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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

ASSASSINATO DE UM GUERREIRO


GENERAL URANO BACELLAR Assassinato de Um Guerreiro



Cel Lício Maciel

Assassinato de um Herói do Araguaia General Urano Bacellar. Lembrei, como não poderia deixar de ser, com alguma dose de amargo desgosto e indignação, de meus bravos amigos de luta Cel Pimentel e Cel Dalmo Cirillo. Não poderia deixar de recordar. Em maio de 1986, supostamente "suicidou-se com 4 tiros de revólver", o Cel Pimentel, no interior de um Quartel do EB. Deveria constar do Guiness, não? Pobre dr. Ney, codinome do Pimentel. O Dalmo adentrou o quartel, na marra, só faltou dar porrada no Oficial de Dia e retirou documentos sigilosos da casa onde foi encontrado o corpo do Pimentel. Ele sabia o que estava fazendo, pois conhecia os traidores, que sempre agiram e alguns eram conhecidos como "melancias" (verde por fora e vermelho por dentro) e são, ou foram, os responsáveis pela atual situação, uma vez que, "herdando o triunfo, não dignificaram nossas tradições".

Enveredaram pelos caminhos da subserviência. Comunas ou inocentes-úteis, atrás de promoção. O Dr Ney foi um dos maiores combatentes dos comunas; graças ao seu esforço e abnegação, dedicação integral ao serviço da Pátria, muitos comunas foram impedidos de executar ações criminosas, alguns definitivamente. Em sua atuação na OBAN, muitas vezes agiu junto com o Delegado Fleury. Coincidentemente, ambos tiveram mortes por demais suspeitas e tudo ficou por isso mesmo. Hoje ninguém lembra de nada ou tem medo de falar. O Delegado Fleury, embora fosse ótimo nadador, "caiu do cais onde estava atracada sua lancha, e morreu afogado...". A esposa, que estava na lancha, nada viu, a não ser o marido já morto. A investigação foi encerrada por ordem superior.

Este "melancia superior" que repassou tal ordem, em 1986, está bem identificado... Na realidade, o Delegado foi envenenado e o exame toxicológico foi proibido de ser realizado. Não custa muito recordar. É até bom. Com quantos melancias me deparei durante a luta? Estranhamente, muitos foram a general... E alguns já eram generais. Mas se deram mal comigo, embora não tão mal quanto mereciam, infelizmente. Outros vermelhos, pica-fumos, eram propositalmente deixados de lado, embora agissem livremente contra nós. Afirmo que, dentre as grandes dificuldades que encarei na luta do Araguaia foi justamente impedir a ação de tais indivíduos fardados. Há fatos e se quiserem, citarei nomes.

Militar, uma profissão ingrata? Homens que se dedicavam integralmente ao Exército, arriscando a própria vida, sacrificando extremamente suas famílias, enfrentando a incompreensão e mesmo o escárnio da maioria dos próprios companheiros militares, covardes e invejosos. O próprio Estado Maior do Exército fazia pouco dos esforços do Gen Bandeira na luta contra os comunas. Achavam que o General Bandeira estava brincando. Será que eram "melancias", será que tinham medo de entrar em combate, ou por simples despeito? Acho que era pura inveja. Um grande exemplo é o trágico destino de um verdadeiro guerreiro, um militar dos mais abnegados, o Cel Ênio Pimentel da Silveira, o Dr. Ney, muito citado pelos comunas. É o exemplo de um homem da lei, soldado exemplar, arrojado e destemido. Quantos logradouros ou praças públicas levam o nome do Coronel Enio Pimentel da Silveira? Nenhum. Os colegas de Turma da Aman prestaram uma justa homenagem ao Cel Pimentel:

"Finalmente desejamos fazer um desagravo à memória de nosso companheiro Enio Pimentel da Silveira, um exemplo de militar e amigo, que morto não pode se defender das mentiras e infâmias que contra eles foram achacadas por uma mal informada revista brasileira, que chafurda na lama da mentira e da calunia, jamais se atrevendo a atacar aqueles que podem se defender. Ênio receba a nossa solidariedade. Você merece o respeito e a homenagem da sociedade brasileira e fazemos aquilo que a instituição à qual você serviu e honrou deveria ter feito de pronto. Repudiamos as injurias que você não merece".
Talvez o Coronel Barroso Magno forneça a verdade dos fatos sobre o assassinato do General Bacellar.

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