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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

ANTÁRTICA

EXCLUSIVO: Deputados e senador que foram à Antártica divulgam carta sobre a expedição


Neide Campos / AmbienteBrasil
Os treze deputados federais e o senador que visitaram a estação brasileira na Antártica na última semana de janeiro divulgaram uma carta sobre a expedição.
Os parlamentares chegaram à Estação Antártica Comandante Ferraz, onde são desenvolvidas pesquisas no âmbito do Proantar (Programa Antártico Brasileiro), na quinta-feira (24) e deveriam ter retornado no domingo (27), mas foram impedidos pelo mau tempo na região - só chegaram ao Brasil na quinta-feira (31).
Durante a visita, a convite da Marinha, os parlamentares acompanharam as pesquisas brasileiras no continente gelado e visitaram estações de pesquisa de outros países.
Participaram da expedição o senador Renato Casagrande (PSB-ES), os deputados Jorge Maluly (DEM-SP), Luciano Pizzatto (DEM-PR), Ricardo Trípoli (PSDB-SP), Fernando Chucre (PSDB-SP), Paulo Teixeira (PT-SP), Moreira Mendes (PPS-RO), Wellington Coimbra (PMDB-ES), Colbert Martins (PMDB-BA), Edmilson Valentin (PC do B-RJ), Maria Helena (PSB-RR), Fábio Ramalho (PV-MG), e Vinicius Carvalho (PT do B-RJ).
Confira a íntegra da carta:

Nós, Parlamentares representantes do Congresso Nacional brasileiro e integrantes da Frente Parlamentar em prol do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), consideramos muito positiva a visita que fizemos ao continente Antártico no período de 23 a 31 de janeiro. O convite para a visita partiu da Marinha, em razão do apoio que o Parlamento vem dando ao Programa Antártico, especialmente após a criação da Frente Parlamentar, em fevereiro de 2007, para discutir, apoiar e buscar alternativas de ampliação do respectivo programa. Como resultado desse trabalho, foram liberados mais de R$ 10 milhões para a revitalização da Estação Comandante Ferraz, base fundamental para o desenvolvimento das pesquisas científicas brasileiras naquele continente. As ações desenvolvidas pela Frente, somadas às implementadas pelo MCT, CNPq e MMA, possibilitaram a participação inédita do Brasil no quarto Ano Polar Internacional.
Inicialmente a previsão de nossa permanência na Antártica era de apenas 3 dias, que iam desde o pouso na Base Aérea Presidente Eduardo Frei, o embarque e viagem no Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel até a Baía do Almirantado - onde se localiza a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) – e o retorno à Base Aérea Presidente Eduardo Frei e a Punta Arenas (Chile), de onde partiríamos de volta ao Brasil. Infelizmente, devido a bruscas mudanças de clima – motivos, portanto, alheios à vontade da nossa delegação e da Marinha -, ficamos retidos por sete dias, enfrentando desconforto e o incômodo de ter que cancelar compromissos de trabalho anteriormente agendados.
Apesar disso, procuramos reverter o que a princípio nos parecia ser um incômodo em algo produtivo. Aproveitamos o tempo disponível para visitar as instalações da EACF, conhecer melhor os laboratórios e acompanhar atentamente palestras de pesquisadores e cientistas. Deste modo, pudemos conhecer melhor as linhas de pesquisas e os procedimentos adotados, suas dificuldades e oportunidades.
Durante esse tempo extra, visitamos as Estações Científicas do Chile, Rússia e China, e participamos de expedições de reconhecimento, onde vimos de perto desprendimentos de gelo e colhemos informações sobre a fauna e flora locais. Também debatemos com pesquisadores brasileiros os 25 projetos de pesquisas desenvolvidos pelo Brasil em solo antártico. E a partir dessas experiências, definimos algumas importantes ações parlamentares e do Executivo para dar suporte à presença brasileira na Antártida. Entre essas ações podemos citar a realização – já em abril próximo - de um seminário pelo MCT para discutir o alcance das pesquisas brasileiras e a interação entre os países presentes no continente. Ao mesmo tempo, a Frente Parlamentar Proantar irá realizar eventos (audiências públicas, lançamento de livros, sessões solenes, etc.), também no mês de abril, para aprofundar o debate em torno do programa antártico brasileiro, a fim de fortalecê-lo e ampliá-lo.
Apesar do incidente, conseguimos alcançar e até superar nossos objetivos na Missão Antártida. De lá trouxemos importantes dados que servirão de subsídio ao nosso trabalho ao longo deste ano. Todo esse conhecimento será, com certeza, de grande valia para a divulgação e o fortalecimento das políticas públicas brasileiras, sobretudo das ações desenvolvidas pelo Legislativo (Câmara e Senado) e o Executivo no projeto Antártico, que é de interesse mundial.
Após 25 anos de presença física no continente antártico, o Brasil mostra que muito foi feito e muito ainda há que se fazer para o fortalecimento e efetivação da presença de nosso país na Antártica.
Por fim, agradecemos à Marinha do Brasil,a Força Aérea Brasileira, aos pesquisadores e cientistas brasileiros da Estação Comandante Ferraz, do CNPq, MCT e MMA e aos cientistas de outras nacionalidades – especialmente os do Chile – pela acolhida e, principalmente, por sua dedicação aos estudos no continente antártico, que são de fundamental importância para toda a humanidade.

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