1820-1895) denominou de socialismos utópicos todas as correntes que o antecederam. Com Karl Marx (1818-1883), surge o chamado socialismo científico, de que são tributárias as diversas correntes socialistas que apareceram daí por diante.
Marx e Engels consideraram socialismo utópico aquele defendido por seus contemporâneos como: Saint-Simon, Fourier, Owen, Louis Blanc, Proudhon.
Para Marx e Engels, esses socialistas propunham movimentos relativamente burguêses, professavam um socialismo que podia ser recebido em salões. Para se diferenciar dos demais socialistas, adotaram, então, o nome de comunistas e partem para elaborar o que chamam de socialismo científico em contraposição ao socialismo utópico.
O socialismo científico foi um programa de auto-emancipação do proletariado como sujeito histórico capaz de resolver as contradições econômicas do capitalismo, especialmente com relação à propriedade privada, através da solução comunista, tendo como método a revolução proletária.
Em nome dessa ideologia "utópica" ou "científica", pouco importa, milhões de vidas humanas foram sacrificadas porque o direito a liberdade de pensar, diferentemente, foi-lhes negada pelos seus algozes. Lênin, Stalin, Mao Tse-tung e Fidel, dentre os principais, quiseram se passar por deuses na história, quando na realidade não passaram de assassinos vulgares e carniceiros da humanidade, "cientificamente" demonstrado[1].
Mudaram-se as moscas, mas o excremento continua o mesmo nas suas mais diversas e fantásticas variações até os dias atuais, quando se tenta, no Brasil, ressuscitar algo que não deu certo em lugar algum no mundo, em qualquer época que se queira pesquisar, desde o próprio Platão até os dias atuais. Logo, podemos concluir que "o socialismo é um case de fracassos e degradação da condição humana".

COMUNISMO
O Comunismo, por sua vez, nada mais é do que o estágio final do socialismo. A sua doutrina defende a abolição da propriedade privada, dos meios de produção e a distribuição igualitária dos bens produzidos pela sociedade. Defende, ainda, que a organização da riqueza social seja feita pela própria comunidade de produtores.
Na realidade, conforme já expomos anteriormente, as diferenças entre socialismo e comunismo, criadas por Marx e Engels, diferem tão somente na semântica e no "modus operandi". Tanto na sua essência, quanto aos objetivos colimados, são rigorosamente iguais: Transformar em tragédia as limitações da condição humana.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utopia socialista-comunista por si só explica o seu fracasso e não precisa ser demonstrada. Quanto a "entropia", que é o equilíbrio geral entre as coisas, faço as considerações a seguir:
A idéia de igualdade considerada pelo fenômeno entrópico, é uma idéia suicida. Por exemplo: Se você, leitor, colocar um copo de água quente ao lado de um copo de água gelada, no dia seguinte elas terão a mesma temperatura. Isso se chama entropia. Pois bem, a vida na Terra só é possível porque há uma estrela chamada Sol, cuja temperatura é estupidamente desigual a temperatura da Terra. Se houvesse igualdade de temperatura entre a Terra e o Sol (entropia), não haveria vida na Terra. A igualdade socialista, portanto, é uma idéia suicida, pois não se acabará com a pobreza se acabarmos com a riqueza. A história se encarregou de demonstrar isso em todos os países ditos socialistas ou comunistas.
As pessoas podem ser iguais quanto a sua natureza, mas são desiguais quanto as suas capacidades, competências e resultados alcançados. A humanidade é feita de pessoas diferentes, portanto, a Igualdade em si é um sonho delirante que os socialistas insistem operacionalizar a qualquer custo. Na verdade, tanto os socialistas quanto os comunistas não querem igualdade, eles querem o Poder. Para isso, eles se aproveitam da ingenuidade do povo.
Tanto o socialismo quanto o comunismo, que na essência são a mesma coisa, tem por base o ideário político mais irresponsável e homicida que já surgiu na face da Terra.
No Brasil, por três vezes, os socialistas & comunistas tentaram, pela violência, instituir este regime entre nós. Felizmente, fracassaram.
Entretanto, engana-se redondamente quem pensa que os socialistas-comunistas não estejam entre nós, tais como fósseis ambulantes tentando ressuscitar uma doutrina fracassada, só que desta feita por outro tipo de estratégia: de forma pacífica, mas sorrateira e quase imperceptível, usando-se de diplomas legais e de ações políticas que vão sendo docilmente aceitos pelo povo por meio de uma maciça propaganda de seus "benefícios". Trata-se do melífluo discurso gramsciano. Este assunto será objeto de meu próximo artigo.
Lamentavelmente, no Brasil, todo aquele que busca esclarecer, pela pesquisa dos fatos, é imediatamente desqualificado e taxado de "radical". A emoção, a crendice e o sonho utópico falam acima de qualquer razão.
Para finalizar: "O pior cego, não é aquele que não enxerga, mas aquele que não quer ver".

( * ) Anatoli Oliynik (59), formado em administração e estudos sociais, é membro da Academia de Cultura de Curitiba.

Nenhum comentário: