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domingo, 16 de março de 2008

Gen Peret - Discurso de despedidas do serviço ativo-



Gen Peret: discurso de despedidas do serviço ativo - Importantíssimo

Meus amigos,
No último encontro que tivemos aqui em Brasília, dia 07 Mar 08 (Sex), alguns integrantes da turma solicitaram que eu enviasse o meu discurso de despedidas do serviço ativo para que todos tivessem a oportunidade de ler as minhas argumentações para solicitar a minha passagem para a reserva. Vocês todos me conhecem e sabem do meu amor pelo Exército e pelo Brasil e quanto eu senti ao tomar tal decisão. Julgo que ainda poderia ajudar o Exército neste momento tãodifícil que estamos passando. Precisamos de líderes e de pessoas desprendidas para levar adiante a nossa missão.Os valores que nos ensinaram e que cultuamos durante a carreira precisam ser preservados. É muito oportuna a crise vivida na semana passada na América do Sul. O nosso Exército precisa estar preparado para crises que ocorrem e ocorrerão muito rapidamente. Já temos os cenários. É imperioso preparar-se para defender os interesses maiores do Brasil.O discurso foi proferido no Salão de Honra do EME, na presença do Chefe do EME, outros generais, oficiais da ativa e da reserva, praças e familiares. Coloquei em vermelho aquilo que julguei deveria ser destacado para justificar parte do que proferi naquela oportunidade.Peret
3-DISCURSO DE DESPEDIDAS DO SERVIÇO ATIVO
(29 NOV 07 – 17 min)

Exmo Sr Gen Ex Carvalho , Ch EME,
Senhoras aqui presentes,
Sr Gen Div,
Demais Of Gen, Of e praças,
Convidados e amigos,
Inicialmente, agradeço a presença de todos, o que muito me honra.
Agradeço a referência elogiosa a mim concedida pelo Ch EME nesta cerimônia.
Devo lhes dizer que não trabalhei no último mês em virtude de ter sido dispensado pelo Ch EME..
Hoje encerro mais de 37 anos de serviço exclusivo ao Brasil e ao Exército. Gostaria de relatar alguns pensamentos que nortearam a minha carreira.
Em primeiro lugar, a minha vocação veio crescendo na medida em que fui amadurecendo o sonho que vinha acalentando desde a infância e vendo o exemplo ímpar de oficial de Infantaria que foi meu pai. Formado no ambiente da 2a Guerra Mundial, sempre pautou a sua vida pelo profissionalismo, dedicação exclusiva e amor ao Exército e ao Brasil.
Outro grande atrativo da carreira militar foi a possibilidade de vencer desafios.
Os valores do Exército também foram um grande incentivador do meu ingresso na carreira. Lealdade, camaradagem, desprendimento, responsabilidade e probidade sempre foram considerados durante a minha vida.
Digo que nasci no Exército e dele não mais sai. Em 1963 fui matriculado no Colégio Militar de Recife e, junto com a luta de meu pai, acompanhei a Revolução de 31 Mar 64.
No ambiente revolucionário, ingressei na Academia Militar das Agulhas Negras, em 1970. A formação da minha geração foi pautada pela constante preparação para o combate. Víamos a possibilidade de emprego assim que saíssemos da Academia. Os instrutores, muitos especializados em cursos de combate, foram os grandes moldadores e incentivadores para que no futuro eu viesse a me candidatar a esses cursos. Tenho convicção de que o ambiente vivido na amada AMAN foi decisivo para a minha incessante busca pelo estado de prontidão, meu e da tropa sob meu comando, durante toda a minha carreira.
Como Oficial de Infantaria, não pude me descuidar da minha responsabilidade como líder. Sempre advoguei que para que um subordinado meu realizasse alguma tarefa, eu teria que fazê-la antes. Mais ainda, tudo aquilo que falasse em minhas alocuções para a tropa teria que ser por mim praticado.
Após concluir a minha formação, em todos os cursos que realizei, com grande carga intelectual, psicológica e física, sempre me dediquei ao extremo. Tenho convicção de que a profissão militar é uma das mais exigentes em termos de atualização. É um constante aprender. Termos como Operações Centradas em Redes, Guerra de 4a Geração e Operações de Informação são corriqueiros no linguajar de hoje e devem ser do nosso conhecimento.
Me lembro, ainda 2o Tenente em 1974, no 24o BIB, quando fui ao Palácio Duque de Caxias, no Rio, para solicitar ao pessoal da Missão de Assistência Militar dos Estados Unidos os cadernos de instrução referentes ao Pel Fuz Bld e à Cia Fuz Bld com o objetivo de traduzí-los e adaptá-los ao nosso emprego. Em 1972, havíamos recebido os M113 e ainda utilizávamos os Manuais de Campanha do Half Track e do Scout Car, ambos da 2a Guerra Mundial.
A Amazônia sempre me fascinou. Os nossos instrutores na AMAN, que eram especializados no combate na selva, nos motivavam a servir na região e a especializarmo-nos. Infelizmente, no ano de conclusão de meu curso de formação, não houve vagas em OM da região. Mas não desisti, e ainda 2o Tenente me candidatei ao Curso de Operações na Selva. Ao concluí-lo fui convidado para ser instrutor e retornei para ficar por quase três anos no CIGS, em época de poucos voluntários para tal missão.
Nos Batalhões de Infantaria e nas funções de instrutor dos Cursos de Infantaria da AMAN e da EsAO, de instrutor da ECEME e da ECEMAR procurei pesquisar e adquirir conhecimentos atualizados para serem repassados à minha tropa e aos meus cadetes e alunos.
Sempre foi um sonho comandar o CIGS. A oportunidade surgiu em 1993, no meu segundo ano de instrutor na ECEME.. Não estava no universo daqueles selecionados para o Comando, uma vez que ainda era moderno. No entanto, soube que ninguém naquele ano havia priorizado o Centro. Estranho, não havia candidato para comandar a escola de guerra na selva mais famosa do Mundo. Não podia admitir que um oficial fosse compulsado para comandar o CIGS. Aproveitei a minha situação de árbitro da Operação SURUMU e me apresentei ao Gen Ex José Sampaio Maia, Cmt CMA e ex-Cmt CIGS, dizendo-lhe da minha intenção. Assim, mesmo fora da relação de Comando, fui selecionado.
A vivência de mais de cinco anos no CIE me proporcionou uma visão bastante acurada dos cenários internacional e nacional, contribuindo ainda para um conhecimento amplo de nosso público interno. Também ajudou-me a entender outras culturas e fazer novas amizades nas reuniões que tivemos com os Exércitos das nações amigas.
A minha primeira passagem pelos EUA, como Oficial de Ligação junto ao Centro de Armas Combinadas, de 2000 a 2002, foi muito marcante. Primeiro por ter convivido dois anos com os militares e seus familiares no interior do Fort Leavenworth, no estado do Kansas. Segundo, por ter sido testemunha ocular do planejamento estratégico militar dos EUA, antes e depois do 11 Set 2001. Vi um fantástico estado de prontidão para a guerra. Basta dizer que menos de 30 dias após os ataques às Torres Gêmeas e ao Pentágno, o Afeganistão estava sendo invadido. Exatamente no dia 07 Out 2001. Nesse período visitei diversas organizações militares e acompanhei alguns exercícios de adestramento. Tive a ventura de acompanhar, no Deserto de Movaje, na Califórnia, o adestramento da 4a Divisão de Infantaria, uma divisão blindada, a primeira divisão totalmente digitalizada do Exército dos EUA.
Ao voltar dos EUA fui classificado no EME, por ter sido acatada a minha indicação pela antiga D Mov. Julguei que deveria transmitir a minha vivência para o Exército e assim contribuir para a sua evolução doutrinária e operacional. Fui o primeiro oficial superior a ser responsável pelo projeto da Brigada de Operações Especiais (Bda Op Esp). Cuidei da transferência de dois concludentes da ECEME para o Cmdo da Bda Inf Pqdt para ser o embrião do futuro Estado-Maior da Bda Op Esp. O primeiro Quadro de Cargos e o primeiro Quadro de Distribuição de Material foram por mim feitos e remetidos para esses dois oficiais. Viajei a Goiânia, acompanhado de engenheiros da Comissão Regional de Obras da 11a Região Militar para escolher as instalações da Bda. Aliás, todos se lembram que, por Decreto Presidencial, a Brigada foi colocada, inicialmente, no Rio de Janeiro.
Embora estivesse gostando do trabalho que realizava como Chefe da Seção de Doutrina Militar Terrestre da 3a Subchefia, fui convidado e aceitei o desafio para gerenciar o projeto de modernização do Sistema de Inteligência do Exército. Julguei que o meu passado na Inteligência e a minha vivência no exterior seriam úteis para o projeto.
Ao ser promovido a General fui brindado com o comando da 17a Bda Inf Sl. A decisão do Exército foi igual ao de uma empresa privada que investe na formação e no aperfeiçoamento de seu pessoal e depois requer retorno desse investimento. Assumi o comando em operações – Operação Mamoré, e passei o comando logo após a Operação Timbó III (Jul 2005). Foi uma grande realização profissional.
O convite e a nomeação para o cargo de Adido do Exército nos EUA e Canadá me fez, mais uma vez, acreditar na busca de pessoal com experiência para levar adiante uma missão que põe em evidência o nome do Brasil e do Exército.
Após dois anos no cargo, posso afirmar que a equipe sob meu comando, com a diretriz e o apoio do EME, conseguiu melhorar o relacionamento com o Exército do Canadá e, em especial, com o dos EUA.
No contexto de buscar o aperfeiçoamento do nosso relacionamento com o Exército dos EUA, fui convidado pelo própio Exército e aceitei ser o Dean (Presidente) da Associação dos Adidos Militares de Washington. Esta congregava 187 Adidos e Adjuntos, de 109 países, dos cinco continentes. Assumi em Jan 2006 e transmiti o cargo em 05 Set 07. Não preciso lhes dizer que para ser o Dean é necessário fluência no idioma inglês, excelente relacionamento com os Adidos e seus familiares e entrosamento com o Exército dos EUA.
O ambiente vivido na Embaixada do Brasil em Washington me permitiu fazer amigos e consolidar o binômio diplomacia – Forças Armadas em prol dos interesses do Brasil. Realizamos, conjuntamente, uma série de reuniões com o Departamento de Estado e o de Defesa. Além disto, fomos parceiros em diversos seminários e painéis patrocinados por entidades acadêmicas.
Ao findar a missão de Adido fui condecorado com a Medalha da Legião do Mérito, outorgada pelo Presidente dos Estado Unidos da América, em razão do meu trabalho em prol do relacionamento bilateral e entre os Adidos.
Às vezes nos enganamos, por considerarmos que todos são iguais e , portanto, podem ocupar qualquer cargo, indistintamente. Não é uma questão de ser melhor ou pior. É uma questão de resgatar o investimento feito ao longo de uma vida profissional e colocar a pessoa mais adequada em determinada missão, particularmente quando se coloca o nome do Brasil e do Exército. Cito o exemplo recente, do conhecimento de todos, de termos proposto Oficial-General para o comando das tropas da ONU no Haiti e não ter sido aceito por não preencher o requisitos exigidos pela organização. Na última hora, tivemos que substituir a nossa proposta e escolher aquele que se enquadrava no perfil.
Baseado na minha convicção de que um Exército só existe para cumprir a sua destinação constitucional e que nesta, a tarefa mais importante em tempo de paz é a preparação para a guerra e que tudo mais é secundário, pautei a minha vida militar. Sempre honrei o Exército, no Brasil e no exterior. Jamais deixei de cumprir uma missão da melhor maneira possível, embora reconheça as minhas limitações..
Sempre advoguei que o General é um decisor e que está nos cargos para levar adiante a melhoria das condições operacionais da tropa sob seu comando. A ele cabe o desgaste e não ao subordinado.
Agora mesmo, vi nos EUA generais com apego ao cargo e que sacrificaram a vida de diversos soldados nas Guerras do Afeganistão e do Iraque por não terem tido a coragem moral de desafiar ordens que tinham consciência de que estavam erradas.
Ao regressar dos EUA, há quase dois meses, tinha a expectativa de que seria aproveitado em um cargo que viesse aproveitar a minha experiência no Brasil e no exterior. Afinal, nesta última, acompanhei a evolução das Forças Armadas dos EUA e do Canadá antes e depois do 11 Set 2001. Em 2005 e 2006 vi toda a reestruração das Forças Armadas Canadenses, que partiram de um cenário voltado quase que exclusivamente para forças de paz para um com características de defesa do território e expedicionário.
Infelizmente, o processo que levou à minha classificação na Diretoria de Transporte e Mobilização (D T Mob), sob o meu ponto de vista, distorceu o verdadeiro objetivo de uma instituição que tem o dever de buscar retorno, no mais curto prazo, do investimento feito em seus recursos humanos.
Inicialmente, o DOU me classificou como Adido à SGEx, no dia 03 Jul 07. Logo depois, em 25 Jul 07, foi retificada para Adido ao EME. Por quê? Qual era a intenção? Recentemente, um companheiro me informou que dois generais-de-divisão haviam comentado que eu iria ser classificado naquela Diretoria três semanas antes da publicação do Informex, em 30 Out 07. Concluo que antes de me apresentar pronto para o serviço no EME já estava decidida a minha classificação. Por que não me informaram antes da publicação no Informex? Quando questionei, me disseram que era sigiloso e não poderiam me informar. Ora, era sigiloso só para mim. Na véspera da publicação, escutei no rancho dos generais um deles, sentado ao meu lado, dizendo para onde estava sendo transferido e tenho certeza que outros também sabiam de seus destinos.. Um general da reserva me informou que já sabia da minha classificação antes do Informex. Como se transfere um Oficial-General do EME sem que o Chefe do EME tenha conhecimento? Mais ainda, tentaram me convencer que eu iria para a Diretoria porque estava para ser extinta. Pode haver uma série de justificativas. Eu não as aceito.O que mais pesou na minha decisão de pedir passagem para a reserva foi, sob o meu enfoque, a falta de consideração, a deslealdade e a falta de camaradagem. Jamais esperei que fosse ser tratado dessa maneira, até porque não havia motivos para tal. Só posso concluir que a minha classificação foi baseada em critérios políticos e não profissionais.
Diante desse quadro, reafirmo a minha decisão irrevogável de passar para a reserva. Tomei a atitude correta em face da situação em que me colocaram. Ser disciplinado não é ser subserviente.
A Instituição é muito maior que todos nós.
Quero deixar algumas idéias para reflexão àqueles que têm a responsabiliade de conduzí-la.
Em uma sociedade democrática, a defesa da nação não está afeta apenas aos militares.. Portanto, mais do que nunca, o Executivo deve ser fiscalizado, e mesmo pressionado, pelo Congresso e pela sociedade. Os meios acadêmicos devem ter participação ativa nas questões de defesa. É importante ter o respaldo da nação para levar adiante a modernização das Forças Armadas. Temos que discutir defesa com a sociedade.
Não existem mais operações singulares. O ambiente conjunto terá que reduzir a individualidade em prol da visão pluralista. Ou partimos para a integração das Forças ou seremos ultrapassados e receberemos a ordem de fazê-la e, talvez, não nas condições mais satisfatórias.
Um planejamento estratégico militar deve estar concernente com um ou mais cenários. A estruturação de um Exército deve estar coerente com o seu emprego operacional. Da mesma forma, o reequipamento deve priveligiar o conjunto dos sistemas operacionais em determinado escalão e dentro de prioridades..
Embora estejamos sendo exitosos nas operações de paz, em particular no Haiti, elas não se constituem em nossa principal missão. Não temos tido a oportunidade de adestrar e operar os sistemas operacionais. Isto é uma grande deficiência para o Exército de um país continental, que possui dez vizinhos.
Uma atenção especial deve ser dada ao soldado. Em termos de evolução tecnológica, não é possível ter armamento e equipamento que remontam a meados do século passado.
É um grande desafio.
É hora de dizer adeus.
Inicialmente, agradeço a Deus, por ter me guiado e aos meus subordinados.
Aos meus pais que me deram uma sólida formação moral e educacional.
À minha mulher Isabel, amiga e esteio por mais de 31 anos, e às minhas filhas e filho, pelo desprendimento, pelo sacrifício da profissão, dos estudos e do lazer e pela compreensão das minhas responsabilidades ao longo da minha vida profissional.
Aos meus ex-comandantes, o meu reconhecimento pelo irrestrito apoio, segura orientação e inequívocas provas de confiança que sempre me dispensaram.
Aos meus verdadeiros amigos pelas manifestações de apreço para comigo e meus familiares.
Aos meus subordinados que foram sempre a grande motivação para que superasse as minhas limitações e pudesse liderá-los. Eles não escolhem os comandantes. Por isto, nenhum comandante tem o direito de conduzir seus homens ao combate sem ter a certeza de lhes ter ensinado tudo aquilo necessário para tal mister.
Mais uma vez agradeço a presença de todos. Que Deus os acompanhe e ao nosso Exército.
Muito obrigado.


Gen Bda Luiz Roberto Fragoso Peret Antunes

4 comentários:

Anônimo disse...

Primeiro me solidarizo total e irrefutavelmente com o senhor Gen Peret.

Segundo, eu pergunto, não houve crime, previsto no caput do Art. 11 da Lei nº LEI N° 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992, que está no sítio do Ministério da Defesa, no link: https://www.defesa.gov.br/comissao_etica/index.php?page=dispositivos
notadamente o crime de deslealdade ao glórioso Exército de Caxias. Segue abaixo o artigo transcrito "in verbis" Art. 11 - Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço;
VIII - instaurar temerariamente inquérito policial ou procedimento administrativo ou propor ação de natureza civil, criminal ou de improbidade, atribuindo a outrem fato de que o sabe inocente.

Anônimo disse...

Pois é Sr. General Peret, hoje V. Exa. prova do mesmo veneno servido aos praças do nosso exército, pelo menos desde minha incorporação nos idos de 1988, que é a falta de reconhecimento da instituição respaldada por velados interesses pessoais. Só para seu conhecimento, tive a oportunidade de conhecê-lo quando comandava o CIGS. Contudo, gostaria de fazer-lhe uma pergunta. V. Exa. lutaria em favor das praças do Exército Brasileiro para que estas tivessem o reconhecimento e o tratamento, e principalmente, a admiração, o respeito e a confiança depositados pelos Exércitos que o Sr. tão bem conheceu e conviveu? Não? Então V. Exa. realmente já foi tarde para a reserva. Sim? Então sinto muito pois perdemos aquele que poderia resgatar aquilo que mais gostaríamos de ter por parte da instituição.

Anônimo disse...

Caros amigos deste Blog, é interessante o quê vem ocorrendo com nossos oficiais: cada último dia útil, de cada semana, ao ler o nosso Boletim, venho acompanhando varias demissões do serviço ativo por parte de nossos oficiais. Se publicassem o das praças, ia faltar folha.
Hoje a carreira, quer seja em qualquer força armada, deixou, há muito, de ter o glamour/status que outrora motivava as pessoas a ingressarem nela.
Hoje atingimos um ponto de tão baixa estima, que, lendo um desabafo de um general, que pelo seu discurso, foi um dos poucos privilegidos, por mérito próprio, a ir mais de uma vez para uma missão fora, que eu lanço uma pergunta a ele: Senhor General, ao dizer que antes de se pagar uma missão, primeiro executava, o quê dizer da vida de seus subordinados que não podem nem escrever um e-m para seu cmt para falar de seus problemas, pq depois ele é punido? Se o Senhor, apenas por uma questão de transferência, dentro da mesma gurnição, aloprou e pediu reserva, o que dizer das praças que estão servindo longe de suas familias e tem seus requerimentos, até por interesse próprio, indeferidos? O senhor, quando voltou do exterior, certamente já tinha alguém para buscá-lo no aeroporto, já o esperava um PNR novinho, pintado, que sequer precisava preencher um termo de ocupação! O que dizer das praças movimentadas para Guarnições onde um aluguel, em bairro que dê dignidade para sua família morar, está em torno de R$ 800,00, que é o caso de São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Rio de Janeiro, Manaus, Boa Vista, Macapá, Recife, Curitiba, e dentre outras..? Daí, é muito fácil, por motivo de ser classificado numa diretoria, que não era aquela que era de seu desejo, virar as costas para a força e diga-se, dar as costas àqueles subordinados, que, de seu retorno esperavam que o senhor, por seus méritos e conhecimentos, fizessem algo por todos eles, que certamente ajudaram-no nessa escalada vitoriosa. ja pensou se hoje, um Subtenente, classificado em Brasília no SGEX, por um boletim e depois de 15 dias, for reclassificado no BGP ou no RCG, chegar pro seu comandante e, achando seu discurso padrão, fizer dele, suas palavras, o que aconteceria? Ele certamente seria punido!!!!! Sabe porquê? Por que a verdade só dói para alguns em alguns casos. E depende do referencial de quem fala! Quem vai punir um general, hoje, na atual conjuntura? Pegaria mal, né? Taí a questão salarial, que ninguem tá preocupado. Já pensou o Gen. Peret punido? Ex-CIE, como disse e se fosse o ST, ex-CIE! São dois pesos e várias medidas, a começar pela disciplinar. Abç GEN R1 PERET, só espero que a saudade não bata aa sua porta e o Senhor volte daqui a pouco como PTTC, arrependido e se juntar a outros de terno, à paisana! Já que o aumento não vem e a vida civil é diferente dos gabinetes, né? E qualmer relazinho a mais é bom. Além do que, homem reformado em casa, enche o saco da esposa, que o diga minha mãe, que tanto tempo passou farda e pensou que fosse tudo acabar. Viu-se obrigada a mandos e desmandos dentro de casa e agora tem que passar terno!!!Ah, pelo menos uma coisa meu pai não faz: depois de ir pra reserva não ficou escrevendo sobre os desmandos de quem está na ativa, pois quem pode fazer é quem tá dentro, quem pode assinar!!! Saudades de Leônidas Pires Gonçalves que encarava os presidentes de cima para baixo. E não era por causa de sua altura, não! è que ele tinha argumento, era firme nas palavras e não estava esperando vaga no STM. Abç meus queridos! Fé na Instituição e na missão, pq nos "homens", eu não confio mais!

Anônimo disse...

Parabéns pela réplica.