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quinta-feira, 13 de março de 2008

MOVIMENTO 31 DE MARÇO DE 1964


MOVIMENTO DE 31 de MARÇO DE 1964

Próximo de completar 40 anos de sua eclosão, o movimento cívico-militar de 31 de março de 1964 ainda é combatido.
Tratada como Ditadura implacável por aqueles a quem bloqueou as ações de implantação de um regime satélite da URSS na década de 60, inegavelmente, catapultou o Brasil da 64º posição para a 8ª no ranking econômico mundial, no período de 1964 a 1985 e o PIB cresceu, só no período de 64 a 73, 85 %.
Um movimento que mudou um país continental sem derramamento de sangue face ao caos econômico e social patrocinado pelo Governo Federal em todas as instãncias. Um país em que se preparava a passos largos uma sangrenta revolução com a implantação de um regime totalitário.
Vivíamos no mundo tempos da guerra fria, onde EUA e URSS se digladiavam por tentar neutralizar um ao outro em inúmeros países.
Um através de forte influência econômica e outro com destaque para a escravização ideológica em todos os setores.
Alguns cenários eram visualizados para o nosso País:
- implantação violenta de uma república sindicalista pró-Moscou;
- uma guerra civil ideológica;
- prosseguimento da anarquia , subvertendo-se valores, aniquilando-se a vontade nacional e instalando-se a quebra da hierarquia , particularmente nas Forças Armadas;
- ocorrência de fortíssima comoção social e pano de fundo para um auto-golpe.
Antecipando-se a esse estado de coisas, as Forças Armadas em 31 de março de 1964 depõem João Goulart e se instalam no poder como Governo Revolucionário.
Independente do que foi ou era, João Goulart patrocinou essa reviravolta na vida nacional ao permitir a permissividade das greves e fomento da indisciplina em todos os setores, talvez porquê seriam úteis ao seu processo revolucionário ou por falta de ação de comando como presidente ou por não ter a capacidade de avaliar todo quadro político que se avizinhava, por falta de informações ou por não recebê-las de forma adequada.
As Forças Armadas acompanhavam constitucionalmente a conjuntura e já haviam detectado o que poderia ocorrer se algum dos cenários acima citados se confirmasse. Dizem que estavam divididas, mas um grupo desejava o cumprimento da Constituição e o outro, tirar do poder quem a descumpria. E, empurradas pela pressão popular da Marcha pela Família com Deus e pela Liberdade no dia 19 de março em São Paulo, tomaram uma decisão histórica.
João Goulart acreditava que tinha apoio a seu assalto ao poder, já avalizado por Kruschev e Suslov em Moscou, onde Prestes em janeiro de 64 havia ido prestar contas do planejamento do PCUS para o Brasil. Cuba estava na mão e faltava a América do Sul.
Com o recrudescimento da situação, onde a quebra da hierarquia militar era fomentada ostensivamente pelo Presidente da República, afrontas á Constituição e ao Estado de Direito, ameaças explícitas de violência nos últimos discursos de Jango, revolta dos sargentos, revolta dos marinheiros, enfim, a marcha da insensatez prosseguia, assim classificada por inúmeros analistas políticos.
Goulart foi apeado do poder e abandonado humilhantemente por seus seguidores ao lhes pedir apoio, restando a proposta de assessores militares para que deixasse o país como única saída.
Não há como negar a gestação de um grande golpe para instalação de uma república sindicalista violenta.
Os que tiveram sua marcha interrompida pela ação cívico-militar, a partir de então, começaram na imprensa e nos bancos escolares uma intensa infiltração mudando totalmente o foco da sua ação.
Como o movimento militar se caracterizava pelo messianismo ocupando-se de setores que influenciavam com maior nitidez a vida dos brasileiros como economia e política, os derrotados ocuparam-se da educação. O governo militar jamais poderia imaginar que deixando a educação ser aplicada com toda liberdade possível, não a dirigindo nem orientando a um projeto ideológico, a faria cair nas mãos dos derrotados que fariam justamente isso.
Por outro lado, o exemplo moral e inquestionável dos militares que ocuparam o poder, como testemunhas da maior lisura no trato da coisa pública. Ao deixarem o poder presidencial, os militares legaram ao país um Brasil altivo, desenvolvido economicamente, mas ainda com muitos problemas a resolver, fruto do nosso continentalismo territorial.
O que se deseja, é que os homens de boa vontade analisem aquele período sem as paixões costumeiras, que, a um custo muito baixo em termos de cerceamento de liberdades e até mortes comparando-se com movimentos da época, modificou o país. Fidel Castro, ditador do país modelo que a esquerda desejava, liquidou 17000 cubanos na sua revolução e até hoje, passados 45 anos, ainda existem as prisões e cerceamentos políticos, algo que o governo militar brasileiro encerrou com a promulgação da Anistia Geral e Irrestrita de 28 de agosto de 1979. Eleições nem pensar.
Hoje, aqueles que se prepararam no exterior para implantar a ditadura do proletariado no Brasil foram anistiados e receberam vultuosas indenizações pelo trabalho.
Hoje, após a Anistia, convivem democraticamente militares e ex-guerrilheiros , jornalistas, seqüestradores, assaltantes de bancos, políticos cassados pelos Atos institucionais por corrupção, funcionários públicos demitidos por vinculação com crimes considerados políticos ou conexos.
Foi o perdão magnânimico dos que lideraram a Revolução de 31 de março de 1964, marca inconteste dos soldados da estirpe de Caxias, o Condestável do Império, o Pacificador, e presente em todos os eventos da integração nacional no século XIX, onde solucionou os mais difíceis conflitos com amor á Pátria, coragem, competência, sabedoria, espírito cristão desprovido de revanchismos e de rancores. Recebia a Nação, após cada embate, uma legião de brasileiros integrados pela Amnistia geral e plena a todos as pessoas envolvidas na rebelião. Da Balaiada a Farrapos e até 1979 o espírito conciliador de Caxias sempre esteve presente em prol do melhor para o país na mente e ações dos seus soldados.
Ao relembrarmos aquela página da História do Brasil, ainda quente, mas já tão deturpada nos livros escolares, entendemos que a história não pode ser simplesmente apagada ou deletada, no jargão de hoje.
As lições deixadas e aprendidas revelam que o Movimento de 31 de março de 1964 foi vitorioso.
E a realidade histórica mostra, claramente, que a dita ditadura não foi envergonhada, nem derrotada, nem escancarada, pois legou ao Brasil uma posição de respeito e prosperidade jamais conseguidas entre as nações do mundo, sem bravatas de espécie alguma.
O resto é conversa.
FLAVIO MARTINS PINTO é militar da Reserva do Exército

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