Notícias Militares

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

DEFENDER A AMAZÔNIA




"A ilha do Amapá
Cel Gélio Fregapani
Foi anunciado em 13/02/2008 a construção de uma ponte sobre o rio Oiapoque, unindo o Amapá à Guiana Francesa. Já está em construção outra ponte, sobre o rio Tacutu, unindo Roraima à Rep. da Guiana (ex inglesa). Isto faz parte de uma decisão erroneamente adotada pelo governo, de ligar por estrada as capitais dos dois estados mais pressionados pelo estrangeiro às possessões (ostensivas ou disfarçadas) dos países que mais pressionam o Brasil sobre a Amazônia. O fato é que o Amapá para nós é uma ilha. Chegar lá, só de barco ou avião, pois é impossível fazer uma ponte na foz do Amazonas.
Com essa ponte para a Guiana Francesa o Estado deixa de ser uma ilha; localizar-se-á em outro continente. Europeu, no caso. Roraima tem ligação rodoviária com Manaus, mas a ponte no rio Tacutu abrirá mais uma frente de atração para o estrangeiro, anglo-saxão no caso.
No tempo do governo militar se ensaiou unir o Amapá a Roraima (estr. Perimetral Norte), que povoaria a fronteira e permitiria o acesso às incríveis jazidas minerais dos campos e serras de Tumucumaque, inacessíveis sem essa estrada. Agora, com uma ligação passando pelo exterior, podemos ter certeza de que a "Perimetral Norte" jamais será construída. As jazidas continuarão intocadas (exceto as de bauxita, que descem pelo rio Trombetas).
Para impedir definitivamente a construção da Perimetral Norte estão sendo colocadas no caminho duas reservas indígenas, a Wai-Wai e a Tiriós, de índios trazidos da Guiana, pela FAB, a pedido dos Estados Unidos.
Só para deixar claro: Wai-Wai não é escola de samba, mesmo que o nome pareça. Aliás, pronuncia-se Uai-Uai, pois a Funai teima em usar a pronúncia inglesa. Escreve também Ianomami com Y para que os gringos não leiam como Aianomami.
Admito que o presidente possa não ter percebido a extensão do "grande jogo" internacional, com sua visão romântica de que as fronteiras seriam para unir e não para separar, mas os assessores precisariam tê-lo alertado. Se não o fizeram são incapazes ou traidores.
Se alguém puder fazer algo para evitar esse erro estratégico, é a hora.
Cel Gélio Fregapani, escritor, apaixonado pela Amazônia, tem um livro que precisa ser lido e divulgado, "A ilha do Amapá"..."


Prezado General Andrade Nery,

Muito grato pela transmissão deste breve, mas substancioso, artigo do Cel. Gélio Fregapani. Estamos acumulando um acervo incrivelmente denso de informações sobre os gravíssimos fatos que vem consolidando a perda de território brasileiro, inclusive nas áreas definidas no artigo sob comento.

Muitos desses fatos denotam a colaboração de autoridades brasileiras, como é o caso da FAB transportando índios para regiões, as quais, sob o pretexto da presença desses índios, serão reivindicadas para serem demarcadas como zonas indígenas, tal como aconteceu com a estupenda e famigerada reserva ianomâmi. Nessa devem ter sido postos por outro modo, mas também o foram adrede, para a ocupação da região pelos interesses imperiais.

No presente artigo, Fregapani aponta também a colaboração da FUNAI com esses interesses. Em 1978, época em que era diplomata, fiz estudo, a pedido do Ministro das Relações Exteriores, Silveira, sobre o Sumner Institute of Linguistics, organização que traduzia a Bíblia para enorme quantidade de línguas indígenas. Fazia trabalho evidente de apoio a missões religiosas que tratavam de exercer influência e ascendência moral sobre as populações indígenas. Eram numerosos os indícios de geólogos entre os evangelizadores. Recordo-me que tudo isso era feito sob olhares, no mínimo, permissivos da FUNAI (e ainda estávamos sob a presidência de Geisel). Uma das coisas que assinalei, então, foi o fato de funcionários da FUNAI viajarem de carona em aviões do Sumner Institute.

Não há dúvida de estarmos agora frente à culminação de um processo de penetração, que remonta a muito antes dessa minha experiência. O próprio Cel. Fregapani e outros brasileiros dignos de um País soberano têm-nos informado de muitos casos em que ações dos interesses imperiais para separar do País vários territórios estratégicos, contam com a colaboração da 5ª coluna. Essa vem tendo suas fileiras crescentemente engrossadas por cooptação, corrupção, influência cultural e ideológica, desinformação e demais recursos.

Deve-se associar a esses elementos de fato o de ter o Brasil perdido sua autodeterminação por meio de eleições controladas pelo poder econômico, cada vez mais concentrado em grupos estrangeiros e em alguns poucos locais ligados às transnacionais ideológica e culturalmente, ademais de vínculos diretos de interesses financeiros.

Essa junção de fatores leva-me a concluir que a perda de porções seletas da Amazônia está ocorrendo como corolário de se ter, já há tempo, deixado de exercer a soberania nacional. Portanto, não vejo como defender a Amazônia sem ter consciência de que isso só é possível no contexto da recuperação do exercício da soberania.

Entre os muitos trabalhos que tenho lido, grifado e guardado em meus arquivos, há excelentes do Gen. Andrade Nery, do Cel. Roberto Monteiro de Oliveira e de outros patriotas. Há um, também ótimo, de autoria do oficial-médico Edvaldo Tavares, sobre as implicações da Declaração da ONU sobre os Direitos dos Indígenas. Sua conclusão, entretanto, merece reparos. Ele diz: "A DERRADEIRA ESPERANÇA QUE ESTÁ NO CONGRESSO NACIONAL
Ainda há tempo para reverter toda essa burrice ou traição. Todos os brasileiros têm que pressionar os congressistas para que votem contra a "Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas" que foi aprovada pela ONU. Cada brasileiro tem que remeter mensagem ao seu deputado federal e senador manifestando o repúdio a essa Declaração.... A palavra de ordem é <> à "Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas".

Ora, deve ficar muito claro o seguinte. Os apelos a deputados e senadores servem principalmente como exercício de cidadania para os que se empenham nesse tipo de ação e para estender e ampliar o entendimento das questões envolvidas.

A experiência mostra que, sob a atual estrutura de poder real, político e econômico, nada há a esperar do Congresso Nacional, nem do Executivo, nem dos Tribunais superiores. A esse respeito eu poderia historiar exemplos, dos últimos 20 anos principalmente, cujo relato não poderia resumir em menos de 30 páginas, nos quais, em questões vitais e estratégicas para a soberania e para o bem-estar nacionais, o interesse do País foi totalmente desprezado, em decisões conjuntas ou isoladas dos chamados Três Poderes do Estado.

A situação exige coordenação de brasileiros conscientes para modificar profundamente esse estado de coisas. Há que conversar em grupos e depois juntar esses grupos, nos quais saídas hão de ser encaminhadas.

Abraços,

Adriano Benayon

Um comentário:

Anônimo disse...

"O ronco dos quartéis!"


Os militares recebem R$ 0,64 (64 centavos) de salário-família, e um salário aviltante, menor do que os pagos às Polícias Federal, Rodoviária e Militar e Civil de Brasília. Os policias rodoviários como são organizados, não estando satisfeitos, se preparam para mais uma greve. Pleiteiam um novo aumento, desta feita passando de R$ 5.400 para R$ 7.400.

Nas FFAA, comandas por uns oficiais quatro estrelas submissos, covardes, pusilânimes, frouxos, e todos os qualificativos que se possa atribuir aos borra-botas assumidos, - a tropa passa momentos de extrema dificuldade.

Esses porraloucas de comandantes militares só tomarão uma atitude de chefes militares quando algum desesperado explodir uma bomba de alto poder de destruição na latrina no momento que um deles sentar-se para fazer as suas necessidades fisiológicas. O desgraçado vai sair do sanitário mais borrado do que são na vida real.

Não se tem notícia de uma tomada de atitude por parte dos comandantes militares. Só se queixam, enciumados, quando uma representação de mulheres destemidas, esposas de militares, não as esposas desses omissos, assumem o papel de defensoras da classe militar e fazem o que de direito caberiam aos senhores chefes militares. Aí surge o comentário agressivo contra quem vai à luta defender seus esposos e filhos, exigindo melhores condições de vida. "Acreditar nessa tal UNEMFA é acreditar em um grupelho de mulheres que só pensam em aparecer e que não têm qualquer representação junto à família militar." Esse 'grupelho de mulheres' são esposas de militares. Mulheres cujos nomes se escrevem com letras maiúsculas. Enquanto outros indivíduos, por se esconderem atrás das saias de suas mulheres, se escrevem os nomes com o caldo nutriente que fermenta nos dejetos da sordidez humana.

Acordem o senhor Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, o senhor Ministro da Defesa e os senhores Comandantes Militares. 'Quem tem fome, tem pressa', já o disse o saudoso Betinho. Façam o seu papel, antes que outros o façam!

É tão difícil se ter atitude neste país. O revanchismo político é maior do que o espírito do soldado brasileiro? Por que tanta covardia, senhores Comandantes Militares? A bolsa-esmola já chegou nos gabinetes de nossos chefes militares? E a honra de nossa farda, está sendo conspurcada por vis moedas de ouro? Vocês têm esposas e filhos? Se têm, como os encaram, olhando-os nos olhos? O que dizem a eles, quando questionados sobre os seus papeis de chefes militares? Enganam-nos como fazem conosco? A Família é a célula mater da sociedade. Vocês podem trair a pátria, faz parte dos covardes; mas mentir para mulher e filhos, é a negação total do ser humano. Não os neguem e se afastem deles como vêem fazendo com os seus subordinados hierárquicos, os soldados das nossas FFAA brasileiras. Acordem. Um único gesto de vossa parte, uma tomada de atitude, pode reverter este estado de abandono crônico e premeditado a que se tem relegado as FFAA. Chega de mentiras e falsas promessas e seguidos desmentidos. Um combatente não se alimenta com promessas de compras de submarinos movidos a energia nuclear, - 'para proteger as nossa reservas de petróleo em águas profundas', - como diz o ministro enganador, falastrão, mentiroso, que está mais para estelionatário, do que para dirigente das FFAA. Queremos atitude. Urgente. Antes que o 'ronco dos quartéis' seja ouvido em Brasília.